domingo, 10 de novembro de 2013

A economia do fim do mundo
por Dal Marcondes*

A decisão de movimentar a economia por meio do consumo serviu apenas para acelerar o uso e a degradação dos recursos naturais e econômicos do planeta.
 
blog do professor paulo márcio
economia&arte
 
 
Os Estados Unidos emergiram da Segunda Guerra Mundial como a única grande economia que não teve sua indústria arrasada por bombas. Um parque produtivo superdimensionado pela guerra, uma economia global em frangalhos e milhares de soldados voltando para casa. O que fazer para não voltar à situação de recessão anterior à guerra, quando hordas de desempregados vagavam em busca de trabalho e comida?

A ideia, aparentemente genial, veio de um consultor norte-americano especializado em varejo, Victor Lebow, que viu na aceleração do ciclo de produção e consumo a saída para o impasse: “Nossa economia enormemente produtiva (…) requer que façamos do consumo o nosso modo de vida, que convertamos a compra e o uso de mercadorias em rituais (…), que busquemos a nossa satisfação espiritual ou do nosso ego no consumo (…). Nós precisamos de coisas consumidas, destruídas, gastas, substituídas e descartadas numa taxa continuamente crescente”. E isso foi feito, a ponto de 99% dos produtos vendidos pelo comércio nos Estados Unidos já terem sido abandonados no fundo de armários e gavetas ou simplesmente descartados em apenas seis meses.

A economia do consumo substituiu a “economia do abastecimento”, em que as pessoas compravam aquilo de que precisavam, e a ideia central era vender mais para mais pessoas. Nossos avós compravam coisas duráveis para poderem se dedicar a outras atividades e não terem de retornar sempre às compras para repor coisas cuja obsolescência foi planejada em um laboratório. “Da mesma forma que se planejou a sociedade de consumo, é preciso planejar que tipo de economia vai desconstruir essa armadilha em que nos metemos”, explica o economista Ladislau Dowbor.

Há diagnósticos realizados e metas estabelecidas sobre o que há de errado com o modelo econômico atual, que mantém cerca de um terço da humanidade sem acesso a direitos universais como educação, água e saneamento, alimentos e habitação, entre outros. No entanto, há uma crônica falta de planejamento sobre como mudar a produção e o consumo em direção a uma economia de baixo impacto ambiental e dentro das metas nacional e global de redução de emissões de carbono.

Não há dúvida que a economia deu grandes saltos nestes 50 anos, com o desenvolvimento de tecnologias e materiais extremamente avançados. No entanto, as curvas de crescimento da população, do produto interno bruto, da extinção de espécies, do uso de combustíveis fósseis, da redução de florestas e da sobrepesca mostram que os níveis de exploração do planeta e os impactos causados pelas atividades humanas vêm crescendo de forma exponencial nos últimos 50 anos. E isso está acontecendo apesar do aumento da eficiência no uso de materiais e energia no mesmo período. Os carros dirigidos por nossos avós continham mais materiais (eram mais pesados) e consumiam mais combustível do que qualquer outro nas ruas de hoje. No entanto, o volume de combustível utilizado hoje pela humanidade é centenas de vezes maior do que 50 anos atrás. “A ecoeficiência na produção tem caminhado a passos largos, mas o modelo de economia baseado no ciclo de aceleração do consumo e descarte apenas aumenta o impacto sobre os ecossistemas e não reduz as desigualdades sociais”, explica Ricardo Abramovay, professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP).


Nos anos 1950, a diferença de salários entre um operário da General Motors e seu presidente era cerca de 50 vezes. Hoje, em grande parte das empresas globais essa diferença entre chão de fábrica e alta direção pode atingir quase mil vezes. Para modificar esse quadro é necessário o planejamento do uso dos recursos naturais e energéticos de forma a definir aonde se quer chegar. “Algumas pessoas diriam que isso é socialismo”, diz Luiz Pinguelli Rosa, cientista e diretor da Coppe, órgão ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos mais respeitados centros de pesquisa em engenharia da América Latina. Pinguelli Rosa explica que a área de energia precisa de um planejamento com décadas de antecedência para evitar apagões. “Os investimentos são altos e os projetos demoram para entrar em operação”. Por isso, planejar é fundamental. Mas o mesmo não acontece com outras áreas da economia. “Muita coisa é deixada para a vontade do mercado”, diz o pesquisador. O mercado, no entanto, não tem uma visão de futuro; apenas busca soluções para manter sua diretriz de crescimento num planeta com recursos naturais finitos. “Essa filosofia de crescer por crescer só tem um paralelo na natureza: o câncer”, explica Ladislau Dowbor.

