quarta-feira, 27 de abril de 2011


Sustentabilidade nos olhos dos outros...

                                                                                                                                               Quarta-feira, 27 de abril de 2011
coluna Empresa-Cidadã
Paulo Márcio de Mello

 ► A emissão de dióxido de carbono (CO2), no estado de São Paulo, cresceu 58%, passando de 60,7 milhões de toneladas por ano para 95,7 milhões de toneladas, entre 1998 e 2008. É o que informa o Inventário de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa Diretos e Indiretos do Estado de São Paulo, recentemente divulgado.

► O setor que liderou a emissão foi o de energia, atingindo 78,5 milhões de toneladas, seguido do setor de processos industriais e uso de produtos (4,5 milhões de toneladas) e pela agropecuária (1,9 milhão de toneladas).

► O estado de São Paulo dispõe de uma lei, a Lei Estadual de Mudanças Climáticas (Lei no 13.798/09), aprovada pela Assembléia Legislativa no final de 2009, em vigor desde o ano passado, que determina a redução em 20% da emissão de dióxido de carbono (CO2), até 2020, com base nas cifras de 2005, quando chegou a 88,8 milhões de toneladas.

► Com isso, o estado terá que reduzir a emissão de CO2 em 17,7 milhões de toneladas ano para atingir a meta legal. Esta já é uma meta revisada, pois o que tinha sido estabelecido era o corte de 28,6 milhões de toneladas de CO2, com base nos números de emissão em 2005, divulgados primeiramente.

► A alegação do Programa Estadual de Mudanças Climáticas (Proclima) é de que houve dupla contagem em algumas fontes, além da adoção de nova metodologia para estimar os gases liberados pelas mudanças no uso do solo. Apesar da redução, a meta continua sendo ousada, considerando-se que a emissão de dióxido de carbono por toda a indústria no Estado de São Paulo foi de 12,2 milhões de toneladas, em 2008.

► Conclui-se que o estado de São Paulo responde por cerca de 4,4% do total de emissões de gases causadores do efeito estufa na América Latina, comparando-se os números do Inventário (SP) com os apresentados pelo relatório das Nações Unidas, divulgado na Cúpula da Mudança Climática de dezembro de 2010, a COP-16, de responsabilidade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe (Cepal), realizado pelo Instituto GRID Arendal.

► Pelo mesmo relatório, Brasil, Argentina, Venezuela e México são responsáveis por 79% das emissões destes gases na América Latina, causadas principalmente pelas mudanças no uso da terra, energia, silvicultura e agricultura. O Brasil sozinho responde por 52% das emissões.

A média de emissão por habitante da região foi de 5,5 toneladas métricas de CO2, excluídas as verificadas por mudança no uso da terra, em que o Brasil é o maior emissor. Trinidad e Tobago, Uruguai, Venezuela e Argentina, nesta ordem, têm as maiores quantidades emitidas.

► A América Latina e o Caribe têm uma média de emissão de gases causadores do efeito estufa de 1.152 toneladas de CO2, por cada US$ 1 milhão do seu Produto Interno Bruto (PIB). Esta média é superior à dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 481 toneladas de CO2 por cada US$ 1 milhão de PIB. Isto só reforça importância de inversão no modo de produção intensivo em carbono na região e a Lei Estadual de Mudanças Climáticas, de São Paulo, representa um bom instrumento de mudança.

► Contudo, reiterando a prática usual do setor industrial em todo o mundo em relação à política de qualidade ambiental, também em São Paulo, partes significativas deste segmento econômico procuram maximizar o seu lucro, transferindo o ônus das externalidades negativas das suas atividades para a sociedade.

► Desde a entrada em vigor da Lei 13.798/09, a Federação das Indústrias local (FIESP) faz críticas, alegando o temor de que a lei onere o setor ao exigir adaptações no sistema produtivo e que daí empresas fechem, desempreguem, etc, etc. Versos repetidos da economia do carbono, suja e insustentável.

Paulo Márcio de Mello
paulomm@paulomm.pro.br
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)


A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001,
toda quarta-feira, no jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável,
casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda.

