sábado, 28 de setembro de 2013

A anti-economista
                                                                                                                                                                     
Duas matérias publicadas sobre a futurista Hazel Henderson
revelam, a primeira, como as mulheres são desconsideradas
na economia do amor e como indicadores,
a exemplo do PIB, são mentirosos.
Na segunda, ela fala sobre os economistas, sobre os quais disse uma vez:
“Economistas? Não discuta com eles. Contrate-os...”
 
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Economista solidária
 
Há mais de três décadas, as ideias revolucionárias de Hazel Henderson inquietam economistas e políticos. Conheça a história da autodidata que se tornou uma voz planetária da economia sustentável.
 
“A mulher que mostrou ao mundo o que está errado na economia”. Em entrevista à GINGKO, Hazel Henderson revelou ser assim que gostaria que o neto a recordasse.
 
Considerada por muitos ícone da sustentabilidade, futurista ou anti-economista, Hazel explica com clareza a sua abordagem ao mundo que tem de se desvendar: “Prefiro ser acupunturista global, pois identifico os pontos nevrálgicos dos sistemas econômicos, indicando a cura para os seus efeitos nefastos”. Desafiando os paradigmas mais tradicionais, defende há mais de três décadas uma visão revolucionária, muitas vezes incômoda, da economia.
 
“Não estávamos preparados para os ensinamentos de Hazel nas décadas de 70 e 80. Mas não faz mal porque, do futuro de onde veio, ela já estava à espera. Por isso, quase octogenária, continua com um espírito vivaz como uma criança que se encanta com as vicissitudes do mundo, sem medo e com alegria contagiante”, afirmou à GINGKO Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, referência brasileira no setor da consultoria em sustentabilidade empresarial.
 
Ativista autodidata, Hazel Henderson nasceu perto do mar, na cidade inglesa de Bristol, há 76 anos. Com um pai austero e difícil e uma mãe doce e generosa, resolveu construir sozinha o seu caminho. Em vez da esperada licenciatura, Hazel abandonou os estudos e a casa dos pais e foi morar com a irmã. Queria aprender, mas não numa sala de aula. Por isso fez de tudo um pouco. Foi vendedora, recepcionista de hotel e empregada num clube de golfe.
 
“Desde muito cedo percebi que não era empregável e por isso tive de me inventar”, diz com graça. Autodidata e influenciada pelo gosto da mãe, sempre adorou ler. Devorava livros. Nas bibliotecas escolhia os que mais lhe interessavam e correspondia-se por carta com os autores, colocando-lhes as mais variadas questões. Hazel reconhece: “Tive os melhores professores possíveis. Eram os próprios escritores!”.
 
Depois de uma passagem pelas Bermudas, o casamento fixou-a em Nova Iorque, onde a maternidade passou a ocupá-la em exclusivo. No entanto, contra todas as expectativas, em meados dos anos 60 tornou-se numa empenhada ativista ambiental. A fuligem que encontrava diariamente na roupa e no corpo da filha alertou-a para a poluição da cidade, o que a levou a criar o movimento Citizens for Clean Air, que em poucas semanas atraiu cerca de 20 mil pessoas.
 
“Foi a licenciatura mais rápida que se pode imaginar! Num curtíssimo espaço de tempo aprendi noções ambientais e de biologia, descobri como organizar campanhas de sensibilização e percebi como funcionam as multinacionais e o governo local”, reconhece Hazel. Foi sempre entre os líderes políticos e empresariais que sentiu mais dificuldades em ser aceita. “Você é simpática, mas não percebe nada de economia”, respondiam-lhe com frequência. Uma provocação que lhe serviu de inspiração para muitos anos de estudo, em que economia e ecologia se tornaram inseparáveis.
 
Economia do amor
 
Hazel Henderson lembra-se do que despertou o seu desejo de mudar o mundo: “Ver que o trabalho das mulheres era desvalorizado, o que tornava a sociedade menos justa e a economia desequilibrada”. O seu novo olhar para a economia de um país foi influenciado por esta constatação e assemelha-se, como ela própria diz, a “um bolo de três camadas com cobertura”. A cobertura é o setor privado, empreendedor e criativo, apoiado na camada representada pelo setor público, sustentado pelos impostos e incluindo todas as infra-estruturas e bens coletivos. A visão tradicional considera que a soma destes dois níveis mostra a riqueza de um país.
 