A desigualdade na distribuição dos benefícios entre a humanidade é gritante. Os 20% mais ricos se apropriam de 82,7% da renda, enquanto os dois terços mais pobres têm acesso a apenas 6%. E essa disparidade vem crescendo. Em 1960, a renda apropriada pelos 20% mais ricos era 70 vezes maior do que a renda dos 20% mais pobres. Em 1989, essa diferença havia subido para 140 vezes. Para Dowbor, este é o problema central a ser atacado, e fazer a economia crescer não passa nem perto de solucionar o problema ético da injustiça e do drama de bilhões de pessoas. “Não haverá tranquilidade no planeta enquanto a economia for organizada em função de um terço da população mundial”, afirma.

Um dado importante, levantado por Ricardo Young, empresário e ex-presidente do Instituto Ethos, organização que atua em responsabilidade socioambiental empresarial, é que já há mudanças em curso na economia. “Porém, não são uniformes”, alerta. Para ele muitas empresas e governos estão não apenas preocupados, mas atuando para reverter o quadro de degradação econômica e ambiental. “É o caso do Brasil, que está conseguindo ampliar a renda nas classes mais baixas e também vem exercendo uma liderança global em temas ambientais, como as metas que o governo assumiu em relação às mudanças climáticas”, explica. Young alerta que é preciso saber identificar os movimentos na sociedade, que buscam uma nova organização da economia, mais criativa, com menor impacto ambiental e maior benefício social.

E essa tendência não está sendo identificada apenas por militantes sociais ou economistas otimistas. Um estudo publicado pela revista inglesa The Economist concluiu que a ascensão das mulheres na sociedade nos últimos dez anos contribuiu mais para o crescimento global da economia do que o desenvolvimento da China. Essa percepção levou a agência Goldman Sachs a indicar que diversas regiões do mundo poderiam aumentar seu PIB se reduzissem as desigualdades nas taxas de emprego de homens e mulheres. O Brasil poderia se beneficiar ainda mais desse movimento de equilíbrio entre os gêneros no trabalho. Desde os anos 1970, essa inclusão vem avançando. Naquela época, as mulheres representavam 20% dos trabalhadores do país, passando a 44% no final da primeira década do século XXI. Registre-se ainda que 35% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres.

O Brasil atualmente vive uma grande oportunidade para planejar seu desenvolvimento com base em questões bastante objetivas, como os investimentos superiores a R$ 500 bilhões que estão em andamento em todo o país por conta dos grandes eventos esportivos dos próximos anos – a Olimpíada do Rio de Janeiro, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de Futebol. Entretanto, é preciso integrar os esforços e mostrar uma certa lógica na direção dos benefícios desejados, como melhorar a mobilidade nas cidades e redirecionar esforços para uma sociedade que esteja estruturada em uma economia menos baseada em consumo e exportação de commodities e mais focada em desenvolver vetores como cultura, turismo, biociência, educação e conhecimento.

No entanto, o país tem adotado nos últimos anos a mesma ortodoxia econômica com que o mundo tenta enfrentar a sucessão de crises que assola o planeta desde 2008, estimulando o aumento do consumo sem exigir contrapartidas da indústria ou do sistema financeiro. “O momento é especial para uma troca de gentilezas. O governo estimula o consumo, mas deveria exigir mais eficiência no uso de energias e matérias-primas”, explica o também economista Ignacy Sachs, que preconiza a necessidade de planejamento para adequar o modelo econômico à realidade do século XXI. Nas relações com o mundo, entre 1998 e 2008 as exportações brasileiras de commodities passaram de 20% para 35% do comércio exterior. Se, por um lado, isso elevou as reservas internacionais do país, por outro barateou as importações e desestimulou a indústria local, além do impacto sobre áreas naturais para a ampliação na produção dessas commodities.

Segundo Achim Steiner, diretor-geral do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o consumo global chegou a 9 toneladas anuais de matérias-primas por pessoa na Terra, e isso para os atuais 7 bilhões de habitantes. Num planeta com 9 bilhões de pessoas, o consumo per capita não poderá ficar acima de 5 ou 6 toneladas por habitante.

Outra questão importante é o consumo de energia por habitante, que, segundo o Departamento para Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, deveria ser limitado a 70 gigajoules por anos. Trocando em miúdos, isso significa que um europeu médio teria de cortar pela metade seu consumo de energia, enquanto um norte-americano poderia utilizar apenas 25% do que gasta atualmente. Já um indiano poderia multiplicar por quatro os 15 gigajoules que utiliza. O Brasil está no meio termo, com cerca de 50 gigajoules por ano por pessoa. Contudo, há que se levar em conta a desigualdade e o desequilíbrio no uso dessa energia.

