segunda-feira, 22 de maio de 2017

Em uma época temerosa em que um  diz que o trabalhador pode se alimentar com uma das mãos, enquanto opera uma máquina com a outra, e outro fulano propõe trabalho sem remuneração em moeda, por um prato de comida, “50 for freedom” parece coisa de outro mundo. Mundo melhor.

coluna EMPRESA-CIDADÃ,
publicada no centenário jornal Monitor Mercantil,
na Quarta-feira, 24 de maio de 2017,
por Paulo Márcio de Mello*

“50 For Freedom”.

Na próxima terça-feira, 9 de maio, a campanha “50 For Freedom” será lançada no Senado Federal, para pedir que o Brasil ratifique o Protocolo sobre trabalho forçado, de 2014. Outros 13 países já assinaram e a meta é chegar a 50 países, até 2018.
A cerimônia de lançamento contará com a presença do Diretor da OIT no Brasil, Peter Poschen, do Especialista Técnico sobre Trabalho Forçado da OIT, Houtan Homayounpour, do Ministro do Tribunal Superior do Trabalho e Membro do Comitê de Peritos da OIT, Lélio Bentes, do Procurador-Geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, e do Conselheiro de Curadores do Fundo das Nações Unidas sobre Formas Contemporâneas de Escravidão, Leonardo Sakamoto. O ator Wagner Moura, Embaixador da Boa Vontade da OIT, está no vídeo que será apresentado no lançamento da campanha.
Um trabalhador resgatado de condições análogas à escravidão participará do evento para entregar à Casa Civil uma carta pedindo que o Brasil ratifique o Protocolo. Um painel digital também será instalado no Senado, para exibir em tempo real as postagens publicadas pelos brasileiros nas redes sociais com as hashtags da campanha “50 For Freedom”, em apoio à ratificação (#50FF, #50ForFreedom e #AssinaBrasil).
Protocolo da OIT sobre Trabalho Forçado
O protocolo da OIT sobre o trabalho forçado é de 2014 e já foi ratificado por 13 países. Complementa a histórica Convenção 29 da OIT, de 1930, para reforçar o combate às novas formas de escravidão moderna, complexas e difíceis de erradicar. Atualmente, 21 milhões de pessoas ainda são vítimas do trabalho forçado em todo o mundo.
Segundo o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, a adoção do Protocolo é "o fruto da nossa determinação coletiva de pôr fim a uma abominação que ainda aflige o nosso mundo do trabalho e de libertar as suas 21 milhões de vítimas".
Considerado uma referência internacional no combate ao trabalho forçado, o Brasil foi um dos países selecionados para protagonizar a campanha “50 For Freedom”. São parceiros da OIT na campanha a Confederação Sindical Internacional e a Organização Internacional dos Empregadores.
O Protocolo atua em três níveis, (I) prevenção; (II) proteção; e (III) reabilitação das vítimas. Os países que o ratificam devem garantir que todos os trabalhadores de todos os setores sejam protegidos pela legislação. Estes países deverão também reforçar a fiscalização do trabalho e de outros serviços que protejam os trabalhadores da exploração. Eles deverão ainda adotar medidas complementares para educar e informar à população e às comunidades sobre crimes como o tráfico de seres humanos. Além disso, o Protocolo garante às vítimas o acesso a ações jurídicas e a indenização - mesmo que elas não residam legalmente no país onde trabalham.

A agência nova/sb
A nova/sb está entre as maiores agências de publicidade do país, tendo sido eleita Agência do Ano 2016, pelo Colunistas Brasil. Também em 2016, recebeu o Prêmio Pró-Ética do Ministério da Transparência e do Instituto Ethos. Conta com escritórios em SP, Brasília, MT e RJ, somando mais de 180 profissionais. É responsável pelos projetos Comunicação de Interesse Público e Comunica Que Muda (CQM).

Apoio à UERJ

“A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição estratégica de Estado para a ciência, a tecnologia em saúde e para o Sistema Único de Saúde (SUS), dirige-se, por resolução de seu Conselho Deliberativo, ao conjunto da sociedade brasileira e, em especial, ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, para manifestar a necessidade urgente de se implementar os esforços necessários a fim de garantir o pleno funcionamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A Uerj é uma instituição pública que oferece ensino superior, atividades de pesquisa e extensão em diversas áreas do conhecimento. É considerada uma das melhores universidades da América Latina e a quinta melhor universidade brasileira. Foi pioneira no Brasil em relação ao sistema de cotas, importante ação afirmativa que contribui para a redução de desigualdades sociais historicamente construídas.

Deve-se destacar seu papel estruturante na formação de recursos humanos estratégicos para o Rio de Janeiro e para o país e a relevante interação com a comunidade do entorno da universidade, contribuindo para o desenvolvimento social de todo o estado do Rio de Janeiro. São mais de 623 ações de extensão coordenadas pela instituição em seus diversos campi.

Laboratórios da universidade prestam serviços para secretarias municipais e estaduais de Saúde, de Ambiente, dentre outras. Possui ainda centros médicos de referência no atendimento, ensino e pesquisa, como o Hospital Universitário Pedro Ernesto e a Policlínica Piquet Carneiro.

A Fiocruz, parceira da instituição em diversas iniciativas de ensino e pesquisa, coloca-se de forma incondicional ao lado de toda a comunidade da universidade e traz seu apoio irrestrito em defesa da Uerj como patrimônio público, construído e conquistado ao longo de muitas décadas. A Uerj é fruto do esforço coletivo de gerações de gestores, professores, alunos e profissionais técnico-administrativos, a serviço da democracia e da população brasileira”.

Paulo Márcio de Mello

Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

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