quinta-feira, 13 de outubro de 2016

As páginas dos jornais destinadas ao noticiário  científico alternam informações que representam verdadeiramente avanços iluminados pelo gênio humano com outras informações hilariantes, para dizer o mínimo. Enquanto pesquisas sobre o câncer, Alzheimer Parkinson e malária parecem, às vezes, andar a passos de formiga, autênticas tolices consomem tempo, saber e recursos. Como no caso da pesquisa para determinar, se alguém na chuva, molha-se mais na chuva, andando ou correndo...

coluna EMPRESA-CIDADÃ
Quarta-feira, 11 de outubro de 2016
Paulo Márcio de Mello

Prêmio Ignobel

Por este motivo, foi criado o Prêmio IgNobel, destinado à descoberta científica mais estranha de cada ano. O prémio é propositalmente entregue a cada início de outono, para homenagear pesquisas que, primeiramente fazem as pessoas rir e depois, talvez, pensar.

O título é um trocadilho com o nome "Nobel", de Alfred Nobel, e a palavra ignóbil, que expressa representa algo sem não nobreza, ou desprezível. Na origem, o Prêmio Ignobel é uma criação da revista de humor científico Annals of Improbable Research (https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=annals+of+improbable+research+magazine&tbm=nws) Anais da Pesquisa Improvável, traduzido livremente) e os prêmios são entregues em Harvard. A intenção construtiva é premiar pesquisas raras, honrar a imaginação e atrair o interesse público para a ciência, a medicina e a tecnologia.
O prêmio foi entregue pela primeira vez em Harvard, em 1991, sendo a cerimônia abrilhantada pela presença de autênticos laureados com o Prêmio Nobel, que entregaram o Prêmio IgNobel ao vencedor, numa cerimônia que até (desde 1996) inclui uma ópera.
É curioso que um vencedor do Prêmio Ignobel também foi vencedor do Prêmio Nobel, o holandês Andre Geim, que venceu o IgNobel em 2000 e o Nobel em 2010.

Este ano, a Volkswagen recebeu o Prêmio IgNobel, na categoria “Química”
por “reduzir” a emissão de gases poluidores de carros

Na noite de 22 de setembro, na Universidade de Harvard, a montadora alemã das auto foi satirizada ao ser agraciada, na categoria “Química”, por “ter resolvido” a questão da emissão de poluentes dos seus veículos, reduzindo  as emissões, sempre que os seus veículos passavam por testes.
O apresentador oficial, Marc Abrahams, declarou que o vencedor "não pôde ou não quis" comparecer à cerimônia. A maioria dos demais contemplados, por outro lado, compareceu.
A Volkswagen deixou assim de receber um troféu e um prêmio na forma de uma cédula de 10 trilhões de dólares do Zimbaue, que mal cobre o custo do material em que é impressa.
A relação dos premiados:
Química:Para a Volkswagen, por "acabar" com a poluição gerada por automóveis. De fato, um programa computadorizado feito pela Volks adulterava os resultados dos testes e os carros pareciam poluir uma fração de 1/40 em relação ao que realmente poluem (coluna EMPRESA-CIDADÃ, de quarta-feira, 12 de setembro de 2016);

Literatura: Agraciado o sueco Fredrik Sjöberg, pela trilogia autobiográfica sobre o prazer de colecionar moscas mortas numa ilha sueca de baixa densidade populacional;

Medicina: Para os alemães Christoph Helmchen, Carina Palzer, Thomas Münte, Silke Anders e Andreas Sprenger, pela pesquisa que mostrou que se pode aliviar a coceira num braço quando se olha no espelho e se coça o outro braço;

Economia: Para Mark Avis, Sarah Forbes e Shelagh Ferguson, por uma pesquisa sobre a personalidade das pedras da perspectiva de marketing;

Psicologia: Para um estudo feito com mil participantes que concluiu que jovens adultos mentem melhor, sem, no entanto, indagar se os entrevistados realmente estavam mentindo.

Reprodução: Ahmed Shafik, por pesquisar os efeitos do uso de calças de poliéster, algodão e lã na vida sexual dos ratos e depois repetir a experiência em homens.