 

25 comentários:

  1. A Lei como forma de tentar diminuir os níveis de poluentes é um primeiro passo importante, mas é importante ter em mente quais técnicas serão usadas e de que maneira e como será fiscalizada, pois corre o risco de se tornar vazia por pressão contrária.
    Acho que o impositivo por lei de extrema importância, mas sem trabalho de conscientização sobre a importância do assunto para todos, não só no presente como no futuro, para se entender que a diminuição de emissão de CO2 não é um investimento possível, e sim um investimento indispensável. Pois sem essa mudança, não é possível precisar como será o futuro se os níveis continuarem crescendo.
    Num momento onde a informação está ao alcance de um clique, a desculpa das industrias, demostra a insistência de se manter míope em relação as práticas de externalidades, considerando mais fácil simplesmente repassar sua sujeira para de baixo do tapete dos outros, contando que não será notado.
    O mundo mudou por conta dessa antiga forma de produção e por conta dela é preciso mudar novamente.

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  2. Acredito que seja necessário entender em que estágio, em termos de nível industrial, o Brasil, mais especificamente São Paulo nesse caso, está. Obviamente a dita classificação não vai alterar os impactos para esta e para as próximas gerações mas vai permitir entender, de acordo com a Curva Ambiental de Kuznets, qual a tendência para os próximos anos. Se esta estivesse correta, os maiores custos agora poderiam gerar incentivo para que dada empresa, no caso de energia, invista em P&D de forma a fomentar a inovação e consequente redução de custos no futuro.

    Entretanto caso exista um nível de emissão acima da tendência para o período, o que é o caso, a discussão deveria se pautar em tentar discutir outros modelos e mecanismos para entre outros, reduzir a “moral hazard” criada pela falha de informação entre governos, como visto no modelo de Petrakis e Xepapadeas que segue ao final dessa postagem, e também em escala microeconômica.

    Por ultimo destaco que a criação da lei mencionada no texto já foi um passo importante para iniciar a pensar em uma possível redução da tendência, mesmo que para o setor de transportes tal queda de emissões significar mais que dobrar sua eficiência em termos ambientais, com a criação de instrumentos como, principalmente, o Programa de Contratações Públicas Sustentáveis e o Programa Estadual de Construção Civil Sustentável.

    http://deposit.fernuni-hagen.de/209/1/db264.pdf

    http://www.cepal.org/ccas/noticias/paginas/1/49071/Mexico_Diana_Final_30-_01_2013.pdf

    http://www.cargaurbana.org.br/ws/MeioAmbiente/Materia.aspx?MateriaId=2864&EditoriaId=97

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  3. Segundo o médico cerca de 4 mil pessoas morrem anualmente em consequência de problemas causados pela poluição do ar. O custo da poluição para a saúde, somando-se internações, mortalidade e redução da expectativa de vida, chega a US$ 1,5 bilhão de dólares. A lei estadual de mudanças climáticas é um passo importante para minimizar o caos ambiental, mas só isso não basta.
    As ações individuais também podem fazer muita diferença como trocar carro pela bicicleta ao deslocar de um lugar pra outro, optar mais pelo uso de transporte coletivo do que um carro próprio, lembrando que reduzir a poluição nas grandes cidades no caso São Paulo significa melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes.
    Os governos ( estaduais e municipais) diante deste problema precisam tomar atitudes rigorosas tai como: incentivar o uso de tecnologias menos poluidoras; implantar sistemas de transporte coletivo de qualidade; promover reflorestamento nas áreas degradadas e entre outras medidas necessárias para diminuir a poluição.
    Porque cuidar do que é nosso nunca é demais, por isso cada um de nós deve fazer a sua parte antes que seja tarde para o bem do mundo e das futuras gerações.

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  4. LEANDRO ARAUJO

    O texto traz uma visao importante para a sociedade de que as emissoes de carbono estao chegando a niveis alarmantes e que meidas pra se reduzir as emissoes estao sendo tomandas.
    No entando o estabelecimento de uma meta de reduçao e a criaçao de leis nao sao o suficiente se nao forem devidamente fesicalizadas e de alguma forma aumentar o incentivo as empresas que conseguirem atingir a meta de reduçao , como forma de estimulo a construçao de uma economia mais sustentavel e limpa .

