quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Recall de 18 mil toneladas
                                                              
Marcas, alguém já disse, são “religiões” modernas. Pessoas são “devotas” de marcas. O que acontece quando a devoção é traída?
 
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economia&arte
 
Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Coluna EMPRESA-CIDADÃ

Paulo Márcio de Mello*

 

u        A Northern California Company está realizando um recall de mais de 18 mil toneladas de carne para consumo humano por ter industrializado animais doentes, sem a inspeção federal completa. A quantidade de carne tirada do mercado equivale a um ano de produtos processados pelo Rancho Feeding Corporation (Petaluma, Califórnia), sob a inspeção da USDA Food Safety and Inspection Service (agência norte americana responsável pela inspeção de segurança de alimentos).
 
u        Os produtos impróprios para o consumo foram produzidos entre 1º de janeiro de 2014 e 7 de janeiro de 2014 e foram transferidos para centros de distribuição nos estados da Califórnia, Flórida, Illinois e do Texas. Os produtos correspondem a carcaças, rabo, fígado, língua, vitela e ossos.
 
Fim de semana antecipado
 
A Bristol-Myers Squibb antecipa fim de semana dos colaboradores, um benefício adotado pelo Programa de Qualidade de Vida que busca proporcionar maior conforto na volta para casa e melhorar índice de “turnover”.
 
A empresa decidiu adotar meio expediente às sextas-feiras a todos os profissionais que trabalham no escritório localizado na Chácara Santo Antônio, zona Sul de São Paulo, cujas instalações também abrigam um bicicletário, com capacidade para 11 bicicletas.
 
"O projeto busca oferecer ao colaborador uma maior flexibilidade, qualidade de vida e aumento de responsabilidade pela gestão de suas prioridades", comenta Andrezza Bordon, coordenadora de RH da Bristol-Myers Squibb. "Os resultados obtidos com as ações têm demonstrado o valor da adoção dessa estratégia de RH. A nossa expectativa é alcançar maior produtividade ainda, melhorando nosso índice de turnover". Alguns profissionais contam ainda com a possibilidade de trabalhar em casa uma vez por semana, de forma a poder programar as atividades pessoais, garantindo qualidade de vida para eles e seus familiares.
 
A Bristol-Myers Squibb é uma empresa biofarmacêutica global cuja missão é descobrir, desenvolver e disponibilizar medicamentos inovadores que ajudem os pacientes a superar doenças graves. Eleita a melhor farmacêutica pela revista Forbes no ano passado, foi considerada, em 2012, a Companhia Global mais Admirada pela Fortune e ficou em primeiro lugar na lista das 100 Melhores em Cidadania Corporativa, pela revista Corporate Responsability. Mais informações pelo endereço eletrônico http://www.bristol.com.br ou pelo twitter @bmsnews.
 
A reinvenção do planejamento: o futuro em ação
 
Depois de realizado com grande sucesso em São Paulo, chega ao Rio a metodologia Perspektiva. Encarado como uma “reinvenção” do planejamento, com o acesso a metodologias de vanguarda, os fundamentos básicos dos Estudos do Futuro, um passeio pelas megatendências que estão mudando as organizações, a sociedade, as relações de consumo e o mundo dos negócios.
 
A Perspektiva traz conteúdos reconceituados, com apoio de imagens e sons que instigam os participantes a pensar nas mudanças já. Exposição, interação, exercícios prospectivos e reflexão. Uma reinvenção de processos relacionados ao planejamento estratégico, gestão de mudança e inovação.
 
Os participantes recebem material didático de apoio, ampla bibliografia e certificado de participação do NEF, Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP e do Projeto Millennium. Oportuno para executivos, gestores empresariais, profissionais de planejamento, gerentes de produto, pesquisadores de mercado, analistas de mercado, profissionais de marketing, comunicadores em geral, e agentes sociais e de desenvolvimento organizacional.
 