Física: Gábor Horváth, Miklós Blahó, György Kriska, Ramón Hegedüs, Balázs Gerics, Róbert Farkas, Susanne Åkesson, Péter Malik e Hansruedi Wildermuth, por descobrirem por que cavalos de pelos brancos são menos atacados por moscas, e por descobrirem por que libélulas são atraídas por lápides pretas.

Paz: Gordon Pennycook, James Allan Cheyne, Nathaniel Barr, Derek Koehler e Jonathan Fugelsang, por seu estudo acadêmico "Sobre a Compreensão e Detecção de Idiotices Pseudo-Profundas".

Biologia: prêmio compartilhado por Charles Foster e Thomas Thwaites. Charles, por viver na natureza, em momentos diferentes, como um texugo, uma lontra, um veado, uma raposa e um pássaro; Thomas por projetar próteses para seus membros, que lhe permitiu deslocar-se pelas montanhas na companhia de cabras.

Percepção: Atsuki Higashiyama e Kohei Adachi, por investigar o quanto os objetos parecem diferentes, quando se curva para visualizá-los por entre as pernas.

Paulo Márcio de Mello*
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001,
continuamente, às quartas-feiras, no jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável e à ética nos negócios, através de casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda na temática.
A coluna EMPRESA-CIDADÃ também pode ser lida pelo Blog arteeconomia. Acesso através de http://pauloarteeconomia.blogspot.com


Pesquisa apresentada em uma edição longínqua do Fórum Econômico Mundial  (WEF) mostrava que, para os executivos norte-americanos de grandes corporações, o risco mais preocupante é o da imagem da corporação. Uma das mais importantes consultorias empresariais na atualidade, a EisnerAmper, através da pesquisa “Concerns About Risks Confronting Boards” reiterou o relatório apresentado no WEF.

coluna EMPRESA-CIDADÃ
Quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Paulo Márcio de Mello*

É a poluição que mata?

66% das preocupações dos entrevistados estão na preservação da imagem, ou reputação, das empresas, considerado o principal patrimônio intangível. Seguem Regulação e compliance (59%), Planejamento e sucessão do CEO (53%); Riscos de TI (54%); Gerenciamento de Crises (47%); Privacidade e segurança de informação (36%); e Riscos fiscais (9%), entre outros.

Como hipotéticas causas das preocupações, constam Confiabilidade e Qualidade do Produto/Satisfação dos Clientes; Fraudes/Problemas Éticos; Percepção do Público; e Meio Ambiente, entre outros.

Como antídotos aos fatores de risco, as empresas optam principalmente por soluções domésticas, como troca de informações entre diretorias e comitês relacionados aos assuntos mais ameaçadores, ou através do aconselhamento de consultores.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recém divulgou um relatório referindo-se à baixa qualidade do ar que a maior parte dos habitantes do planeta respira, chegando a até 92% da população mundial.
A pesquisa incluiu 3 mil situações em áreas urbanas e rurais de103 países. Os dados mais recentes (2012) revelam que 6,5 milhões de pessoas adoeceram e 3 milhões morreram, em consequência da poluição. Entre as principais fontes de poluição estão modelos ineficazes de transporte, queima de combustível; queima de resíduos; centrais elétricas e atividades industriais. Os principais poluentes são as micropartículas (diâmetro inferior a 2,5 micrometros) de sulfato, nitrato e fuligem.

As regiões mencionadas como de pior qualidade do ar são o Sudeste da Ásia, o Mediterrâneo Oriental e o Pacífico Ocidental.
Por outro lado, a qualidade do ar é adequada para 75% da população dos países com alta renda das Américas e para 20% da população que vive em nações de rendas média e baixa da mesma região. Uma situação que também ocorre em menos de 20% dos países europeus e nos países ricos do Pacífico Ocidental.

Os países com mais vítimas relacionadas à qualidade do ar são Turquemenistão (com 108 mortes por 100 mil habitantes); Afeganistão, (81 mortes por 100 mil habitantes); Egito (77 por 100 mil); China (70 por 100 mil); e Índia com (68 por 100 mil).

Cerca de 94% das mortes se devem sobretudo a doenças cardiovasculares, acidentes cerebrovasculares, pneumopatia obstrutiva crônica e câncer de pulmão. A contaminação do ar também aumenta o risco de infecções respiratórias agudas.