Hazel defende que existem neste bolo mais duas camadas essenciais, que estão fora da visão dos economistas. Uma delas é a chamada economia do amor, onde está todo o trabalho não remunerado, movido pela cooperação e solidariedade, como o voluntariado, serviços domésticos, educação dos filhos ou assistência aos idosos. Segundo Hazel, esta economia do amor representa cerca de 50% de todo o trabalho produtivo realizado em qualquer sociedade, chegando mesmo a 65% em países em desenvolvimento.
 
A segunda camada é ocupada pela economia da natureza, com todo o potencial dos seus recursos naturais. Hazel defende, há 30 anos, que é preciso considerar estas duas últimas camadas para a avaliação da riqueza e progresso de um país. Basear as decisões políticas em indicadores econômicos que apenas consideram o topo do bolo é, para ela, limitador. “É ridículo medirmos o progresso de um país apenas pelo PIB. É como tripular um Boeing 747 tendo no painel de instrumentos apenas o indicador da pressão do óleo”.
 
Além do PIB
 
O ambientalista norte-americano Bill McKibben, no seu best-seller Deep Economy, escreveu: “Até há pouco tempo, ideias como felicidade ou qualidade de vida eram o gênero de conceitos que os economistas colocavam de parte, como irrelevâncias poéticas vindas de pessoas sem jeito para a matemática”. Hazel sempre se orgulhou de ser uma delas. E embora achasse que o seu trabalho só começaria a fazer sentido para as pessoas muito tempo depois da sua morte, a realidade é que os seus alertas, lançados já nos anos 70, começam agora a ter eco oficial.
 
No início de 2008, o governo francês criou a Comissão Stiglitz com o objetivo de identificar os limites do PIB como indicador de desenvolvimento econômico e progresso social, e de propor alternativas estatísticas. Numa comunicação de Setembro passado, o comissário europeu para o ambiente, Stavros Dimas, reconheceu: “Para mudarmos o mundo temos de alterar a forma como o conhecemos e o percebemos, e para isso precisamos ir além do PIB (www.beyond-gdp.eu)”.
 
Antecipando este cenário, Hazel Henderson co-criou, em 2000, os Indicadores de Qualidade de Vida Calvert-Henderson, que avaliam ativos ecológicos, sociais e culturais de um país, como educação, energia, emprego, saúde, ambiente, direitos humanos e segurança pública (www.calvert-henderson.com).
 
Trajetória incomum
 
A energia que colocou nas primeiras iniciativas como ativista ambiental manteve-se ao longo do percurso. Hazel foi uma dona de casa que se transformou, quatro décadas mais tarde, numa voz planetária da economia sustentável.
 
Autora de oitos livros, traduzidos para dez línguas, publica artigos em mais de 250 jornais e revistas, como a Harvard Business Review, The New York Times e Le Monde Diplomatique. Tem sido membro do conselho consultivo de prestigiadas organizações sociais e ambientais, como o Worldwatch Institute e o Social Investment Forum. Membro honorário do Clube de Roma, foi também consultora do U.S. Office of Technology Assessment e da National Science Foundation. Sem certificados acadêmicos formais, é Doutora Honoris Causa pelas universidades de Tóquio, São Francisco e Massachusetts. Da sua extensa lista de prêmios destaca-se o Global Citizen Award, que partilhou em 1996 com o Nobel da Paz A. Perez Esquivel. Trajeto que inspira os que se cruzam com ela.
 
“Hazel é imbatível na lucidez do seu diagnóstico, admirável na agudeza com que desnuda o status quo, e estimulante na eficácia das suas propostas inovadoras. Conviver com ela é entrar para um universo ainda invisível aos olhos da grande maioria, mas fundamental para o amanhã de todos nós” – este o retrato feito a seu respeito por Christina Carvalho Pinto, líder da plataforma Mercado Ético para a América Latina, atual projeto de Hazel Henderson.
 
Naturalizada norte-americana, Hazel vive em St. Augustine (Florida), a mais antiga comunidade européia nos Estados Unidos. Continua a opor-se ao consumismo desenfreado e ao endeusamento do dinheiro, defendendo uma economia solidária com as pessoas e com a natureza.
 
Uma nova ciência da vida, com que é resgatada a função original do mercado: pura troca de produtos e serviços a nível local, agora com a preciosa ajuda da internet. Para mostrar ao mundo que as suas ideias não são utopias, criou em 2005 a plataforma multimédia Ethical Markets, uma das maiores e mais completas do mundo dedicada à sustentabilidade. Os conteúdos chegam a mais de 80 milhões de pessoas, através da televisão, internet, livros, vídeos e organização de workshops.
 