O Workshop O Futuro em Ação, tematizado na disciplina da Prospectiva Estratégica, traz um novo modelo de planejamento, pautado no futuro e que garante maior reserva de inteligência criativa.
 
É conduzido pela futurista Rosa Alegria, Vice-Presidente do NEF Núcleo de Estudos do Futuro, com apoio de Diego Conti, doutorando da PUCSP e do NEF Núcleo de Estudos do Futuro.
 
A troca de experiências, informações e visões reforça a plausibilidade da co-criação de um futuro melhor para a Humanidade. São 2 dias de imersão no que há de mais inovador em metodologias para processos de planejamento e inovação, visão de futuro, desenvolvimento de cenários, análise de tendências e novos conceitos de planejamento.
 
No Rio de Janeiro, o encontro será realizado no Centro Cultural do Jardim Botânico, em 14 e 15 de maio próximos, no Espaço Imperatriz. Mais informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico perspektiva@gmail.com .
 
Paulo Márcio de Mello
*Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
 
A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Educação (II)
                                                               
O Brasil não dispõe de um Plano Nacional de Educação desde 2011, quando o anterior expirou. O Congresso discute uma proposta contendo 21 metas. Com passos de formiga...
 
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Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
EMPRESA-CIDADÃ
por Paulo Márcio de Mello*
 
u      Um novo Plano Nacional de Educação (PNE) está em tramitação no Congresso Nacional, com 21 metas propostas para serem cumpridas em dez anos. Aprovado no Senado, no finalzinho do ano passado, o plano volta à Câmara dos Deputados para a apreciação das emendas com que os senadores modificaram o texto inicial. Como não poderia deixar de ocorrer em matéria como esta, a nova versão é objeto de críticas. Entre as mais eloquentes, estão aquelas formuladas pelos movimentos de educação, denunciando o viés privatizante do texto aprovado no Senado.
 
u      Entre os aspectos privatizantes mais criticados do novo plano estão aqueles relacionados ao Fies, que facilita o financiamento das mensalidades pagas por estudantes a instituições privadas de ensino, e ao Prouni, que disponibiliza a oferta de bolsas de estudo em universidades particulares. No texto em discussão, estes dispêndios seriam classificados como gasto público, inflando o dispêndio educacional, como se fosse público, quando não é de fato.
 
u      São os seguintes os 21 temas propostos pelo PNE e metas correspondentes. (01) Educação infantil (expansão da creche e universalização da pré-escola); (02) Ensino fundamental (a universalização do acesso e conclusão na idade certa); (03) Ensino médio (a universalização do acesso e matrícula na idade certa; (04) Educação especial (a universalização do acesso e atendimento educacional especializado para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; (05) Alfabetização na idade certa (considerada como tal a de 8 anos, 7 anos e, ao final do plano, 6 anos; (06) Educação em tempo integral (em 50% das escolas e para 25% dos alunos da educação básica); e (07) Qualidade da educação básica (alcançar a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB).
 
u      Outras temas propostos pelo PNE e metas correspondentes são, (08) Elevação da escolaridade de jovens de 18 a 29 anos e diminuição da desigualdade educacional (rural, Norte/Nordeste, e os 25% mais pobres); (09) Erradicação do analfabetismo e redução do analfabetismo funcional em 50%; (10) Educação de jovens e adultos integrada à educação profissional (25% das matrículas do ensino fundamental e médio); (11) Educação profissional de nível médio (triplicar matrículas e assegurar 50% de vagas gratuitas); (12) Educação superior (expansão do acesso, especialmente entre a população de 18 a 24 anos); (13) Qualidade da educação superior e titu lação do corpo docente (atingir 75% de mestres e doutores, sendo 35% de doutores); e (14) Expansão da pós-graduação (atingir 60 mil mestres e 25 mil doutores, anualmente).
 