Em 2008, depois da queda do muro que escondia o bom-mocismo em empresas privadas, desde o caso do Pinto da Ford Motors; uma urna incendiária, passando pelas fraudes contábeis da Enron/Andersen; pela “mágica” da redução de emissões da Das auto (Volksgate); pelos perigos do talquinho cancerígeno da Johnson&Jonhson; pela destruição empreendida pela Samarco/Vale/BHP; entre muitos outros, as grandes corporações têm muitas chances de criar a imagem de serial killers.

Como uma boa imagem vale mais do que mil balanços, a procura por tutela antecipada das corporações tem no relatório da OMS um indicador de eficientes soluções. É só adicionar uma gota de criatividade.

Paulo Márcio de Mello*
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001,
continuamente, às quartas-feiras, no jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável e à ética nos negócios, através de casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda na temática. A coluna EMPRESA-CIDADÃ também pode ser lida através do BLOG arteeconomia acessível pelo endereço http://pauloarteeconomia.blogspot.com


Um aumento de 5% do transporte rodoviário no mundo, até 2030, poderá aumentar o uso da água na agricultura em até 20%, em decorrência da produção de biocombustíveis, conforme a Agência Internacional de Energia. Pela correspondência existente, o tema escolhido pela ONU para o Dia Mundial da Água de 2014 foi “Água e Energia”.

coluna EMPRESA-CIDADÃ
Quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Paulo Márcio de Mello*


Água e energia no contexto geopolítico.


u      Segundo o relatório “Conjuntura de Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2013”, editado pela Agência Nacional de Águas (ANA), no Brasil há cerca de 1.064 empreendimentos hidrelétricos, dos quais 407 são centrais de geração (CGH), 452 são pequenas centrais (PCH) e 205 são usinas (UHE). Quase 70% da capacidade total do sistema de produção de energia elétrica instalada no Brasil é hidrelétrica. Outras modalidades de geração também são dependentes do uso de água, como a térmica e a nuclear.

Manifesto

Um grupo de 100 pesquisadores ambientais brasileiros, de universidades e institutos, de diferentes estados, redigiu o “Manifesto de Cientistas pela Defesa de Nossos Rios.” O documento resgata a Moção sobre Barramentos, aprovada no X Congresso de Ecologia do Brasil (http://www.cpap.embrapa.br/pesca/online/PESCA2011_10CEB1.pdf), de setembro de 2011.

A finalidade da divulgação do manifesto é apelar por políticas públicas eficientes em garantir a manutenção da diversidade, incluindo-se as culturas humanas tradicionais dos ribeirinhos e os remanescentes de ecossistemas fluviais e de sistemas associados, como as matas ciliares, diante do crescimento de empreendimentos hidrelétricos no Brasil.

Segundo o manifesto, a Amazônia é a grande fronteira prevista para este crescimento. Há aproximadamente dois anos, o governo federal anunciou empreendimentos, diminuindo em mais de 90 mil hectares algumas grandes Unidades de Conservação da Amazônia.

Um dos casos mais notórios é o da hidrelétrica de Belo Monte (PA), em região já conflagrada, pela existência conversão de florestas em pastagens e consequente desmatamento. Na Amazônia, há também impactos derivados de duas grandes hidrelétricas do rio Madeira (Santo Antônio e Jirau; RO). No Pantanal, mais de 130 pequenas e médias hidrelétricas estão previstas ou em construção, em série nas cabeceiras dos rios dos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

No sul do Brasil, os planos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, do MME) para o rio Uruguai preveem pelo menos 11 barramentos em série, o que causaria perdas da biodiversidade, como o peixe dourado, que vem desaparecendo na região.

Cientistas apontam a falta de pesquisas de ecologia e de etnoecologia, a fim de se romper a atual forma de geração de estudos pontuais e parciais, por consultorias financiadas pelo setor elétrico, para contemplar o interesse dos mesmos interessados na expansão das hidrelétricas no País.

Cerca de 2/3 dos projetos de grandes, médias e pequenas hidrelétricas estão incidindo justamente no Mapa Oficial das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (Port. MMA n. 9, 23/01/2007). O mapa das áreas definidas como de “Extrema Importância” possui cerca de ¼ dos projetos de hidrelétricas previstos para os próximos anos.

O manifesto destaca a necessidade de compromissos governamentais na realização de estudos mais abrangentes, denominados Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) ou Integrada (AAI). Estas avaliações mais abrangentes do que os estudos de impacto ambiental (EIA-RIMA) apresentam metodologias próximas de um zoneamento ecológico-econômico e resultados de grande importância para os tomadores de decisão.