“É uma mostra de histórias reais inspiradoras de lideranças empresariais que incorporam os novos valores que transcendem a economia, redefinem o conceito de riqueza e promovem o crescimento através do respeito pelo ser humano e pelo ambiente”, descreve Hazel. Um programa que corporiza a sua antiga paixão de dar voz a projetos em que todos ganham. Otimista por natureza, trabalhando tantas vezes no limiar do quase impossível, Hazel Henderson nunca se desencorajou e, como confidenciou à GINGKO, continua a acreditar. “As mudanças necessárias para o mundo são geracionais, e sei que não as conseguiremos alcançar durante o meu tempo de vida. Mas sei que seremos capazes”.
 
Por Ana Sofia Rodrigues, publicado na revista GINGKO.
quinta-feira, 4 de março de 2010
 
 
 
 
Fantasias de economistas, pesadelos do planeta
Hazel Henderson*
 
St. Augustine, Estados Unidos, julho/2013 , (IPS)
Há pouco participei de um debate sobre a negociação de alta frequência e ouvi os mesmos e conhecidos argumentos de que contribui para a liquidez e a determinação de preços nos mercados.
 
Estas afirmações sobre liquidez são difíceis de justificar depois do flash crash de 6 de maio de 2010, quando a falsa liquidez das negociações de alta frequência desapareceu, num momento em que eram necessárias, e as tradicionais obrigações dos formadores de mercado estavam ausentes.
 
A negociação de alta frequência implica intenso uso de ferramentas tecnológicas sofisticadas para obter informação do mercado financeiro e, em função da mesma, o intercâmbio de valores como ativos ou opções.
 
A determinação de preços é uma função dos graus de informação e conhecimento dos atores do mercado e do próprio mercado (tanto físico quanto eletrônico) no qual operam.
 
Os operadores de negociações de alta frequência contribuem pouco, e o modelo marker-taker que empregam - um desconto por transação aos formadores de mercado que asseguram liquidez e uma comissão por transação aos clientes que tomam liquidez do mercado - junto com os mercados eletrônicos de hoje, distorcem a fixação de preços de vários modos, mediante estratégias de colocação e "latência" (por exemplo, a velocidade de seus computadores), que são uma forma de investimento oportunista.
 
Na maioria dos mercados mundiais de hoje, a determinação de preços não sabe de fronteiras planetárias nem dos descobrimentos via satélites que mostram como funciona a Terra em relação à chuva diária de fótons de nosso Sol.
 
A maioria dos mercados e seus jogadores não entendem que a vida sobre a Terra depende dessa chuva de fótons e de como as plantas verdes os aproveitam, por meio da fotossíntese, para criar os alimentos que os seres humanos consomem.
 
A fixação de preços é uma atividade humana que depende não só de nossos níveis de conhecimento como também de nossos condicionamentos culturais e nosso comportamento de manada, tudo isto amplamente estudado por psicólogos, antropólogos, neurocientistas e endocrinologistas.
 
Na verdade, são muitos os que estudam hoje os corretores da bolsa como uma população clínica, e revelam até que ponto sua conduta está controlada por suas funções hormonais, como descreveu John Coates em seu livro The Hour Between Dog and Wolf (A Hora Entre o Cão e o Lobo, 2012).
 
Coates descreve que os jogos de azar e o uso excessivo da alavancagem financeira estão governados por um excesso de testosterona e induzem a multiplicar os riscos, como ocorreu a Jon Corzine ao desaparecer o MF Global. Coates mostra que as quedas do mercado de valores disparam o pânico quando o hormônio cortisol se torna dominante e o corretor da bolsa fica como um veado alucinado.
 
Esses processos hormonais causam diarreia e corridas ao banheiro para vomitar. Scott Patterson, em seu livro Dark Pools, relata que os corretores de bolsa que se dedicam aos negócios de alta frequência bebem menos líquidos para não terem que urinar, e alguns, inclusive, têm baldes junto ao computador caso precisem vomitar.
 
Uma atividade tão antiga como o ser humano pode tornar-se uma obsessão e um vício semelhante ao dos jogos de azar.
 
A determinação de preços que estes corretores dos mercados globais de hoje operam é claramente pouco confiável.
 
Então, devemos considerar a onipresença de externalidades, como os US$ 500 bilhões de subsídios anuais aos combustíveis fósseis, bem como milhares de outros subsídios, lacunas e falta de regulamentação na maioria dos setores industriais. Tudo isso distorce ainda mais os preços.
 