u      Finalmente, os temas e as metas propostas pelo PNE, compreendem (15) Formação de profissionais da educação, de forma inicial e continuada; (16) Formação de professores da educação básica, de forma continuada e incrementando a pós graduação; (17) Valorização dos profissionais do magistério público (equiparar a remuneração aos demais profissionais); (18) Carreira dos profissionais da educação básica e superior (valorizar planos e piso salarial); (19) Gestão democrática do ensino público básico e superior; (20) Investimento público em educação (equivalente a 10% do PIB); e finalmente, (21) Estimular a Produção Cientí ;fica (alcançando 4 doutores, por grupos de mil habitantes).
 
u      Na poeira da mobilização popular deflagrada em junho de 2013, o Congresso Nacional aprovou, em setembro, a aplicação de 75% dos royalties do petróleo em educação. Isto não assegura, no entanto, uma das propostas críticas do novo plano, de elevar os dispêndios em educação para 10% do PIB. De acordo com a UNESCO, atualmente, o país aplica 5,9%.
 
u      Indicadores adotados para medir o dispêndio em educação também estão sob a luz das críticas. O montante do valor absoluto gasto é preterido em outros países, em benefício de indicadores como o do gasto por aluno. Ademais, o tamanho do dispêndio não pode ser utilizado como uma "cortina de fumaça" que esconde a qualidade.
 
u      Outras exclusões criticadas no texto aprovado no Senado referem-se a novas fontes de financiamento aprovadas pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Recaem sobre 50% do bônus de assinatura dos contratos de partilha de produção de petróleo e gás e pelo menos 25% dos recursos das compensações financeiras da União, estados, Distrito Federal e municípios, para exploração mineral e de recursos hídricos usados para geração de energia elétrica.
 
u      O texto aprovado no Senado também negligenciou as metas aprovadas na Comissão de Educação, de reservar 40% das vagas nas instituições públicas de ensino superior e 50% das vagas no ensino profissionalizante para alunos originários de escolas públicas.
 
u      Como 2014 é um ano eleitoral, é provável que o Congresso prefira o ruído da Copa do Mundo de Futebol da FIFA, negligenciando os debates que revelam a importância subalterna atribuída à educação em nosso país. Há cerca de três anos, o país não dispõe de um plano nacional de educação, visto que o anterior expirou em 2011. Com certeza, o Brasil não passaria tanto tempo sem uma seleção de futebol.
 
Paulo Márcio de Mello
paulomm@paulomm.pro.br
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
 
A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Declaração final
 do Fórum social temático FST 2014
                                                              
Um alerta para possíveis retrocessos
da agenda democrática mundial.
 
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economia&arte
Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
EMPRESA-CIDADÃ
por Paulo Márcio de Mello*
 
u      Foi realizado em Porto Alegre (RS), no final do mês passado, o Fórum Social Temático, "Crise Capitalista, Democracia, Justiça Social e Ambiental", que reuniu representantes de movimentos sociais, sindicatos, e organizações não governamentais (ONGs) de diversas partes do mundo.
 
u      De 2001, quando se realizou o primeiro Fórum Social Mundial, até o presente, quais as principais mudanças percebidas pelos participantes? Na avaliação dos organizadores, a "crise internacional do sistema capitalista chega ao seu auge com a desestruturação das economias dos países europeus e norte-americanos e da retirada constante de direitos sociais de seus trabalhadores e trabalhadoras. Como parte deste processo de crise mundial há uma profunda crítica à capacidade de representação dos anseios políticos por parte dos partidos, inclusive dos partidos de esquerda. Este dois fatores colocam a sociedade civil internacional em alerta para possíveis retrocessos da agenda democrática mundial".
 
u      Apesar da acentuada deterioração do cenário, os movimentos sociais reunidos no Fórum Social Temático renovaram o compromisso histórico com a construção de um outro mundo possível e com a definição coletiva de lutas comuns, expressos da Declaração Final (http:// www.une.org.br/2014/01/movimentos-sociais-divulgam-declaracao-do-fst/).
 