Estas metodologias, com base no Princípio da Precaução, que o Brasil assumiu perante acordos internacionais, fortalecem a visão inteligente de se avaliar, previamente, as alternativas locacionais, energéticas e de dimensão de empreendimentos.

Alternativas cada vez mais viáveis e baratas poderiam gerar muito mais energia elétrica do que hoje se utiliza no Brasil. Na Alemanha, a energia solar já é responsável por uma geração de 30GW, descentralizada, maior do que a capacidade de geração da usina de Itaipu.

No atual cenário geopolítico do mundo, o domínio sobre a água é crítico e seu confisco se faz de formas sutis, às vezes, como no caso da produção de alimentos irrigada sem a preocupação com a conservação. E então, países como o nosso exportam água na forma de comodities, com um simples balançar especulativo de curto prazo nos preços dos alimentos.

Paulo Márcio de Mello*
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à ética corporativa, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.

A coluna EMPRESA-CIDADÃ também pode ser lida no BLOG arteeconomia com acesso por http://pauloarteeconomia.blogspot.com
As páginas dos jornais destinadas ao noticiário  científico alternam informações que representam verdadeiramente avanços iluminados pelo gênio humano com outras informações hilariantes, para dizer o mínimo. Enquanto pesquisas sobre o câncer, Alzheimer Parkinson e malária parecem, às vezes, andar a passos de formiga, autênticas tolices consomem tempo, saber e recursos. Como no caso da pesquisa para determinar, se alguém na chuva, molha-se mais andando ou correndo...

coluna EMPRESA-CIDADÃ
Quarta-feira, 11 de outubro de 2016
Paulo Márcio de Mello


Prêmio Ignobel

Por este motivo, foi criado o Prêmio IgNobel, destinado à descoberta científica mais estranha de cada ano. O prémio é propositalmente entregue a cada início de outono, para homenagear pesquisas que, primeiramente fazem as pessoas rir e depois, talvez, pensar.

O título é um trocadilho com o nome "Nobel", de Alfred Nobel, e a palavra ignóbil, que expressa representa algo sem não nobreza, ou desprezível. Na origem, o Prêmio Ignobel é uma criação da revista de humor científico Annals of Improbable Research (https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=annals+of+improbable+research+magazine&tbm=nws) Anais da Pesquisa Improvável, traduzido livremente) e os prêmios são entregues em Harvard. A intenção construtiva é premiar pesquisas raras, honrar a imaginação e atrair o interesse público para a ciência, a medicina e a tecnologia.
O prêmio foi entregue pela primeira vez em Harvard, em 1991, sendo a cerimônia abrilhantada pela presença de autênticos laureados com o Prêmio Nobel, que entregaram o Prêmio IgNobel ao vencedor, numa cerimônia que até (desde 1996) inclui uma ópera.
É curioso que um vencedor do Prêmio Ignobel também foi vencedor do Prêmio Nobel, o holandês Andre Geim, que venceu o IgNobel em 2000 e o Nobel em 2010.

Este ano, a Volkswagen recebeu o Prêmio IgNobel, na categoria “Química”
por “reduzir” a emissão de gases poluidores de carros

Na noite de 22 de setembro, na Universidade de Harvard, a montadora alemã das auto foi satirizada ao ser agraciada, na categoria “Química”, por “ter resolvido” a questão da emissão de poluentes dos seus veículos, reduzindo  as emissões, sempre que os seus veículos passavam por testes.
O apresentador oficial, Marc Abrahams, declarou que o vencedor "não pôde ou não quis" comparecer à cerimônia. A maioria dos demais contemplados, por outro lado, compareceu.
A Volkswagen deixou assim de receber um troféu e um prêmio na forma de uma cédula de 10 trilhões de dólares do Zimbaue, que mal cobre o custo do material em que é impressa.
A relação dos premiados:
Química:Para a Volkswagen, por "acabar" com a poluição gerada por automóveis. De fato, um programa computadorizado feito pela Volks adulterava os resultados dos testes e os carros pareciam poluir uma fração de 1/40 em relação ao que realmente poluem (coluna EMPRESA-CIDADÃ, de quarta-feira, 12 de setembro de 2016);