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  5. Devemos também levar em consideração a Divisão Internacional do Trabalho, onde países subdesenvolvidos cumprem seu papel de grande celeiro do mundo, onde atividades de grande emissão de CO2, como agropecuária, se concentram. Além de diversas indústrias multinacionais que aqui abriram as portas por não conseguirem realizar as atividades poluidoras nos seus países de origem, por restrição ambiental e leis mais rígidas. Encontraram aqui pouca rejeição quanta as externalidades negativas, e se aproveitam do fato para aumentar nossa dívida com a natureza, enquanto eles a diminuem no antigo continente. Há de se levar em consideração não apenas quem polui, mas quem realmente está consumindo os produtos poluidores, onde há a verdadeira demanda, e compartilhar as dívidas.

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  6. A lei aprovada no Estado de São Paulo não beneficia somente o meio ambiente, mas principalmente a população que vive em todo o Estado.
    A população é a parte mais afetada pela poluição causada principalmente pelas indústrias. Por causa da poluição a saúde da população é afetada, causando sérias doenças como problemas respiratórios, doenças de pele, etc. E esse ônus fica todo para os governos, que é quem sustenta o sistema público de saúde. Enquanto isso a indústria tem somente bônus, mas indiretamente ela é afetada pela sua poluição, pois seus empregados ficam doentes, tendo que se afastarem do emprego causando aumento de custos para as industrias.
    E a alegação da FIESP de que a lei vai provocar o fechamento, ou a demissão de empregados não se sustentam, pois com a instalação dos equipamentos para diminuição da emissão de CO2 por todas as indústrias, no médio e longo prazo os seus custos de instalação e manutenção irão diminuir, além de termos a criação de uma nova indústria especializada na fabricação e manutenção destes equipamentos gerando empregos. E principalmente as indústrias que são indiretamente afetadas pela própria poluição por causa das livenças médicas dos seus empregados não serão mais afetadas, fazendo com que no longo prazo ocorra uma diminuição nos custos de produção.

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  7. O texto em questão aborda para quantidade excessiva da emissão de carbano para que as pessoas tomem consciencia deste problema e tenta também mostrar quais medidas estão sendo impostas para a sociedade para a diminuição deste problema. Mas criar metas e leis para solucionar este problema não será o suficiente, se não tiver um fiscalização assídua ou até mesmo alguma “bonificação” para as empresas que conseguirem atingir as metas. Assim, a criação da lei é sim uma primeira forma de se tentar diminuir a quantidade dos poluentes, mas para não ser falhosa, terá que ser fiscalizada. E outra coisa, conscientizar a população também é imprescindível, para fazer com que enxerguem o grau real do problema. Porque além de mostrar que é um problema presente, mostra que se algo não for feito, só tenderá a piorar gerando mais males no futuro próximo. A lei em questão no texto, aprovada no Estado de Sao Paulo, não ajuda apenas o meio ambiente, mas sim a tudo que se faz presente no estado. As poluições emetidas pelas fabricas, não somente afeta o meio ambiente como toda a população, causando problemas de saúde, que podem não ser desenvolvidos momentaneamente, mas que logo se desencadeiam. E com esse passar do tempo, quem meio que acaba arcando com isso é o governo, onde se tem que investir na saúde da população. As indústrias podem adotar essas medidas, pois assim facilita até a mão de obra, que terão empregados por mais tempo e com melhores condições de saúde.