u      A defesa da soberania, da autodeterminação dos povos, dos bens comuns, da justiça social, econômica, ambiental e de gênero, e o combate a todo tipo de discriminação, foram relacionados como "a chave para o enfrentamento e a superação da crise, fortalecendo o protagonismo popular e um Esta do cada vez mais democrático, livre das corporações e a serviço dos povos".
 
u      As grandes corporações transnacionais são destacadas por privatizar a vida, os serviços públicos e os bens comuns, como a água, o ar, a terra, as sementes e os recursos minerais. Elas também foram apontadas pelo financiamento de guerras, além de reproduzirem práticas extrativistas insuste ntáveis para a vida, e por desenvolverem alimentos transgênicos que tiram dos povos o direito à alimentação saudável e eliminam a biodiversidade.
 
u      No plano econômico, o relatório aponta a economia solidária, que se concretiza no aprofundamento das cadeias produtivas solidárias, como vital para democratizar a economia, assim como políticas que protejam as produções locais, dignifiquem as práticas no campo e conservem os valores ancestrais da vida.
 
u      O aquecimento global é apontado como consequência do sistema capitalista de produção, distribuição e consumo. As transnacionais, as instituições financeiras internacionais e os governos a seu serviço não querem reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa.
 
u      Em consequência, o relatório traz uma convocação ampla de participação na COP 20 (Conferência sobre Mudanças Climáticas, a ser realizada em novembro de 2014, no Peru), para manifestar indignação diante da falta de compromisso das nações do Norte com as redu&ccedi l;ões de emissão de gases.
 
u      Há também uma denuncia ao "capitalismo verde" e às "falsas soluções à crise climática, como os agrocombustíveis, os transgênicos e os mecanismos de mercado de carbono, como o REDD". O documento defende a soberania alimentar e o acordo alcançado na Cúpula dos Povos Con tra as Mudanças Climáticas e pelos Direitos da Mãe Terra, realizada em Cochabamba (2010), onde verdadeiras alternativas à crise climática foram construídas com movimentos e organizações sociais e populares de todo o mundo.
 
u      Outras denúncias incluídas no relatório são referentes à violência contra a mulher, sobretudo contra a mulher negra, exercida regularmente como ferramenta de controle de suas vidas e de seus corpos, e contra o aumento da superexploração de seu trabalho. O relatório defende o estado laico, como base do avanço no debate sobre os direitos sexuais e reprodutivos.
 
u      Integram a pauta de reivindicações os direitos humanos das populações vítimas de racismo, povos indígenas, negros e quilombolas, bem como a promoção de uma cultura de paz que inclua a eliminação de todas as armas nucleares e o combate à intolerância religiosa.
 
u      A educação, a ciência e a tecnologia recebem referência explícita como fundamentais para a soberania dos povos. Destaque é dado para a luta contra a repressão dos povos e a criminalização dos protestos e dos movimentos sociais.
 
u      Os dois últimos tópicos da declaração referem-se à democratização da Comunicação e à convocação dos povos para uma ocupação das ruas no dia 1º de abril, em manifestação contra o capitalismo e a crise do mundo, pela soberania e autonomia dos povos, contra a guerra e pela paz.
 
Paulo Márcio de Mello
paulomm@paulomm.pro.br
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
 
A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Educação (I)
                                                               
O Relatório de Monitoramento Global Educação para Todos, editado pela Unesco é cético quanto ao cumprimento global, até 2015, de seis objetivos educacionais pactuados. Particularmente em relação ao Brasil, além da baixa qualidade do ensino, estamos situados como a oitava maior população de analfabetos do mundo. Aparentemente, sem ficar com a cara vermelha de vergonha.
 