Literatura: Agraciado o sueco Fredrik Sjöberg, pela trilogia autobiográfica sobre o prazer de colecionar moscas mortas numa ilha sueca de baixa densidade populacional;

Medicina: Para os alemães Christoph Helmchen, Carina Palzer, Thomas Münte, Silke Anders e Andreas Sprenger, pela pesquisa que mostrou que se pode aliviar a coceira num braço quando se olha no espelho e se coça o outro braço;

Economia: Para Mark Avis, Sarah Forbes e Shelagh Ferguson, por uma pesquisa sobre a personalidade das pedras da perspectiva de marketing;

Psicologia: Para um estudo feito com mil participantes que concluiu que jovens adultos mentem melhor, sem, no entanto, indagar se os entrevistados realmente estavam mentindo.
Reprodução: Ahmed Shafik, por pesquisar os efeitos do uso de calças de poliéster, algodão e lã na vida sexual dos ratos e depois repetir a experiência em homens.
Física: Gábor Horváth, Miklós Blahó, György Kriska, Ramón Hegedüs, Balázs Gerics, Róbert Farkas, Susanne Åkesson, Péter Malik e Hansruedi Wildermuth, por descobrirem por que cavalos de pelos brancos são menos atacados por moscas, e por descobrirem por que libélulas são atraídas por lápides pretas.
Paz: Gordon Pennycook, James Allan Cheyne, Nathaniel Barr, Derek Koehler e Jonathan Fugelsang, por seu estudo acadêmico "Sobre a Compreensão e Detecção de Idiotices Pseudo-Profundas".
Biologia: prêmio compartilhado por Charles Foster e Thomas Thwaites. Charles, por viver na natureza, em momentos diferentes, como um texugo, uma lontra, um veado, uma raposa e um pássaro; Thomas por projetar próteses para seus membros, que lhe permitiu deslocar-se pelas montanhas na companhia de cabras.
Percepção: Atsuki Higashiyama e Kohei Adachi, por investigar o quanto os objetos parecem diferentes, quando se curva para visualizá-los por entre as pernas.

Paulo Márcio de Mello*
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001,
continuamente, às quartas-feiras, no jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável e à ética nos negócios, através de casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda na temática.
A coluna EMPRESA-CIDADÃ também pode ser lida pelo Blog arteeconomia. Acesso através de http://pauloarteeconomia.blogspot.com


Kuikurus: Um caso real de sustentabilidade
coluna EMPRESA-CIDADà
Quarta-feira, 09 de setembro de 2014
Paulo Márcio de Mello

Quando nasce uma criança, o pai kuikuru planta 50 pés de piqui, base da sua alimentação, para assegurar o sustento do filho ao longo dos anos. Os kuikurus eram nômades, mas há cerca de mil anos estabeleceram-se na região do Xingu (MT), tornando-se agricultores.

Kuikurus: Um caso de sustentabilidade

Desde então, desenvolveram diferentes culturas do piqui, como o amarelo, o laranja e o branco, este sem os temíveis espinhos. O piqui é fonte de vitaminas A, C e de betacaroteno, utilizando-se o seu óleo para dar suavidade aos cabelos, além de ser empregado como protetor da pele diante do sol, um filtro solar natural.
Homens e mulheres cooperam na plantação. Aos homens cabem abrir as trilhas para acessar as zonas agricultáveis e a semeadura. Às mulheres, assim como às crianças e aos mais jovens, cabem a colheita nas épocas próprias e o carregamento da produção. Os homens então as acompanham, mas não carregam. No trajeto, por vezes longo, entre a plantação e a aldeia, calor e cansaço levam as mulheres a se despojarem quase totalmente das vestes.
Nas épocas de colheita, há festa no fim do dia. A brincadeira mais comum então é a provocação que os homens fazem às mulheres, até irritá-las, para serem “agredidos”. Os homens podem se esquivar ou se defender, mas não podem revidar os golpes.
As ocas dos kuikurus, com cerca de dez metros de altura, abrigam toda a família e suas diferentes gerações, que assim convivem próximas. Todos os usos da oca, como dormitório e cozinha, são realizados no mesmo espaço familiar. Passado e futuro conciliam o atendimento às suas necessidades em interação presente, assegurando a transmissão da herança natural, sem onerar os descendentes.