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  8. Neste texto é possível perceber uma certa proteção do órgãos governamentais para com as indústrias. Estas recebem muitos benefícios como por exemplo os subsídios, para aquelas que são produtoras de gêneros tidos como imprescindíveis para a economia como o setor automobilístico. Entretanto é exatamente este último segmento que onera sozinho uma grande parte do ecossistema. Os automóveis consomem combustíveis fósseis e atualmente são usados pela quase totalidade da população no dia-a-dia. Esse uso descontrolado é explicado por partes em função do incentivo absurdo do Governo ao consumo de veículos para aquecer a economia em um período de tremenda recessão depois da crise imobiliária iniciada nos EUA. Esse incentivo como podemos explicitar a diminuição e até anulação do IPI para a entrada de grandes quantidades de veículos para serem vendidos por um preço mais acessível( já que os veículos no Brasil possuem um custo altíssimo devido a produção ser cara e os impostos serem bem abusivos). Esse descontrole levou ao caos do nas cidades com quilômetros de engarrafamentos, em virtude da opção por ir em seu próprio veículo ao invés de usar o transporte público, pois este é realmente deprimente( o que podemos ratificar com o aumento da demanda nessa JMJ, causando transtornos e dando vexames ). O consumo está enraizado na população e o Governo tenta mascarar suas políticas criando leis de desenvolvimento sustentável que muitas vezes existem somente para "calar a população", como a diminuição das passagens no auge dos protestos no Brasil. Não é pensado de fato em medidas de diminuição da emissão dos gases e sim na mais valia das empresas e consequentemente do Governo. É citado que serão refeitas certas avaliações e que algumas emissões foram duplamente contadas. E também que teme-se que medidas para diminuir a poluição possam causar impactos grandes como a diminuição das receitas, aumento do desemprego, dentre outros malefícios. Esses comentários são de má índole e nenhum conhecimento sobre o assunto em si abordado. Práticas sustentáveis otimizam as empresas com a redução do lixo, custos, desperdícios, poluição e principalmente( para aqueles que veem no lucro somente algo bom para uma empresa existir ) o aumento das receitas. Empresas limpas possuem uma visão boa no mercado e detectamos que alguns consumidores já estão mais atentos ao processo de produção de certos produtos. O tempo de mudanças e aqueles que devem nos guiar a elas estão parados no tempo e totalmente omissos a abrir discussões reias e produtivas sobre esse assunto. É preocupante o rumo de nosso futuro.

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  9. Já que ainda não conseguimos um acordo global para o estabecimento de metas para a redução dos GEEs, acho muito positivo esse tipo de iniciativa, como a Lei Estatual de Mudanças Climáticas de São Paulo. No entanto, também acho que esse tipo de lei precisa de medidas complementares para que alcançemos o desenvolvimento sustentável. Sou a favor da diversificação de instrumentos para a redução das emissões. Concordo que os poluidores devem ser onerados pelas externalidades negativas que geram, mas também sou a favor do desenvolvimento do mercado de carbono e, principalmente, dos incentivos às pesquisas de tecnologias "verdes". Antecipando-me ao argumento de que mais oneração às atividades produtivas possa trazer prejuízos aos empresários, destaco que os poluidores não podem ficar impunes pelas externalidades que geram, sob a ameaça de causarem desemprego. A redução das emissõe de GEEs deve ser encarada como outra variável de mercado qualquer (como a otimização de recursos, a concorrência, a redução de custos, a qualidade do produto etc) e, portanto, cabe aos empreendedores inovar para atender a mais essa exigência da sociedade moderna.

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  10. A Lei Estadual de Mudanças Climáticas, constitui uma forte iniciativa de mudança para a redução da emissão de dióxido de carbono, fazendo com que o estado seja obrigado a reduzir a emissão a fim de atingir uma meta legal. Embora ela pareça uma medida eficaz (caso for cumprida), não acredito que tal medida seja suficiente para chegar a um nível excelente de emissão de gases poluentes, e nem de longe seja a melhor maneira de diminuir as consequências negativas que afetam o nosso meio ambiente. Acredito que seja mais importante, fazer uma reeducação da sociedade, principalmente no setor industrial, no sentido de conscientizar as pessoas e organizações sobre os reais efeitos que a emissão de gases poluentes e outras ações maléficas, fazem com o nosso ecossistema, e não só forçá-las a emitir menos gases sem ao menos explicar o porque. Então, num país que emite o tanto que o Brasil emite de gases poluentes, embora seja mais difícil, se conseguíssemos reduzir ao máximo a emissão de gases poluentes, sem que isso traga problemas para as organizações, como diminuição da produção, desemprego, etc, isso serviria de exemplo para outros países que emitem muito, e seria de grande importância para a melhoria do nosso ecossistema.