Por isso as afirmações de que a economia é uma ciência são absurdas, e por isso o advogado Peter Nobel e outros membros de sua ilustre família repudiam o fato de o Banco da Suécia entregar o Prêmio em Ciências Econômicas "em memória de Alfred Nobel".
 
A economia é deficiente não só nestes aspectos de comportamento, mas em suas pretensões de precisão matemática e em suas muitas ilusões devidas à abstração.
 
Com assinalei em The Politics of the Solar Age (A Política da Era Solar, 1981, 1988), o interesse complexo é uma fantasia das matemáticas, aplicada à sociedade por poderosos interesses financeiros, como nas políticas "de austeridade".
 
A economia tampouco admite as leis da termodinâmica, desde que a profissão proclamou, há um século, sua rejeição ao químico Frederick Soddy, que propôs que o Sol era a fonte de toda a vida. A crítica a Soddy foi republicada em 2012 em Cartesian Economics (Economia Cartesiana, Cosimo Books).
 
E poderia continuar. A economia é uma profissão útil, como a contabilidade, para nos ajudar a assentar transações e manejar livros e balanços. A macroeconomia se tornou uma aberração ao pretender uma precisão matemática e uma ilusão de equilíbrio geral em sociedades vivas, dinâmicas e em evolução.
 
Os seres humanos se negam a se comportar como bolas de golfe, mas os governos, a academia e os atores do mercado ainda se baseiam nestes modelos de equilíbrio geral.
 
As fantasias dos economistas Kenneth Arrow e Gerard Debreu sobre o "mercado completo" se converteram nos pesadelos da negociação de alta frequência, nas crises financeiras recorrentes e no fechamento das terras tradicionais dos povos indígenas.
 
Agora, o fundamentalismo do mercado ameaça liquidar os últimos vestígios de florestas virgens do planeta e causar novas extinções de espécies em habitat cada vez mais reduzidos.
 
Isto me faz recordar o senador Robert Kennedy, quando dizia que o produto interno bruto mede tudo, menos o que nos orgulha de sermos norte-americanos, e as famosas palavras de Oscar Wilde: podemos "conhecer o preço de tudo e o valor de nada".
 
Publicado em Envolverde / Inter Press Service – IPS [http://ips.org/ipsbrasil.net/nota.php?idnews=9680]
 
*Hazel Henderson é presidente do Ethical Markets Media (Estados Unidos e Brasil) e criadora do Green Transition Scoreboard (FIN/2013).
 
 
 

Dia da sobrecarga

                                                    
Cada vez mais cedo, a Humanidade utiliza os recursos do planeta
em intensidade maior do que a Natureza consegue restabelecer.

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 Quarta-feira, 18 de setembro de 2013
coluna EMPRESA-CIDADÃ
por Paulo Márcio de Mello*
 
► O mês chega ao seu final, marcado pela virada do planeta em relação ao uso dos seus recursos naturais. Chamado de Dia da sobrecarga da Terra, em 20 de setembro, a Humanidade “entrou no cheque especial”, passando a utilizar mais do que a Natureza pode restabelecer.
 
► O cálculo é realizado pela ONG Global Footprint Network (ou, Rede Global da Pegada Ecológica), cotejando a demanda sobre os recursos naturais utilizados na satisfação das necessidades humanas, com a capacidade de regeneração dos estoques e de reciclagem dos resíduos, a conhecida pegada ecológica. Nesta data, o consumo humano esgotou o que a Natureza é capaz de oferecer em um ano.
 
► De acordo com a ONG Global Footprint Network, à medida que aumenta o consumo global, cresce o déficit ecológico, expresso por redução das áreas de florestas, perda da biodiversidade, diminuição da produtividade das áreas agricultáveis, aumento das emissões de carbono e pela dívida com os que herdarão o planeta.
 
► O ingresso no “cheque especial entre gerações” ocorre cada vez mais cedo. Em 2011, o Dia da sobrecarga ocorreu em 27 de setembro e, em 2012, em 22 de setembro. Segundo a ONG Global Footprint Network, os atuais padrões de consumo exigiriam um planeta Terra e meio para ser sustentado e que, se não houver mudanças incisivas neste padrão, em 2050, serão necessários dois planetas.
 
► No levantamento da ONG Global Footprint Network, por exemplo, o Japão consome 7,1 vezes mais do que dispõe. Se o “american way of life” pudesse ser adotado por todos os povos da Terra, com o mesmo padrão de consumo dos EUA, seriam necessários cinco planetas Terra para suportar a demanda por recursos ambientais.
 