Quebrando Barreiras: 1.400 vidas impactadas

O Instituto Masan realizará a formatura dos alunos do programa social “Quebrando Barreiras”. Ao todo, 76 moradores de comunidades pacificadas concluíram o curso de auxiliar de cozinha – oferecido gratuitamente pela instituição. Estão aptos para a atuação no ramo gastronômico. O evento será realizado com a presença de alunos de comunidades da Zona Norte, Zona Oeste e Baixada, instrutores e convidados.
A presidente do Instituto Masan, Adriana Pinto, declarou que “por meio do “Quebrando Barreiras”, promovemos a capacitação profissional e a inserção no mercado de trabalho. Ficamos muito felizes em ver que, a partir do nosso trabalho, muitos alunos conquistaram um emprego ou conseguiram abrir o próprio negócio”, ajudados pelo curso, que tem duração de três meses.
O programa “Quebrando Barreiras” visa qualificar moradores de comunidades assistidas por Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), egressos do sistema prisional e pessoas com deficiência. Em parceria com o RioSolidario, a ONG Entre Amigas, o MetrôRio e o Instituto Invepar, o Instituto Masan oferece cursos de capacitação profissional para auxiliares de cozinha, copeiro e lactarista, que são compostos por aulas práticas e teóricas como, ética, português e matemática.
O “Quebrando Barreiras” acontece durante todo o ano e está com inscrições abertas para novas turmas. Para se inscrever, o candidato deve ir ao Centro de Capacitação da Masan (CCM), que está localizado na sede da ONG Entre Amigas, no prédio do MetrôRio.
Criado em 2015, o Instituto Masan surgiu do sucesso e do crescimento do número de ações sociais desenvolvidas pela Masan,  empresa de serviços especializados. O instituto promove atividades de responsabilidade social, seguindo as diretrizes da norma internacional ISO 26000, tendo como pilares a inclusão e capacitação profissional, saúde, esporte, educação, cultura e desenvolvimento da consciência ambiental.
A Masan é a primeira empresa privada do Estado do Rio de Janeiro a conquistar o selo Parceiros da Aprendizagem, concedido em 2011, pelo Ministério do Trabalho e Emprego e também a primeira empresa do estado a receber o selo do projeto Começar de Novo, concedido pelo Conselho Nacional de Justiça. A Masan também é vencedora do Prêmio Marketing Contemporâneo 2015, da Associação Brasileira de Marketing e Negócios (ABMN), na categoria Responsabilidade Social e Sustentabilidade.
A:formatura do “Quebrando Barreiras” será realizada no dia 10 de setembro, às 15h, no Centro de Capacitação da Masan (CCM), localizado na Av. Presidente Vargas, 2000 (na sede da ONG Entre Amigas, prédio do MetrôRio).
Paulo Márcio de Mello*
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001,
continuamente, às quartas-feiras, no jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável e à ética nos negócios, através de casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda na temática.
A coluna EMPRESA-CIDADÃ também pode ser lida pelo Blog arteeconomia. Acesso através de http://pauloarteeconomia.blogspot.com


Primeiramente, cabe esclarecer que, apesar do título, esta coluna não tratará de questões da conjuntura política do país, mas de empresas que frequentaram recentemente o noticiário econômico, médico, policial
(menos do que deveriam, em alguns casos)
e outras páginas menos nobres.

coluna EMPRESA-CIDADÃ
Quarta-feira, 30 de março de 2016
Paulo Márcio de Mello*

Trapalhões - I

Contabilidade cruel

Lee Iacocca é um desses executivos de grandes corporações apresentados como emblemáticas sabedorias gerenciais. Publicado e republicado como um empreendedor e líder notável. Cercado de lendas, já foi falado do mito que cortava anualmente 10% dos seus executivos de menor desempenho, mesmo que o desempenho não fosse ruim.

Uma fórmula de eugenia executiva, eliminando os mais fracos. Se parecer cruel este pacote anual de demissões, é importante não se esquecer da contabilidade macabra de que ele se utilizava. Seu último lançamento enquanto dirigia a FORD, foi um automóvel classificado como subcompacto.

Chegou a ser popular nos EUA, em uma época em que teve início o questionamento das imensas banheiras sobre pneus, comuns ainda hoje por lá. Leve (900 Kg), não bebia tanto, preço de US$ 2,000. Seu lançamento deu-se em um 11 de setembro, o de 1970.