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  11. Concordo plenamente com o comentário acima e gostaria de pegar a ultima parte e falar sobre a importância do empreendedorismo nessa mudança de realidade, sem dúvida o maior objetivo é fazer com que as grandes empresas modifiquem sua forma de pensar e agir em prol da sustentabilidade e preservação do meio ambiente, porém, tenho minhas dúvidas se elas seriam as pioneiras dessa mudança, justamente pois são as que mais lucram nesse modelo antigo de exploração exacerbada. Por isso, é de extrema importância o papel do empreendedores que trazem inovações e conseguem transformar essa necessidade de se proteger o planeta em que vivemos em lucro e só assim conseguiremos mudar os ''peixes grandes'' pois verão que é possível. Infelizmente acredito que só através de demonstrações de retorno financeiro conseguiremos, de fato, a cooperação dessas empresas. Acredito que medidas regulatórias como a do estado de São Paulo são claramente benéficas e inteligentes, porém, como foi dito acima, sempre acontecem percalços nas fiscalizações que acabam por ajudar as grandes empresas poluidoras.

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  12. Uma forma simples de diminuir a emissão com a ajuda do governo seria criar incentivos fiscais para as empresas que gastam menos CO². Criar regulamentos como a obrigatoriedade para filtros nas chaminés e outros emissores.

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  13. Concordo com a diminuição gradativa das emissões de CO2 em SP, pois se trata de uma das regiões metropolitanas de maior efeito poluidor ao meio ambiente da América latina. Uma sugestão seria a intervenção maciça do estado com pesquisas para a desenvoltura de unidades fabris que se adaptem e não prejudique o meio ambiente como um todo. Um modo de remediar as coisas no momento, seria aplicação de taxas e multas as empresas que não colaborarem com as normas de diminuição de CO2, bem como dar benefícios para as empresas que superarem as expectativas positivamente.
    Robson Schubert...

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  14. Apesar da resistência, a FIESP sabe que luta contra uma tendência irreversível. Há um crescente impulso em todo o mundo para construir uma economia "verde" - com um foco especial sobre energia - como uma estratégia fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e evitar a perigosa mudança climática e ao mesmo tempo aumentar a segurança energética.

    Mas as limitações de recursos podem dificultar esse esforço. Tecnologias de baixo carbono, como células fotovoltaicas, turbinas eólicas e carros elétricos e híbridos, por exemplo, usam metais que são extraídos apenas em alguns poucos países, o que pode limitar sua disponibilidade. Isso já é uma grande problema internacional, como evidenciado pela recente queixa apresentada por os EUA, a UE eo Japão com a Organização Mundial do Comércio, desafiando as restrições da China sobre as exportações de metais de terras raras.

    Desenvolvimento de biocombustíveis, entretanto, tem enfrentado substancial resistência alguma diante devido a preocupações que as culturas de combustível irá deslocar culturas alimentares - ou deslocar florestas e ecossistemas de importância vital. Além disso, esses cultivos competem pelo que são muitas vezes recursos hídricos limitados.

    E embora, na maioria das vezes, é menos falado, disponibilidade de água também poderia restringir a eletricidade de baixo carbono - e não apenas de energia hidrelétrica, mas também solares térmicos tecnologias renováveis, geotérmica e outras que usam a água para resfriamento. Se queremos produzir energia de baixo carbono em larga é preciso garantir que vamos ter bastante água.

    Apesar de questões como essa,  acredito que não podemos simplesmente continuar a desenvolver tecnologias e indústrias sem levar em conta um cenário mais abrangente. O futuro da economia de baixo carbono depende da capacidade das empresas e e dos políticos de  reconhecer essas limitações muito reais e desenvolver uma gestão adequada e respostas políticas.