► No início da década de 1960, a Humanidade utilizou cerca de dois terços dos recursos ambientais. Desde então, rapidamente, o cenário vem sendo modificado. Atualmente, mais de 80% da população mundial vivem em países que empregam mais recursos do que os seus ecossistemas conseguem restaurar. Os países deficitários precisam importar recursos ambientais para manter os padrões de consumo.
 
► Os fluxos de trânsito internacional dos recursos naturais, dos países superavitários para os deficitários, ameaçam o equilíbrio das nações que, como o Brasil, ainda são ambientalmente credoras. Mudanças são requeridas, com urgência, como a revisão da geração de energia de origem fóssil, investimentos na oferta de transporte público de qualidade, no lugar do transporte individual, estímulo ao consumo responsável, substituição dos padrões de irrigação da grande agricultura, forte desperdiçadora de água, e das dietas alimentares baseadas predominantemente no consumo de carne bovina e de alimentos processados.
 
Progresso social
 
A divulgação do Índice de progresso social (IPS) durante a conferência internacional 2013, do Instituto Ethos de Empresas e responsabilidade social, apresenta o Brasil em 18º lugar, com uma pontuação de 52,27, entre 50 países pesquisados, o primeiro entre os BRICs. Em relação aos países da América do Sul, o país é superado pelo Chile e pela Argentina.
 
O IPS foi criado por Michael Porter, professor da Harvard Business School, e pela instituição social Progress Imperative, em conjunto com economistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Trata-se de mais uma tentativa de medir o progresso de uma nação por meio de resultados sociais e ambientais, e não por indicadores restritos aos aspectos econômicos, como o PIB.
 
O IPS utiliza dados do Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde, observando-se necessidades humanas básicas, como disponibilidade de água potável, moradia e saneamento básico; aspectos de bem-estar, como acesso à informação, saúde e conhecimento básico; e oportunidades, como liberdade individual, acesso à educação superior e direitos sociais.
 
A Suécia figura como o país socialmente mais avançado do mundo, com 64,81 pontos, seguida pelo Reino Unido (63,41 pontos), Suíça (63,28), Canadá (62,63), Alemanha (62,47), EUA (61,56), Austrália (61,26), Japão (61,01), França (60,70), Espanha (60,43), Coreia do Sul (59,86), Costa Rica (57,36), Polônia (56,92), Chile (56,6), Argentina (56,32), Israel (54,79), Bulgária (54,08), Emirados Árabes (50,89), Turquia (50,69), República Dominicana e Colômbia (50,52), Tailândia (50,28), Peru (50) e México (49,73).
 
Paulo Márcio de Mello
paulomm@paulomm.pro.br

Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
 
A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.

 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013


De volta a Durban

                                                       

A fotografia dos ocupantes da diretoria e dos cargos de comando
de empresas é monocromática.
A Declaração de Durban sugere caminhos para promover
a diversidade que falta. Este é um desafio comparável
aos do projeto Millennium.

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Quarta-feira, 18 de setembro de 2013
coluna EMPRESA-CIDADÃ
por Paulo Márcio de Mello*
 
Entre diversas declarações de conteúdo ético já escritas, referências para orientar ações governamentais ou empresariais, está o projeto Millennium. Trata-se de uma iniciativa do Conselho Americano da Universidade das Nações Unidas (UNU), que busca organizar uma rede de planejamento global, envolvendo pesquisadores, futuristas, acadêmicos, executivos, legisladores, educadores e cientistas.
 
Através de suas visões de futuro e de monitoramentos anuais, estas pessoas concentram os seus esforços para propor soluções para quinze importantes desafios que o mundo está vivendo. O Millennium fornece informações permanentes de forma que lideranças e gestores de cada região do planeta possam identificar, avaliar e analisar temas com impacto global.
 
São 15 os desafios globais eleitos: 1º) O desenvolvimento sustentável, expresso por uma pergunta: como podemos alcançá-lo? 2º) O desafio da água, com a indagação de como todos podem ter acesso a ela, sem conflitos.
 
3º) População e recursos, como podem estar em equilíbrio? 4º) Democratização, como a verdadeira democracia poderá emergir do autoritarismo? 5º) Perspectivas globais de longo prazo, como elas podem passar a nortear a criação de políticas mundiais? 6º) A globalização da tecnologia da informação, como a globalização e as convergentes tecnologias da informação e da comunicação poderão trabalhar para o bem comum?
 
