Como homem de negócios, bem antes de concorrer à presidência, Donald Trump, presidente norte americano, foi um crítico habitual da tese da influência
determinante da atividade humana na mudança climática.
Coluna
EMPRESA-CIDADÃ
publicada
no centenário jornal Monitor Mercantil,
toda
quarta-feira.
Uma
banana para o mundo!
em
7 de junho de 2017,
por
Paulo Márcio de Mello.*
► Como homem de negócios, bem antes de
concorrer à presidência, Donald Trump, presidente norte americano, foi um
crítico habitual da tese da influência determinante da atividade humana na
mudança climática. Antes de concorrer à presidência, ele classificou a
possibilidade da mudança climática derivada da atividade humana como
“inexistente”, “mito”, “fraude completa”. Em 2012, ele escreveu no twitter “o
aquecimento global, está provado, é uma cantilena repetida cada vez mais”. No
mesmo ano, o conceito de aquecimento global foi criado pelos e para os chineses
tornarem a indústria dos EUA não competitiva”. Um ano depois, voltou ao tema,
afirmando que o “aquecimento global é muito dispendiosa e uma completa farsa”.
► No entanto, na quinta-feira (1º de junho),
às vésperas do dia consagrado ao ambiente, após retirar os EUA do Acordo
climático de Paris, a Casa branca recusou-se a dizer se o presidente ainda
considera a mudança climática uma farsa. Ante o compromisso assumido por outros
líderes internacionais de enfrentar a mudança climática sem a participação dos
EUA, os conselheiros políticos de Trump distribuíram-se na defesa da sua
decisão e, quando pressionados, disseram desconhecer os fundamentos científicos
do debate. Assim se manifestaram Sean Spicer, secretário de imprensa, Ryan
Zinke, secretário de interior, Kellyanne Conway, conselheira da Casa branca e
Scott Pruitt, diretor da Agência de parcerias econômicas (E.P.A., na sigla
original).
► Ao deixar de honrar o compromisso assumido
pelo presidente Barak Obama com o Acordo climático de Paris, o presidente Trump
colocou os EUA lado a lado com a Síria e com a Nicarágua, os outros únicos
não-signatários, e procurou desmoralizar o pacto ante os interesses norte-americanos,
qualificando-o como uma camisa de força, capaz de impor ônus financeiro e
econômico para a economia dos EUA, através da imobilização da indústria do
carvão, sufocando o crescimento e transferindo empregos dos EUA para seus
competidores.
► Desta forma, o presidente Trump sugeriu
que 194 nações que subscrevem o acordo não avançaram o bastante para deter o
crescimento da temperatura global, causada pela emissão de gases causadores do
efeito estufa. Criticado por não apresentar os fundamentos do seu
posicionamento, Trump mentiu, afirmando que a redução de emissões no âmbito do
Acordo é compulsória, ainda que um dos pontos do Acordo estabeleça que é
voluntária. Em uma fala emotiva, referiu-se ao ônus financeiro e econômico
“draconianos” impostos ao país pelo Acordo, a 2,7 milhões de empregos perdidos
até 2025, dos quais 440 mil na indústria.
► Trump foi criticado em seu próprio país,
com a paródia do seu lema de campanha, transformado de “primeiro a América” em
“América isolada”. Criticado também por abrir um vácuo de liderança a ser
preenchido tanto por aliados, quanto por concorrentes (em especial os chineses)
e pela maior parte da comunidade empresarial do país, incluído, Rex W.
Tillerson, seu secretário de estado e que, como então executivo da Exxon Mobil,
não por questões éticas, mas por estratégia internacional de negócios apoiou a
adesão ao Acordo.
► Na sua fala, Trump disse ter sido eleito
presidente para representar os cidadãos de Pittsburgh, nâo de Paris. Com 306
mil habitantes, Pittsburgh, situada no conhecido “Cinturão da ferrugem”, é
chamada de “Cidade do aço”. Nela, que Trump diz ter sido eleito para
representar, sua adversária Hillary Clinton recebeu 56% dos votos, e seu
prefeito, o democrata William Peduto, declarou, em resposta ao presidente, que
Pittsburgh continuará cumprindo as metas do Acordo de Paris.
► Este é dos prováveis caminhos que será
seguido. Estados e empresas anunciaram publicamente que se manterão dentro das
metas do Acordo de Paris, como as Tesla and SpaceX; Disney; General Eletric;
Facebook; Twitter and Square; Google; Goldman Sachs; Microsoft; Amazon; Murray
Energy; IBM; Shell; Pealbody Energy, Apple; Mars; Unilever; entre outras.
UNIVERSIDADE
FEDERAL RURAL
DE PERNAMBUCO
CONSELHO
UNIVERSITÁRIO
MOÇÃO DE APOIO À
UERJ
O Conselho Universitário da UFRPE manifesta seu
apoio incondicional à manutenção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), que vem sofrendo sérias ameaças devido à falta de repasse de recursos
financeiros pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Este momento crítico que
a UERJ vem passando tem trazido consequências danosas ao pleno funcionamento
das atividades de ensino, pesquisa e extensão da UERJ e o quadro repercute em
toda a sociedade brasileira, tendo em vista tratar-se de uma das melhores universidades
da América Latina. Nesse sentido, respeito e solidariedade são valores
notadamente necessários para com o corpo docente, técnico e estudantil da
referida instituição pública, que, ao longo de sua história, tem se destacado
pela formação profissional em nível de graduação e pós-graduação, além das
contribuições científicas e tecnológicas nas diversas áreas do conhecimento.
Esta é mais uma das manifestações de apoio à
Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ, diante das dificuldades impostas
pelo governo do estado, para a sua plena manutenção, sob a alegação de uma
crise, artificialmente criada.
Hoje, 7 de junho, mais de 200 mil
servidores do estado, entre ativos, aposentados e pensionistas estão sem receber os meses de
abril, maio e o 13º de 2016, enquanto o Tesouro do estado faz saldo de caixa.
Paulo Márcio
de Mello
*Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
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