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  15. Todos aprendemos desde pequenos que o dióxido de carbono (CO2) é um gás nocivo ao meio ambiente causando o efeito estufa, agravando o aquecimento global e que, por isso devemos evitar meios que o produzam. Mas nós não colocamos em prática o que aprendemos. Preferimos o conforto dos nossos automóveis, muitas vezes desregulados, à contar com o "maravilhoso" transporte público que nos é oferecido. E é aí que tudo começa...
    Claro que muito mais prejudicial ao ambiente são os gases liberados pelas grandes indústrias em suas produções, termoelétricas na geração de energia, pois sua quantidade é infinitamente superior. Mas se cada um fizesse sua parte, a redução seria alcançada mais rapidamente.
    Falta ao brasileiro a conscientização.
    Leis como a Lei Estadual de Mudanças Climáticas (Lei no 13.798/09) tem um papel bastante importante quando a intensão é resultado, mas vale lembrar que se ela não sair do papel as indústrias irão continuar visando seu lucro em detrimento das externalidades ambientais que causam. Os órgãos fiscalizadores precisam ir pra campo constantemente a fim de verificar se as empresas estão cumprindo com as recomendações para diminuição de emissão de CO2.
    É melhor interditar um pólo industrial que a vida de uma geração inteira.

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  16. O crescimento sustentável é um dos assuntos mais debatidos nos últimos anos, mas muito poucos estão dispostos a mudar os antigos hábitos e investir numa nova forma de produção que não agrida o meio ambiente, não adianta esperar que a industria tome alguma atitude nesse sentido, sendo assim é papel do Governo cobrar uma produção mais "limpa" .

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  17. Concordo que a Lei Estadual de Mudanças Climáticas do estado de São Paulo tem seu valor e deve ser seguida como exemplo pelos demais estados da federação, assim como pelo governo federal (estabelecimento de uma lei/decreto que seja vigente em todo o território nacional). A falta de tal legislação e consciência da indústria como um todo, acaba gerando não apenas problemas de cunho ambiental, como também aumenta o índice de doenças respiratórias.
    O argumento das empresas que acreditam que serão prejudicadas com a revisão de sua forma de produção para reduzir a emissão dos GEE's são falhos uma vez que o desenvolvimento de formas sustentáveis de produção estão sendo cada dia mais bem visto no cenário mundial e proporcionam maior valor agregado a empresa. Existem formas de se produzir socialmente sustentável que não gerem impactos no lucro a ponto do negócio ser prejudicado. Além do fato que o investimento será "devolvido" a médio e longo prazo. Infelizmente, grande parte dos empresários pensam apenas no curto prazo e acabam não investindo em sustentabilidade, adotando apenas essa questão como ponto de discussão quando o mercado exige que a empresa se enquadre em alguma meta sustentável ou por pressões governamentais e internacionais através de lei e acordos.

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  18. “A economia verde foi colocada na Rio+20 como um dos mecanismos para alcançar a sustentabilidade do planeta, mas a contradição é que as próprias empresas responsáveis pela crise, que destroem a natureza, é que estão propondo isso”, já dizia Darci Frigo. O projeto capitalista de agricultura e de apropriação da natureza se amplia com a invasão da economia verde, que aprofunda a privatização dos bens naturais, o endividamento público-privado, a grilagem e estrangeirização de terras, entre outros.A captura corporativa da ONU, que foi tomada por grandes empresas, é um dos grandes fracassos da Rio+20.

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  19. As medidas e leis que são criadas,de nada servem se o indivíduo não tiver uma educação ambiental consciente e prática no dia a dia.

    Suas decisões influenciam tanto o presente,como o futuro das gerações e pensar no coletivo nos dias atuais tem mudado e estado mais presente nas decisões econômicas ,políticas e ambientais.

    Mas precisa-se de muito esforço para consolidar como um aspecto cultural do ser humano, certos ideias individuais fazem esquecer ,ou deixar de lado aquilo que seria positivo para um bem comum.

    Novas oportunidades podem ser alcançadas e criadas , sem haver prejuízos como mencionados.