Criado para enfrentar a concorrência do AMC Gremlin, teve a sua produção sustada nos anos 1980, por apresentar gravíssimos problemas de segurança. Não chegou a ser produzido no Brasil. O dito popular dá como causa para a renúncia de produção no Brasil...o nome do modelo.

Sua venda começou a despencar quando se verificou que, devido ao design e localização do tanque de combustível, impactos por trás à velocidade de 32 km/h, ou superior, causavam a ruptura do tanque, derivando daí uma explosão.

Ocorre que, através de testes de colisão, ficou provado que a empresa sabia dos riscos a que submetia seus usuários. A contabilidade macabra estimava que, para corrigir os erros estruturais, o custo seria de US$11,00 por unidade, totalizando US$137 milhões, considerando toda a linha de produção.

A indenização para cada vida perdida (evitável) custaria US$200.000; a indenização por queimaduras graves custaria US$67.000 e cada veículo a ser recuperado após uma colisão, custaria US$700,00. Conclui-se que se até 2100 veículos incendiassem, 180 pessoas sofressem queimaduras graves e outras 180 morressem, o custo de indenizações não ultrapassaria US$49,5 milhões. Ou seja, o critério de Iacocca e da FORD foi exclusivamente financeiro. Corrigir (US$137 milhões) ou indenizar os óbitos e feridos graves (US$49.5 milhões).

Talquinho

O que pode parecer mais inofensivo do que talco infantil? Pois não é que o talco infantil da Johnson&Johnson matou Jacqueline Fox (62) de câncer no ovário? A empresa foi obrigada a pagar US$72 milhões de indenização. E outros 1.200 processos semelhantes foram abertos contra a Johnson&Johnson nos EUA.

Jacqueline Fox foi vítima do uso contumaz da linha de talcos da empresa, inclusive os infantis. A decisão foi da corte de St. Louis, em consequência da sonegação da informação sobre as consequências do uso continuado da mercadoria

Jacqueline Fox pediu para que metade da indenização fosse doada para um fundo que atende vítimas de crimes no estado do Missouri. Um dos membros do júri, Jerome Kendrick, acusou a empresa de tentar dissimular os efeitos do uso da mercadoria e influenciar associações que fiscalizam cosméticos.

Jere Beasley, advogado, acusou a empresa de estar ciente dos riscos do uso da mercadoria, desde 1980. Um dos jurados, Jerome Kendrick, afirmou que a empresa "tentou cobrir [os danos do produto] e influenciar associações que regulam cosméticos".

O advogado da família, Jere Beasley, disse que a companhia "sabia desde 1980 dos riscos", mas manteve essas informações afastadas do público e de agências regulatórias, segundo o jornal local de St Louis

Paulo Márcio de Mello*
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
9-colunista
Colunista

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, continuamente, toda quarta-feira, no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade, à ética corporativa e ao desenvolvimento sustentável, casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas ou agenda sobre o assunto.
A coluna também pode ser lida no blog arteeconomia, com acesso http://pauloarteeconomia.blogspot.com
As páginas dos jornais destinadas ao noticiário  científico alternam informações que representam verdadeiramente avanços iluminados pelo gênio humano com outras informações hilariantes, para dizer o mínimo. Enquanto pesquisas sobre o câncer, Alzheimer Parkinson e malária parecem, às vezes, andar a passos de formiga, autênticas tolices consomem tempo, saber e recursos. Como no caso da pesquisa para determinar, se alguém na chuva, molha-se mais andando ou correndo...

coluna EMPRESA-CIDADÃ
Quarta-feira, 11 de outubro de 2016
Paulo Márcio de Mello


Prêmio Ignobel

Por este motivo, foi criado o Prêmio IgNobel, destinado à descoberta científica mais estranha de cada ano. O prémio é propositalmente entregue a cada início de outono, para homenagear pesquisas que, primeiramente fazem as pessoas rir e depois, talvez, pensar.

