Sabe-se lá quais são os interesses que levam governantes a entrarem para a História pela porta dos fundos e do esquecimento, mas a m. que fazem é tão grande, que não podem ser interesses pequenos...
Coluna
EMPRESA-CIDADÃ,
publicada
no jornal Monitor Mercantil
em 17
de maio de 2017, quarta-feira,
por Paulo Márcio
de Mello*
Apoio à UERJ
u Sob o ataque do governo do estado do Rio de
Janeiro, por meio de atrasos de salários e bolsas, irregularidade que se
manifesta desde 2015, sonegação de transferências de recursos para a segurança,
para a manutenção dos elevadores, para limpeza e higiene e para o bandejão,
entre outros, fatos que implicaram em atrasos sucessivos no início do semestre
letivo, restaram à UERJ, Universidade inclusiva, a primeira a instituir cotas
sociais, a abnegada atitude de resistência dos seus profissionais (professores,
pesquisadores e técnicos), que defendem a sociedade da perda insuperável que
seria o fim desta instituição de mais de 60 anos e reputação internacional,
além da solidariedade da comunidade científica do Brasil e do mundo.
Nota do Serviço Social
(..........................................................................................................)
A UERJ é hoje uma das maiores e mais qualificadas
universidades públicas do país, apesar do descaso com que vem sendo tratada por
seguidos governos do Estado, que não valorizam seus trabalhadores e estudantes,
e vêm tornando cada vez mais escassos os recursos de custeio, num claro
sucateamento da universidade e de seu hospital, Pedro Ernesto – HUPE. Esta
relação de indiferença e irresponsabilidade se tornou ainda mais evidente em
2016, quando não houve qualquer repasse de recursos até o momento para a UERJ. Tal
posicionamento inaceitável levou à demissão de cerca de 500 trabalhadores de
empresas terceirizadas, sem o pagamento de seis meses de salários, o que
inviabiliza a operação de elevadores, a limpeza, a manutenção e a segurança na
UERJ, além de configurar uma espécie de novo trabalho escravo.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro decretou estado de
calamidade pública financeira, em função da realização dos Jogos Olímpicos em
agosto. Compreendemos que a verdadeira calamidade está nos equipamentos de
saúde e educação de portas fechadas ou funcionando na mais indigna
precariedade. Enquanto isso, o governo distribui recursos para as empresas por
meio de renúncias fiscais, somente este ano, da ordem de 8,7 bilhões, ou seja,
cerca de três vezes mais recursos do que o governo federal vai repassar a
partir do decreto. A população do Rio de Janeiro não merece pagar um preço tão
alto pela realização de Jogos Olímpicos que se tornaram grandes negócios
faraônicos. E a UERJ e o Hospital Pedro Ernesto são importantes patrimônios do
Rio de Janeiro e do país a serem aguerridamente defendidos.
A UERJ é muito importante para o Serviço Social
brasileiro: possui uma pós graduação que está entre os sete programas de
excelência do país; um curso de graduação de amplamente reconhecida qualidade;
o HUPE, com uma histórica residência em Serviço Social e que também é campo de
estágio para os estudantes da área, que recebem supervisão dos assistentes sociais
ali lotados; e vários profissionais de serviço social que compõem o corpo
técnico-administrativo da UERJ em vários setores. De forma que a denúncia da
situação da UERJ e o apoio a esta greve diz respeito à área de Serviço Social e
a todas(os) os lutadores que se preocupam com a educação e a saúde públicas e
demais direitos conquistados. Defender a UERJ como universidade pública,
gratuita, laica e de qualidade – e resistir ao seu sucateamento que significa a
porta aberta para processos de privatização, – passa a ser uma tarefa também de
todo o serviço social brasileiro, donde decorre nosso posicionamento conjunto e
coletivo.
Todo apoio à greve da UERJ! Estamos juntas(os)!
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa de Serviço
Social – ABEPSS
Conselho Federal de Serviço Social – CFESS
Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 7ª Região
Profs. Maria Lucia Garcia, Vera Nogueira e Valéria Forti
(CAPES)
Profs. Yolanda Guerra e Marina Maciel (CNPq)
UFRRJ: apoio à UERJ
A
Reitoria da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em nome de
sua comunidade acadêmica, vem prestar total solidariedade à comunidade da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em face da severa crise que se
abate sobre aquela instituição, pela falta de repasses financeiros por parte do
governo do Estado do Rio de Janeiro, o que impede o regular funcionamento de suas
atividades de ensino, pesquisa e extensão.
A
UERJ, em seus mais de 60 anos de existência, tem prestado um relevante serviço
ao Brasil e, em particular, ao Estado do Rio de Janeiro, com a formação de
profissionais qualificados nas diferentes áreas do saber, com a realização de
pesquisas de importância estratégica e com um forte engajamento com a
sociedade, tanto através de suas inúmeras atividades de extensão, como pelo
pioneirismo na aplicação de uma política de cotas, que permitiu a formação
superior de jovens das camadas historicamente excluídas desse nível de ensino.
Inúmeros
projetos em parceria têm sido desenvolvidos entre as nossas instituições,
enriquecendo a formação de nossos docentes e estudantes e fortalecendo o
desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação – estratégicas para a
real soberania de nosso país.
Na
compreensão de que um país que se quer forte e em constante desenvolvimento não
pode, mesmo em momentos de crise, relegar a Educação Pública a uma condição de
desmonte total, colocamo-nos ao lado da comunidade de docentes,
técnico-administrativos, estudantes e egressos da UERJ, na defesa desse
patrimônio incalculável que merece todo o nosso respeito.
A UERJ RESISTE!
RESISTAMOS COM ELA!
Ana Maria Dantas Soares, reitora da UFRRJ
Paulo Márcio de Mello
Professor da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
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