    Carlos Eduardo Lopes Mega

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  20. Com a criação da lei 13.798, visa-se que o Estado de São Paulo possa melhorar sua qualidade ambiental em termos de sociedade e equilíbrio empresarial.
    As decisões tomadas hoje vão de encontro ao presente e futuro das gerações e no pesamento coletivo, influenciado as decisões politicas e econômicas.
    Sem que as externalidades afetem a sociedade e que as empresas possam buscar alternativas para auferirem seus lucros sem destruir o meio ambiente e a qualidade do ar.

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  21. Sustentabilidade é um assunto muito discutido atualmente, pelo fato das grandes emissões de gases poluentes das industrias principalmente em países emergentes e desenvolvidos. O grande impasse de manter uma industria ou empresa sustentável é o fato de como crescer economicamente sem prejudicar não só o meio ambiente mas também a sociedade. Não é só apenas a emissão de gás poluente que prejudica o meio ambiente e a saúde, mas também o despejo de resíduos químicos, o assoreamento, desmatamento e esgoto são outros grandes problemas prejudicais para a natureza.

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  22. Igor Seixas de Carvalho31 de julho de 2013 às 07:14

    Nós brasileiros que nos orgulhamos tanto de ser a potencia da américa latina e criticamos tanto os estados unidos, por serem potencias mundiais e também os maiores poluidores, estamos traçando o mesmo caminho. O fato de sermos responsáveis por 52% da emissão de CO2 da América latina me faz refletir em como a Lei Estadual de Mudanças Climáticas, instaurada em SP é importante para todo o país em busca de diminuir o nível de emissão de poluentes para podermos traçar um caminho nunca antes traçado, de crescimento sustentável de uma nação.

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  23. São Paulo atualmente é sem dúvida o Estado brasileiro que tem a maior emissão de gases do país. Mas acho que hoje em dia a taxa de poluição está a cima da média em todo o mundo. É difícil o Estado/país preocupado com sustentabilidade de verdade. O grande problema ainda é a questão de visar o máximo lucro e deixar as questões ambientais de lado. Acho que o Brasil precisa entrar mais nesse tema, sustentabilidade, ainda mais, por ser um país totalmente "natural", ou seja, com grande abundancia de recursos naturais.

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  24. A Lei Estadual de Mudanças Climáticas, instaurada em São Paulo e que se encontra em vigor desde o ano passado, é uma excelente forma de redução de poluição para o estado de São Paulo e um exemplo para os demais países da América latina. Mas é realmente lastimável que tenhamos que conviver com tais arbitrariedades que a industria nos impõe colocando a sociedade sempre em segundo plano para obter mais ganho, sempre procurando a maximizar do seu lucro.

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  25. Apesar das leis: Lei 13.798/09, a Federação das Indústrias local (FIESP) e Lei Estadual de Mudanças Climáticas (Lei no 13.798/09), sabemos que, infelizmente não só no Brasil mas como no mundo capitalista, tudo acontece de acordo com interesse das grandes empresas. Isso ficou claro na revisão da meta de redução de carbono de 28,6 milhões de toneladas de CO2 para 17,7 milhões de toneladas da Lei Estadual de Mudanças Climáticas (Lei no 13.798/09).

    Esse texto foi importante para responder as seguintes perguntas que foram feitas no texto "Os EUA Enfim se Rendem": Onde foram feitos avanços relacionados à proteção da nação ou iniciativas orientadas para uma sociedade de transição para uma nova realidade? As políticas de segurança alimentar resumem-se ao programa Bolsa Família? E as políticas estaduais para os extremos climáticos, onde estão?. Entretanto se faz necessário que se façam valer as decisões tomadas em defesa do meio ambiente.

    Uma das conclusões que eu tiro é que São Paulo é os EUA do Brasil, e o Brasil é os EUA da América Latina, no que diz respeito a grande quantidade de emissão de carbono se comparado aos demais e, no que diz respeito a tomar suas decisões baseados dos interesses dos grandes empresários.

    Que o Brasil também faça sua parte!!

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