7º) A distância entre ricos e pobres, como as economias de mercado podem ser norteadas por uma ética social que as estimule a reduzir as diferenças entre ricos e pobres? 8º) Doenças, como reduzir a ameaça de novas doenças e de microorganismos infecciosos? 9º) Capacidade de decisão, como pode ser aprimorada à medida que mudam as instituições e a natureza do trabalho?
 
10º) Paz e conflito, como novos valores e estratégias de segurança podem reduzir os conflitos étnicos, o terrorismo e o uso de armamentos com poder de destruição massiva? 11º) Mulheres, como a mudança no status social da mulher pode ajudar a melhorar a condição humana? 12º) Crime transnacional, como evitar que o crime organizado se torne o mais poderoso e sofisticado empreendimento global?
 
13º) Energia, como a demanda crescente de energia pode ser atendida de forma segura e eficiente? 14º) Ciência e Tecnologia, como as inovações científicas e tecnológicas podem ser aceleradas para melhorar a condição humana? 15º) Por último, ética global, como as considerações globais podem se incorporar no cotidiano das decisões globais?
 
Estes desafios, quando muito, estão apenas parcialmente equacionados mas, pela urgência de soluções necessárias, representam uma pauta que não pode ser desconhecida das organizações que se proclamam responsáveis.
 
 
Durban
 
Outra declaração de conteúdo ético que não pode ser ignorada é a Declaração de Durban, que leva o nome da cidade da África do Sul onde foi realizada, em setembro de 2001, a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata.
 
Ela faz referências objetivas a algumas possibilidades de atuação das empresas neste temário. É o caso do parágrafo 63, que incentiva o setor empresarial, em particular a indústria do turismo e os provedores de serviços da Internet, a desenvolverem códigos de conduta, visando a impedir o tráfico de seres humanos e a proteção das suas vítimas.
 
No item referente ao emprego, a Declaração de Durban menciona a necessidade de organização e funcionamento de empresas cujos proprietários sejam vítimas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata, com a correspondente promoção da igualdade de condições de acesso ao crédito e a programas de treinamento.
 
O parágrafo 104 menciona o apoio à criação de locais de trabalho livres de discriminação, através de estratégias complexas que incluam o cumprimento dos direitos civis e a proteção dos direitos dos trabalhadores sujeitos ao racismo e à intolerância racial.
 
No parágrafo 215, no título "Setor privado", a declaração insta os Estados a adotarem medidas para assegurar que as corporações transnacionais operem nos territórios nacionais, respeitando preceitos e práticas de livres de racismo e de discriminação.
 
Incentiva ainda a colaboração com sindicatos para o desenvolvimento de códigos de conduta de adoção voluntária, destinados à prevenção, ao combate e à erradicação do racismo. A Declaração de Durban oferece às empresas responsáveis um roteiro de possibilidades para aproximar cidadãos tão afastados.
 
Doze anos após a realização da Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata e da edição da Declaração de Durban, as mudanças na discriminação racial e na diversidade nas empresas ainda são inexpressivas.
 
Paulo Márcio de Mello


Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013


 
Deserto do planejamento
 
                                                             
Importantes mudanças climáticas vão impactar
os biomas brasileiros de formas diferentes.
O que está sendo feito para o país
encarar as transformações
que mexerão com a vida das pessoas e
com a economia?
 
blog do professor paulo márcio
economia&arte
 
Quarta-feira, 11 de setembro de 2013
coluna EMPRESA-CIDADÃ
por Paulo Márcio de Mello*
 
      Relatório divulgado nesta semana pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas indica a previsão de aumento do aquecimento no país, no decorrer deste século, com redução de chuvas no Norte e no Nordeste e aumento no Sudeste e no Sul. As margens da previsão são de 1ºC a 5ºC para a temperatura e de 5% a 20% nas mudanças no volume de chuvas, conforme o comportamento da emissão de gases causadores do aquecimento global.
 
      Os biomas da Amazônia, Cerrado e Caatinga deverão experimentar secas mais intensas, com a possibilidade de transformação do Semiárido nordestino em deserto. Na Amazônia, até 2040, haverá redução de 10% de chuvas e elevação de até 1,5ºC na temperatura.
 
      De 2040 até 2070, a redução prevista no volume de chuvas é de 25% a 30% e aumento na temperatura de 3ºC a 3,5ºC. De 2071 até o final do século XXI, a diminuição no regime de chuvas alcançará de 40% a 45% e a elevação da temperatura atingirá de 5ºC a 6ºC. O desmatamento contribui para acentuar a gravidade dos fenômenos, acarretando a savanização da Amazônia.
 
      Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na mesma semana, mostram que o número de alertas sobre desmatamento e degradação da Floresta Amazônica cresceu 35%, entre agosto de 2012 e julho de 2013, na comparação com igual período do ano anterior.
 
      As áreas atingidas chegam a 2.766 km2, enquanto no ano precedente chegou a 2.051 km2, representando uma perda 35% maior. As queimadas, por causas naturais e intencionais, respondem pela expansão das áreas degradadas. A maior parte dos alertas foi representada pelo corte raso da vegetação (59%), seguida por fogo (33%) e exploração florestal (3%). O restante (5%) é decorrente de falhas técnicas na apuração das imagens de satélite.
 
      Os estados mais afetados pelos alertas de detecção de desmatamento são Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas. Mato Grosso liderou a devastação no último ano, com 1.184km2, mais 25% em relação ao ano anterior. A pecuária extensiva explica a devastação.
 
      No estado do Pará, a região mais atingida é o eixo da BR 163 (Cuiabá - Santarém), pela pecuária e pela grilagem. No Amazonas, as regiões mais visadas são o Sul do estado, pelo desmatamento, e o eixo da rodovia Transamazônica, pelas atividades da pecuária.
 
      A ação de madeireiras também prejudica a região. De agosto de 2012 até abril de 2013, o Ibama apreendeu 68.000 m3 de madeira em toras e 17.000 m3 de madeira serrada. Foram embargados 252.000 ha, emitidos 4.000 autos de infração, atingindo quase R$ 2 bilhões em multas, apreendidos 86 caminhões, 158 tratores e 291 motosserras.
 
      Na Caatinga, até 2040, deverá ocorrer um acréscimo de 0,5ºC a 1ºC na temperatura e redução no volume de chuvas de 10% a 20%. De 2041 a 2070, o aumento da temperatura será de 1ºC a 2,5ºC e a redução no volume de chuva de 25% a 35%. De 2071 até o final do século, a temperatura será elevada de 3,5ºC a 4,5ºC e a diminuição das chuvas será de 40% a 50%.
 
      No Cerrado, estão previstas elevação de 1ºC na temperatura e redução de 10% a 20% nas chuvas, até 2040. De 2041 até 2070, a temperatura será elevada de 3ºC a 3,5ºC e a quantidade de chuvas será reduzida de 20% a 35%. De 2071 até o final do século, o aumento da temperatura ficará entre 5ºC e 5,5ºC e a diminuição de chuvas entre 35% e 45%.
 
      O Pantanal, até 2040, deverá sentir aumento de 1ºC na temperatura e diminuição de 5% a 15% no regime de chuvas. Daí até 2070, o volume de chuvas será reduzido, caindo de 10% a 25%, enquanto a temperatura será elevada de 2,5ºC a 3ºC. Após 2070 até o final do século, a temperatura será elevada de 3,4ºC a 4,5ºC e o volume de chuvas será reduzido de 35% a 45%.
 
      O nordeste da Mata Atlântica, até 2040, verificará alta de temperatura entre 2ºC e 3ºC e redução de chuva entre 20% e 25%. Daí para o final do século, as mesmas variações serão sentidas. No sul e sudeste da Mata Atlântica, a temperatura subirá entre 2,5ºC e 3ºC,  até o final do século.
 
      Nos Pampas, as projeções são de 5% a 10% mais chuvas e 1ºC mais de temperatura, até 2040. A partir de então, o aquecimento oscilará entre 1ºC e 1,5ºC e a intensificação das chuvas será de 15% a 20%, até 2070. Até o final do século, a alta de temperatura será de 2,5ºC a 3ºC e o aumento de chuvas será de 35% a 40%.
 
      As projeções do Painel ocuparam três anos de estudos e envolveram mais de 300 cientistas brasileiros. O planejamento de soluções para as impactantes transformações que as mudanças climáticas terão na vida dos brasileiros e das suas atividades econômicas exige urgência.
 
*Paulo Márcio de Mello
paulomm@paulomm.pro.br
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
 
A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Mais com menos ou ... 
                                                                                                                          
 
Com 9 bilhões de habitantes em 2050,

mudanças climáticas

e profundas desigualdades,

haverá água para todos?

Iniciativas de diferentes qualidades

feitas por empresas significam soluções?