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Quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
EMPRESA-CIDADÃ
por Paulo Márcio de Mello*
 
u      Há no mundo cerca de 774 milhões de pessoas com mais de 15 anos que não são capazes de ler um pequeno texto, nem escrevê-lo. Destes, 123 milhões são jovens, com idade compreendida entre 15 e 24 anos. Entre todos os analfabetos, 493 milhões são mulheres e 76 milhões delas são jovens compreendidas entre os 15 e os 24 anos. Nos últimos anos, apesar do número absoluto de jovens mulheres analfabetas ter diminuído, a proporção aumentou em relação aos homens jovens.
 
u      Apenas nove países concentram 71% de todas as jovens analfabetas: Índia, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Bangladesh (único em que há mais analfabetos entre jovens do sexo masculino), República Democrática do Congo, Tanzânia, Egito e Burkina Faso. Estima-se que, independentemente de estarem na escola ou não, 250 milhões de crianças e jovens de ambos os sexos, até 15 anos, não dispõem das habilidades básicas de leitura e escrita.
 
u      Movidos por este cenário dramático, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2000, liderou a edição de seis objetivos para a educação, a serem atingidos até 2015, como compromisso firmado por mais de cento e noventa países. São os seguintes.
 
u      Objetivo 1: ampliar e aperfeiçoar os cuidados e a educação para a primeira infância, especialmente no caso das crianças mais vulneráveis e em situação de maior carência.
 
u      Objetivo 2: assegurar que, até 2015, todas as crianças, particularmente as meninas, vivendo em circunstâncias difíceis e as pertencentes a minorias étnicas, tenham acesso ao ensino primário gratuito, obrigatório e de boa qualidade.
 
u      Objetivo 3: assegurar que sejam atendidas as necessidades de aprendizado de todos os jovens e adultos através de acesso equitativo a programas apropriados de aprendizagem e de treinamento para a vida.
 
u      Objetivo 4: alcançar, até 2015, uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos, especialmente no que se refere às mulheres, bem como acesso equitativo à educação básica e contínua para todos os adultos.
 
u      Objetivo 5: eliminar, até 2015, as disparidades de gênero no ensino primário e secundário, alcançando, igualdade de gêneros na educação, visando principalmente garantir que as meninas tenham acesso pleno e igualitário, bem como bom desempenho, no ensino primário de boa qualidade.
 
u      Finalmente, o objetivo 6 consiste em melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar a excelência de todos, de forma a que resultados de aprendizagem reconhecidos e mensuráveis sejam alcançados por todos, especialmente em alfabetização linguística e matemática e na capa citação essencial para a vida.
 
u      Recentemente divulgado, o Relatório de Monitoramento Global Educação para Todos, editado pela UNESCO é cético quanto ao cumprimento global dos seis objetivos estabelecidos, no prazo estipulado. Particularmente em relação ao Brasil, o relatório aponta avanços no acesso ao ensino entre a população mais pobre, elogia o Fundeb como instrumento de política e acrescenta que a valorização dos professores é crítica para a solução dos problemas.
 
u      Acrescenta que, em relação ao primeiro objetivo, o Brasil tem fortes chances de atingi-lo, no tocante à educação primária universal e à habilidade de jovens e adultos. Quanto ao segundo objetivo, Brasil se situa entre o grupo de países que conta com boas possibilidades, mas o progresso alcançado nas condições de acesso não é igual ao verificado quando são consideradas as taxas de repetência e abandono. A universalização da educação primária não tem significado a universalização do acesso aos conhecimentos básicos.
 
u      Em relação aos quatro objetivos restantes, o relatório aponta que as desigualdades entre as condições de acesso e os aproveitamentos escolares entre os jovens e adultos brasileiros pode prejudicar o objetivo 3. Ademais, o progresso alcançado pelo país não deverá ser suficiente para at ingir a redução desejada no objetivo 4. A paridade e a igualdade de gêneros, contempladas no objetivo 5, não deverão ser alcançadas pelo Brasil até 2015 e é considerado improvável atingir o objetivo 6.
 
u      Além da baixa qualidade do ensino, o número de analfabetos deprecia o país, situando-o como a oitava maior população de analfabetos do mundo. Com 34,2% da população latino americana, o Brasil concentra, envergonhado, 38,5% dos analfabetos na mesma região.
 
Paulo Márcio de Mello
paulomm@paulomm.pro.br
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
 
A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.