terça-feira, 13 de junho de 2017

Lideranças de estados, municípios e empresas norte-americanos vão submeter à Organização das Nações Unidas (ONU) um plano com os mesmos compromissos e metas de emissões de gases causadores do aquecimento global que constam do Acordo climático de Paris, rompido pelo presidente Trump.

coluna EMPRESA-CIDADÃ,
publicada toda quarta-feira
no centenário jornal Monitor Mercantil.

em Quarta-feira, 14 de junho de 2017

por Paulo Márcio de Mello*


Uma banana para o mundo! (2)

u     O rompimento do governo dos EUA com os compromissos antes assumidos do Acordo climático de Paris (coluna Empresa-Cidadã de 7 de junho), junto a 194 nações, além da promoção de outras lideranças climáticas mundiais, como China, União Europeia e os BRICAS (Brasil, Índia, e África do Sul, além da citada China), exige também soluções compensatórias no âmbito das ações do segundo maior emissor de carbono do planeta, os EUA.

u     Lideranças de estados, municípios e empresas norte-americanas (relacionadas na coluna Empresa-Cidadã de 7 de junho) vão submeter à Organização das Nações Unidas (ONU) um plano com os mesmos compromissos e metas de emissões de gases causadores do aquecimento que constam do Acordo climático de Paris.

u     Ainda sem denominação, o grupo já inclui 30 prefeitos, três governadores, mais de 80 universidades e mais de 100 empresas. A negociação com a ONU é no sentido de ter seus compromissos aceitos ao longo do tempo, nos termos do Acordo climático de Paris, pelas demais nações.

u     O grupo é liderado por Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York. Disse ele “vamos fazer tudo o que a America deveria ter feito se tivesse permanecido no Acordo, para alcançar ou mesmo ultrapassar os compromissos da administração do ex-presidente Barak Obama para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento do planeta em 26% até 2025, tomando-se por base os níveis verificados em 2005. Uma possibilidade formal da ONU de admitir formalmente a contribuição deste grupo é a de computar os resultados alcançados pelos seus componentes nos progressos alcançados pelos signatários do Acordo de Paris.

u     Incluídas no “grupo Bloomberg” estão cidades como, Los Angeles, Atlanta, Salt Lake City e Pittsburgh. Também estão oitenta e dois reitores de universidades, como Emory, Brandeis e Wesleyan e uma aliança autônoma de governadores de estados, como Jay Inslee, estado de Washington, Andrew M. Cuomo, de New York, e Jerry Brown, da Califórnia, todos democratas. Empresas como IBM, UNILEVER, Mars, Citybank

u     Não são objetivamente claros quais os compromissos de que o presidente Trump exonerou os EUA deixando de honrar o Acordo climático. Entre eles, há o de participar do orçamento do fundo administrado pela agência coordenadora do acordo.

u     Os EUA tinham um compromisso de contribuir com o US$ 3 bilhões para o fundo, a maior das contribuições, em valores absolutos. No entanto, não é o único contribuinte, nem o maior em termos per capita. A Suécia, por exemplo, contribuiu com US$581 milhões, o que significa quase US$60 per capita. O “grupo “Bloomberg”, em compensação, através da Bloomberg Philanthropies, organização caritativa de Michael Bloomberg, está oferecendo doação de US$14 milhões nos próximos dois anos, para colaborar com o orçamento.

u     Restam, no circuito da política interna, alguns dados a avaliar. A última pesquisa realizada pelo Instituto Gallup mostra que apenas 2% dos norte-americanos relacionam o ambiente ou a poluição como o problema mais importante encarado pelo país hoje em dia, enquanto 21% priorizam matérias econômicas, como o emprego. E emprego foi o argumento econômico utilizado pelo presidente.

u     Ao lado destes números, o Programa de mudança climática da Universidade de Yale divulgou pesquisa recentemente, segundo a qual, 47% dos entrevistados são favoráveis à adesão ao Acordo climático e 28% são contrários, entre eleitores e não-eleitores de Trump.

u     Por fim, em suas declarações, Trump insistiu que, apesar de ausente dos compromissos do Acordo, os EUA terão um ambiente exemplar. Prometeu que serão os mais limpos, o ar mais limpo e a água mais limpa.

u     Apesar de todo este otimismo, o último relatório anual do Yale University’s Environmental Performance Index relaciona os EUA como o 26º de 180 países, no acesso à água e ao ar de qualidade; biodiversidade; produto agrícola; e iniciativas de mudança climática. Especificamente em qualidade do ar, situa-se na 43ª posição, em saneamento, situa-se 22º lugar e, em política energética, situa-se em 44º.

u     Apesar da redução obtida recentemente, os índices de emissões per capita dos EUA permanecem significativamente mais altos do que os da China e da Índia, países apontados por Trump como os maiores poluidores do planeta, além de dizer que são “beneficiados” pelo Acordo, em decorrência dos níveis bem mais baixos de emissões do que os EUA, no patamar de 2005, base para o cálculo das metas de reduções.

Apoio à UERJ

A UERJ acaba de receber o certificado de 8ª Universidade no Brasil, do University Ranking by Academic Performance, no biênio 2016-2017. Seus professores, pesquisadores e técnico administrativos estão de parabéns, mas até esta data, estão sem receber os salários de abril, maio e o décimo terceiro salário de 2016, sem que o governo estadual consiga apresentar uma simples previsão de quando isto acontecerá. Desrespeito com a Universidade e com a população que se beneficia dos seus cursos, pesquisas, e dos serviços médicos do Hospital Pedro Ernesto e da Policlínica Piquet Carneiro.

Paulo Márcio de Mello
Professor da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).

Através dela, são apresentados, de forma crítica, conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável, casos de empreendedores e empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda no assunto.

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