O mundo vive atualmente uma confluência de crises em que o desequilíbrio financeiro, ambiental e social oferece oportunidades para a construção de novos pontos de apoio. E a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho do ano que vem, pode ser um ponto de partida importante para essa estratégia. O jornalista e ambientalista Aron Belinky, que atua na articulação de demandas da sociedade civil para o evento, explica que empresas e organizações sociais estão mais avançadas do que governos na busca de soluções. “Temos de entender que a questão não é ambiental, como alguns acreditam, mas de modelo de desenvolvimento e de governança global”, explica. Para ele, os governos devem assumir compromissos para planejar uma saída dessa encruzilhada, olhando para o futuro e entendendo que há limites que precisam ser encarados e respeitados. Lembra, porém, que isso não significa a estagnação, e sim um modelo de desenvolvimento focado em valores éticos e criativos, em que as pessoas possam ter acesso aos seus direitos universais nesta e em todas as gerações futuras.

*Dal Marcondes
é editor da Envolverde, revista digital sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Publicado por Instituto Ethos – Notícias da Semana no 602, de 15/12/2011

31 comentários:

  1. O ponto de energia é muito complicado, dado a disparidade das regiões, no Brasil há regiões ainda que não possuem energia elétrica, enquanto há desperdícios em outros.
    Um exemplo disso é ver que há no Brasil mais de 5.500 municípios e somente 283 desses tem uma população com mais de 100 mil habitantes, que concentram 70% de todo o PIB nacional (dados do censo de 2010), é preciso pensar numa economia que pense em cada região com o seu potencial e não somente que sirva pra consumo, pois se não for assim, sempre se dará preferências as grandes cidades enquanto as menores ficam excluídas.
    A política imediatista que incentiva o consumo sem atentar para questões estruturais foge da própria lógica racional, pois de que serve o crescimento econômico se não haverá espaço nem pessoas para desfruta-lo?
    Não pensar hoje no amanhã é o maior crime contra o futuro.

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  2. Convivemos em um paradigma conflitante e muitas vezes interessante. Organizações ambientais discutem sobre como o Governo interessa-se somente pelo consumo exacerbado, pela produção em massa, e julgam que eles não tentam melhorar o estado ambiental do mundo. Já o Governo tenta amenizar essa situação fazendo conventos como o Rio+20 para tentar galgar alguma solução para, a longo prazo, diminuir a catástrofe que já está mais do que premeditada. O efeito da poluição já pode ser visto atualmente como o derretimento das geleiras, aumento exponencial da temperatura, extinção de espécies em virtude da matança de seus habitats e também a si mesmos. Entretanto a economia já não consegue mais se reerguer por completo depois da crise de 2008 que assolou o mundo. A Europa está mergulhada em dívidas e crises econômicas e sociais; o desemprego é altíssimo e o Governo não consegue mais aquecer a economia de forma que todos voltem a consumir loucamente e ela volte a crescer em taxas altíssimas. É preciso achar outras soluções além do consumo para que o PIB possa crescer. No entanto essa não é mais a tônica global. A população quer sim que o país cresça mas de forma organizada e limpa. O meio ambiente agora é sim um bem necessário e essencial. Não se pode mais apenas retirar recursos e jogar dejetos nele sem nenhuma forma de prevenção ou medidas de cautela. O desenvolvimento sustentável é algo extremamente relevante e perspicaz para amenizar o problema. Muitas empresas aplicaram métodos mais limpos e além de diminuir os custos e malefícios causados aos ecossistemas, também conseguiram otimizar suas produções, como por exemplo a Interface que em 16 anos conseguiu reduzir respectivamente 71% e 74% nos usos de gases causadores do efeito estufa e de água. Portanto percebemos que é possível crescer sem agredir a terra e também a nós mesmos. É algo para ser feito desde já, pois pode não haver tempo para tomar tais medidas.

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  3. Carollina Rego Rodrigues26 de julho de 2013 às 09:59

    Desde pequenos estamos sendo incessantemente bombardeados com o consumimos exagerado e isso que aprendemos. Acredito que a sociedade vive um momento novo hoje, onde novos valores e diferentes preocupações estão sendo "ensinadas". Preocupação com meio ambiente, escassez dos recursos, reaproveitamento de materiais, entre outros estão sendo difundidos de maneira mais forte agora. Acredito que com uma sociedade mais consciente e mais "educada", é o ponto crucial da questão.
    Reeducar a sociedade que aprendeu que o consumismo exagerado era a solução de todos os problemas.
    Outro item importante é "governança corporativa", regulamentações, leis, processos e etc que sejam bem claros e que maximizem o benefício ambiental e social.A confiabilidade de qualquer organização deve estar inteiramente ligada com a preocupação em minimizar os ônus sociais e ambientais causadados pela mesma.
    Por fim, acredito que todo o colapso econômico que está acontecendo atualmente serve de reflexão para toda a sociedade.
    Estamos em um momento de revermos conceitos econômicos, e buscarmos não só um crescimento discriminatório, mas um desenvolvimento sadio e sustentável.