 

blog do professor paulo márcio

 economia&arte
 

Quarta-feira, 4 de setembro de 2013

coluna EMPRESA-CIDADÃ

por Paulo Márcio de Mello*

 

 

        No dia 2 de setembro, foi instalada, em Estocolmo (Suécia), a 23ª Semana Mundial da Água. Desta vez, o foco é a cooperação multilateral para a utilização da água, visando o equilíbrio entre o crescimento das atividades econômicas e da população do planeta e a escassez dos recursos hídricos.
 
        O Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI, na sigla em inglês), criador do fórum anual da Semana Mundial da Água, divulgou nota em que ressalta a previsão de que seremos nove bilhões de habitantes, até 2050, enquanto a disponibilidade de água não aumentará, o que representa um desafio à capacidade de estabelecer parcerias firmes e cooperação imparcial.
 
        Um dos eventos da Semana Mundial da Água será a premiação da empresa Netafim, com o Prêmio da indústria da água de Estocolmo, por realizações na gestão sustentável da água e contribuições para diminuir o problema da fome no planeta. A distinção é concedida pelo SIWI, em parceria com o Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e com a Real Academia Sueca de Ciências da Engenharia, reconhecendo iniciativas de aperfeiçoamento de desempenho e inovação de processos que melhorem a situação da água no mundo.
 
        A Netafim, pioneira em tecnologia de irrigação localizada (por gotejamento), foi criada em 1965. Atualmente, opera em 110 países. A tecnologia por ela comercializada foi desenvolvida no deserto de Negev, onde está situado o Kibbutz Hatzerim. Lá, o engenheiro Simcha Blass aperfeiçoou um equipamento fundamental, o tubo gotejador, capaz de levar a água onde as necessidades hídricas das plantas são mais críticas, sem o desperdício comum aos sistemas de aspersão baseados nos fotogênicos pivôs.
 
        Com o tempo, os profissionais da Netafim desenvolveram a tecnologia, com a introdução do gotejador de botão, que utiliza um labirinto em espiral para formar o fluxo laminar de água, depois o labirinto dentado e outros componentes. Em um cenário de pressão sobre o recurso finito da água, a irrigação por gotejamento e microaspersão apresenta-se como a modalidade mais sustentável para a agricultura, que é responsável por quase 70% do uso de água no planeta.
 
        Na página da empresa (www.netafimlegacy.com), Rachel Shaul, diretora de marketing, pergunta com orgulho, quantas empresas podem dizer que seus produtos contribuem para que dezenas de milhões de pessoas tenham a certeza de que terão o bastante para comer todos os dias.
 
        A política de meio ambiente da Metafim está baseada em princípios, como o da escolha de empresas candidatas a investimento baseando-se nas questões de meio ambiente; e comprometimento com a prevenção de danos ao meio ambiente e melhoria contínua nos processos de meio ambiente. O reconhecimento de que os recursos naturais, em especial a água, são bens públicos; o comprometimento com o princípio do desenvolvimento sustentável; e o comprometimento com a proatividade complementam os princípios da política ambiental da Metafim.
 
        Ajudando o mundo a produzir mais com menos é a Visão geral da Metafim.

... mais com mais?
 
Outro evento que marcará a 23ª Semana Mundial da Água será a apresentação do Projeto em prol conservação da Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no estado de São Paulo, em parceria com a The Nature Conservancy (TNC).
 
O conceito do projeto é o de que as áreas naturais prestam muitos serviços à sociedade, com destaque para a ação garantidora da qualidade e da quantidade da água, e de que estes serviços devem ser remunerados, constituindo-se em Pagamento por serviços ambientais. As ações da Ambev tem por princípio o reconhecimento de que a água é a principal matéria prima da empresa, estratégica, portanto, para o seu desenvolvimento.
 
Outro projeto da Ambev é o Banco CYAN, lançado em 2011, que premia a redução do consumo de água. O mecanismo resume-se através de alguns passos, como o de acesso das pessoas à informação sobre a média domiciliar de consumo doméstico de água; pontuação pela redução do consumo doméstico (uma espécie de “antimilhagem”); e utilização dos pontos para o consumo através de alguns dos maiores “sites” de compras existentes. A Ambev informa que a iniciativa Banco CYAN já “proporcionou a economia de mais de 325 milhões de litros de água”.
 
Considerando que o consumo doméstico de água representa não mais do que 2% do total e que a iniciativa, ao fomentar o consumo, aumenta o consumo industrial de água (cerca de 29% do total) e agropecuário (cerca de 69% do total), seria oportuno um “noves fora”, para concluir se a iniciativa reduz mesmo ou estimula o consumo de água.
 
Paulo Márcio de Mello
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.