O título é um trocadilho com o nome "Nobel", de Alfred Nobel, e a palavra ignóbil, que expressa representa algo sem não nobreza, ou desprezível. Na origem, o Prêmio Ignobel é uma criação da revista de humor científico Annals of Improbable Research (https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=annals+of+improbable+research+magazine&tbm=nws) Anais da Pesquisa Improvável, traduzido livremente) e os prêmios são entregues em Harvard. A intenção construtiva é premiar pesquisas raras, honrar a imaginação e atrair o interesse público para a ciência, a medicina e a tecnologia.
O prêmio foi entregue pela primeira vez em Harvard, em 1991, sendo a cerimônia abrilhantada pela presença de autênticos laureados com o Prêmio Nobel, que entregaram o Prêmio IgNobel ao vencedor, numa cerimônia que até (desde 1996) inclui uma ópera.
É curioso que um vencedor do Prêmio Ignobel também foi vencedor do Prêmio Nobel, o holandês Andre Geim, que venceu o IgNobel em 2000 e o Nobel em 2010.

Este ano, a Volkswagen recebeu o Prêmio IgNobel, na categoria “Química”
por “reduzir” a emissão de gases poluidores de carros

Na noite de 22 de setembro, na Universidade de Harvard, a montadora alemã das auto foi satirizada ao ser agraciada, na categoria “Química”, por “ter resolvido” a questão da emissão de poluentes dos seus veículos, reduzindo  as emissões, sempre que os seus veículos passavam por testes.
O apresentador oficial, Marc Abrahams, declarou que o vencedor "não pôde ou não quis" comparecer à cerimônia. A maioria dos demais contemplados, por outro lado, compareceu.
A Volkswagen deixou assim de receber um troféu e um prêmio na forma de uma cédula de 10 trilhões de dólares do Zimbaue, que mal cobre o custo do material em que é impressa.
A relação dos premiados:
Química:Para a Volkswagen, por "acabar" com a poluição gerada por automóveis. De fato, um programa computadorizado feito pela Volks adulterava os resultados dos testes e os carros pareciam poluir uma fração de 1/40 em relação ao que realmente poluem (coluna EMPRESA-CIDADÃ, de quarta-feira, 12 de setembro de 2016);

Literatura: Agraciado o sueco Fredrik Sjöberg, pela trilogia autobiográfica sobre o prazer de colecionar moscas mortas numa ilha sueca de baixa densidade populacional;

Medicina: Para os alemães Christoph Helmchen, Carina Palzer, Thomas Münte, Silke Anders e Andreas Sprenger, pela pesquisa que mostrou que se pode aliviar a coceira num braço quando se olha no espelho e se coça o outro braço;

Economia: Para Mark Avis, Sarah Forbes e Shelagh Ferguson, por uma pesquisa sobre a personalidade das pedras da perspectiva de marketing;

Psicologia: Para um estudo feito com mil participantes que concluiu que jovens adultos mentem melhor, sem, no entanto, indagar se os entrevistados realmente estavam mentindo.
Reprodução: Ahmed Shafik, por pesquisar os efeitos do uso de calças de poliéster, algodão e lã na vida sexual dos ratos e depois repetir a experiência em homens.
Física: Gábor Horváth, Miklós Blahó, György Kriska, Ramón Hegedüs, Balázs Gerics, Róbert Farkas, Susanne Åkesson, Péter Malik e Hansruedi Wildermuth, por descobrirem por que cavalos de pelos brancos são menos atacados por moscas, e por descobrirem por que libélulas são atraídas por lápides pretas.
Paz: Gordon Pennycook, James Allan Cheyne, Nathaniel Barr, Derek Koehler e Jonathan Fugelsang, por seu estudo acadêmico "Sobre a Compreensão e Detecção de Idiotices Pseudo-Profundas".
Biologia: prêmio compartilhado por Charles Foster e Thomas Thwaites. Charles, por viver na natureza, em momentos diferentes, como um texugo, uma lontra, um veado, uma raposa e um pássaro; Thomas por projetar próteses para seus membros, que lhe permitiu deslocar-se pelas montanhas na companhia de cabras.
Percepção: Atsuki Higashiyama e Kohei Adachi, por investigar o quanto os objetos parecem diferentes, quando se curva para visualizá-los por entre as pernas.

Paulo Márcio de Mello*
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001,
continuamente, às quartas-feiras, no jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável e à ética nos negócios, através de casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda na temática.
A coluna EMPRESA-CIDADÃ também pode ser lida pelo Blog arteeconomia. Acesso através de http://pauloarteeconomia.blogspot.com