sexta-feira, 9 de junho de 2017

Como  homem de negócios, bem antes de concorrer à presidência, Donald Trump,  presidente norte americano, foi um crítico habitual da tese da influência determinante da atividade humana na mudança climática.

Coluna 
EMPRESA-CIDADÃ
publicada no centenário jornal Monitor Mercantil,
toda quarta-feira.



Uma banana para o mundo!



em 7 de junho de 2017,
por Paulo Márcio de Mello.*


      Como homem de negócios, bem antes de concorrer à presidência, Donald Trump, presidente norte americano, foi um crítico habitual da tese da influência determinante da atividade humana na mudança climática. Antes de concorrer à presidência, ele classificou a possibilidade da mudança climática derivada da atividade humana como “inexistente”, “mito”, “fraude completa”. Em 2012, ele escreveu no twitter “o aquecimento global, está provado, é uma cantilena repetida cada vez mais”. No mesmo ano, o conceito de aquecimento global foi criado pelos e para os chineses tornarem a indústria dos EUA não competitiva”. Um ano depois, voltou ao tema, afirmando que o “aquecimento global é muito dispendiosa e uma completa farsa”.

      No entanto, na quinta-feira (1º de junho), às vésperas do dia consagrado ao ambiente, após retirar os EUA do Acordo climático de Paris, a Casa branca recusou-se a dizer se o presidente ainda considera a mudança climática uma farsa. Ante o compromisso assumido por outros líderes internacionais de enfrentar a mudança climática sem a participação dos EUA, os conselheiros políticos de Trump distribuíram-se na defesa da sua decisão e, quando pressionados, disseram desconhecer os fundamentos científicos do debate. Assim se manifestaram Sean Spicer, secretário de imprensa, Ryan Zinke, secretário de interior, Kellyanne Conway, conselheira da Casa branca e Scott Pruitt, diretor da Agência de parcerias econômicas (E.P.A., na sigla original).

      Ao deixar de honrar o compromisso assumido pelo presidente Barak Obama com o Acordo climático de Paris, o presidente Trump colocou os EUA lado a lado com a Síria e com a Nicarágua, os outros únicos não-signatários, e procurou desmoralizar o pacto ante os interesses norte-americanos, qualificando-o como uma camisa de força, capaz de impor ônus financeiro e econômico para a economia dos EUA, através da imobilização da indústria do carvão, sufocando o crescimento e transferindo empregos dos EUA para seus competidores.

      Desta forma, o presidente Trump sugeriu que 194 nações que subscrevem o acordo não avançaram o bastante para deter o crescimento da temperatura global, causada pela emissão de gases causadores do efeito estufa. Criticado por não apresentar os fundamentos do seu posicionamento, Trump mentiu, afirmando que a redução de emissões no âmbito do Acordo é compulsória, ainda que um dos pontos do Acordo estabeleça que é voluntária. Em uma fala emotiva, referiu-se ao ônus financeiro e econômico “draconianos” impostos ao país pelo Acordo, a 2,7 milhões de empregos perdidos até 2025, dos quais 440 mil na indústria.

      Trump foi criticado em seu próprio país, com a paródia do seu lema de campanha, transformado de “primeiro a América” em “América isolada”. Criticado também por abrir um vácuo de liderança a ser preenchido tanto por aliados, quanto por concorrentes (em especial os chineses) e pela maior parte da comunidade empresarial do país, incluído, Rex W. Tillerson, seu secretário de estado e que, como então executivo da Exxon Mobil, não por questões éticas, mas por estratégia internacional de negócios apoiou a adesão ao Acordo.

      Na sua fala, Trump disse ter sido eleito presidente para representar os cidadãos de Pittsburgh, nâo de Paris. Com 306 mil habitantes, Pittsburgh, situada no conhecido “Cinturão da ferrugem”, é chamada de “Cidade do aço”. Nela, que Trump diz ter sido eleito para representar, sua adversária Hillary Clinton recebeu 56% dos votos, e seu prefeito, o democrata William Peduto, declarou, em resposta ao presidente, que Pittsburgh continuará cumprindo as metas do Acordo de Paris.

      Este é dos prováveis caminhos que será seguido. Estados e empresas anunciaram publicamente que se manterão dentro das metas do Acordo de Paris, como as Tesla and SpaceX; Disney; General Eletric; Facebook; Twitter and Square; Google; Goldman Sachs; Microsoft; Amazon; Murray Energy; IBM; Shell; Pealbody Energy, Apple; Mars; Unilever; entre outras.


UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL
DE PERNAMBUCO
CONSELHO UNIVERSITÁRIO

MOÇÃO DE APOIO À UERJ

O Conselho Universitário da UFRPE manifesta seu apoio incondicional à manutenção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que vem sofrendo sérias ameaças devido à falta de repasse de recursos financeiros pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Este momento crítico que a UERJ vem passando tem trazido consequências danosas ao pleno funcionamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão da UERJ e o quadro repercute em toda a sociedade brasileira, tendo em vista tratar-se de uma das melhores universidades da América Latina. Nesse sentido, respeito e solidariedade são valores notadamente necessários para com o corpo docente, técnico e estudantil da referida instituição pública, que, ao longo de sua história, tem se destacado pela formação profissional em nível de graduação e pós-graduação, além das contribuições científicas e tecnológicas nas diversas áreas do conhecimento.

Esta é mais uma das manifestações de apoio à Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ, diante das dificuldades impostas pelo governo do estado, para a sua plena manutenção, sob a alegação de uma crise, artificialmente criada.

Hoje, 7 de junho, mais de 200 mil servidores do estado, entre ativos, aposentados e pensionistas estão sem receber os meses de abril, maio e o 13º de 2016, enquanto o Tesouro do estado faz saldo de caixa.

Paulo Márcio de Mello

*Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

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