Lideranças de estados, municípios e empresas
norte-americanos vão submeter à Organização das Nações Unidas (ONU) um plano
com os mesmos compromissos e metas de emissões de gases causadores do
aquecimento global que constam do Acordo climático de Paris, rompido pelo
presidente Trump.
coluna EMPRESA-CIDADÃ,
publicada toda quarta-feira
no centenário jornal Monitor Mercantil.
em Quarta-feira, 14 de junho de 2017
por Paulo Márcio de Mello*
Uma banana para o mundo! (2)
u O
rompimento do governo dos EUA com os compromissos antes assumidos do Acordo
climático de Paris (coluna Empresa-Cidadã de 7 de junho), junto a 194 nações,
além da promoção de outras lideranças climáticas mundiais, como China, União
Europeia e os BRICAS (Brasil, Índia, e África do Sul, além da citada China),
exige também soluções compensatórias no âmbito das ações do segundo maior
emissor de carbono do planeta, os EUA.
u Lideranças
de estados, municípios e empresas norte-americanas (relacionadas na coluna
Empresa-Cidadã de 7 de junho) vão submeter à Organização das Nações Unidas
(ONU) um plano com os mesmos compromissos e metas de emissões de gases
causadores do aquecimento que constam do Acordo climático de Paris.
u Ainda
sem denominação, o grupo já inclui 30 prefeitos, três governadores, mais de 80
universidades e mais de 100 empresas. A negociação com a ONU é no sentido de
ter seus compromissos aceitos ao longo do tempo, nos termos do Acordo climático
de Paris, pelas demais nações.
u O
grupo é liderado por Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York. Disse ele
“vamos fazer tudo o que a America deveria ter feito se tivesse permanecido no
Acordo, para alcançar ou mesmo ultrapassar os compromissos da administração do
ex-presidente Barak Obama para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo
aquecimento do planeta em 26% até 2025, tomando-se por base os níveis
verificados em 2005. Uma possibilidade formal da ONU de admitir formalmente a
contribuição deste grupo é a de computar os resultados alcançados pelos seus
componentes nos progressos alcançados pelos signatários do Acordo de Paris.
u Incluídas
no “grupo Bloomberg” estão cidades como, Los Angeles, Atlanta, Salt Lake City e
Pittsburgh. Também estão oitenta e dois reitores de universidades, como Emory,
Brandeis e Wesleyan e uma aliança autônoma de governadores de estados, como Jay
Inslee, estado de Washington, Andrew M. Cuomo, de New York, e Jerry Brown, da
Califórnia, todos democratas. Empresas como IBM, UNILEVER, Mars, Citybank
u Não
são objetivamente claros quais os compromissos de que o presidente Trump
exonerou os EUA deixando de honrar o Acordo climático. Entre eles, há o de
participar do orçamento do fundo administrado pela agência coordenadora do
acordo.
u Os
EUA tinham um compromisso de contribuir com o US$ 3 bilhões para o fundo, a
maior das contribuições, em valores absolutos. No entanto, não é o único
contribuinte, nem o maior em termos per capita. A Suécia, por exemplo,
contribuiu com US$581 milhões, o que significa quase US$60 per capita. O “grupo
“Bloomberg”, em compensação, através da Bloomberg Philanthropies, organização
caritativa de Michael Bloomberg, está oferecendo doação de US$14 milhões nos
próximos dois anos, para colaborar com o orçamento.
u Restam,
no circuito da política interna, alguns dados a avaliar. A última pesquisa
realizada pelo Instituto Gallup mostra que apenas 2% dos norte-americanos
relacionam o ambiente ou a poluição como o problema mais importante encarado
pelo país hoje em dia, enquanto 21% priorizam matérias econômicas, como o
emprego. E emprego foi o argumento econômico utilizado pelo presidente.
u Ao
lado destes números, o Programa de mudança climática da Universidade de Yale
divulgou pesquisa recentemente, segundo a qual, 47% dos entrevistados são
favoráveis à adesão ao Acordo climático e 28% são contrários, entre eleitores e
não-eleitores de Trump.
u Por
fim, em suas declarações, Trump insistiu que, apesar de ausente dos
compromissos do Acordo, os EUA terão um ambiente exemplar. Prometeu que serão
os mais limpos, o ar mais limpo e a água mais limpa.
u Apesar
de todo este otimismo, o último relatório anual do Yale University’s
Environmental Performance Index relaciona os EUA como o 26º de 180 países, no
acesso à água e ao ar de qualidade; biodiversidade; produto agrícola; e
iniciativas de mudança climática. Especificamente em qualidade do ar, situa-se
na 43ª posição, em saneamento, situa-se 22º lugar e, em política energética,
situa-se em 44º.
u Apesar
da redução obtida recentemente, os índices de emissões per capita dos EUA
permanecem significativamente mais altos do que os da China e da Índia, países
apontados por Trump como os maiores poluidores do planeta, além de dizer que
são “beneficiados” pelo Acordo, em decorrência dos níveis bem mais baixos de
emissões do que os EUA, no patamar de 2005, base para o cálculo das metas de
reduções.
Apoio à UERJ
A
UERJ acaba de receber o certificado de 8ª Universidade no Brasil, do University
Ranking by Academic Performance, no biênio 2016-2017. Seus professores,
pesquisadores e técnico administrativos estão de parabéns, mas até esta data,
estão sem receber os salários de abril, maio e o décimo terceiro salário de
2016, sem que o governo estadual consiga apresentar uma simples previsão de
quando isto acontecerá. Desrespeito com a Universidade e com a população que se
beneficia dos seus cursos, pesquisas, e dos serviços médicos do Hospital Pedro
Ernesto e da Policlínica Piquet Carneiro.
Paulo Márcio de Mello
Professor da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ)
A coluna
EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no
centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados,
de forma crítica, conceitos relativos
à responsabilidade social, à
sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável, casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda no assunto.
Para ler e criticar semanalmente a coluna
Empresa-Cidadã, sem ônus, por via eletrônica, basta acessar o endereço http://pauloarteeconomia.blogspot.com
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