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  4. É com certeza grave essa nossa economia consumista e de obsolescência programada, de acordo que o rumo está indo chegaremos em um ponto em que não conseguiremos consertar nem a economia e muito menos o nosso meio ambiente. Isso é um caso que o povo em geral não consegue enxergar e as empresas e o governo fazem questão de que não vejam pois isso é um problema grave e de consequências catastróficas.

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  5. Os agentes produtivos, preocupados com o movimento ambientalista inicial – preservacionista e radical – viram no Desenvolvimento Sustentável apenas mais uma manifestação de “ecochatos desocupados”, menosprezando-os, até que começaram a perceber que o DS era a “limonada em que podiam transformar o limão azedo das contestações ambientalistas”.

    O que está em curso é uma crescente apropriação pelos empresários do Desenvolvimento Sustentável. Todos os grandes eventos, nesse sentido, tenderão a ser promovidos e patrocinados pelos capitalistas, diretamente ou através de suas ONGs.

    Não é atoa que o capitalismo sobrevive ao longo da história. É pela sua capacidade de adaptação às circunstâncias.

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  6. No atual cenário mundial, em meio a crises financeiras, desequilíbrios ambientais e intensificação da desigualdade social, fica evidente a urgência em revermos nossos hábito e conceitos. Devido a isto, acredito nos encontrar em um momento favorável a nos libertamos deste modelo de sociedade consumista que nos foi herdado.
    Modelo este, que há tempos vem sendo malvisto e que felizmente já percebemos intensas mudanças em curso, partindo de governos e parte das indústrias.
    Mas, gostaria de ressaltar, de que de nada servirá certas iniciativas para firmarem compromissos políticos com o desenvolvimento sustentáveis, se a população não se conscientizar da importância de um consumo mais consciente em prol a preservação de nosso planeta.

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  7. Igor Seixas de Carvalho31 de julho de 2013 às 07:57

    Realmente as desigualdades sociais são, hoje, o maior problema da sociedade. Se faz necessário rever o conceito economico que vivemos hoje, do consumismo desenfreado, que agride tanto o meio ambiente quanto as camadas mais pobres da sociedade, que são "exploradas" pela camada mais rica afim de fomentar essa doutrina que os enriquece.
    O mais importante não são as mudanças que já percebemos em curso mais sim a conscientização de toda a população com um consumo mais consciente e sustentável de todas as camadas da sociedade.

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  8. Expandindo um pouco a questão e levando-a a um campo para além do da “economia material”, podemos pensar nos estudos do sociólogo polonês Sygmund Bauman e sua visão um tanto quanto “alarmista”, mas necessária para que encaremos a realidade do mundo hoje. No livro “Capitalismo Parasitário”, Bauman trata da sociedade pós moderna e, mais especificamente, do homem pós moderno como um ser derivado do medo extremo pela permanência das coisas. A lógica capitalista parasitária pós moderna, que visa à aceleração do consumo e do descarte, implica diretamente, também, na obsolescência das relações interpessoais. Assim como se prima por bens materiais que rapidamente se possa descartar, também a obsolescência e a fugacidade são fatores determinantes na hora da escolha das relações interpessoais pós modernas, no que se refere ao campo do amor. De acordo com Bauman, a sociedade pós moderna é líquida, assim como o “amor” que nela ainda resta.

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  9. De uns tempos para cá, os objetos são feitos com data de validade. Podemos comprar nesse exato momento o eletrônico mais balado; mês que vem, no máximo, já haverá outro pronto para ocupar o lugar daquele que acabou de sair da loja. Tal prazo ocorre por duas razões: uma já citada, que diz respeito a velocidade com que novidades surgem no mercado. A outra, ligada ao fato que a durabilidade é menor. Em um mundo onde a sustentabilidade é obrigação, precisamos rever diversas situações econômicas.Por que ainda há concentração de renda, e o que fazer para modificar este cenário? Por que cada vez mais estocamos produtos similares ao invés de agirmos como nossos avós - tanto que muitos de nós tem algo que "era do bisavô". Não se pode negar que a natureza dentre essas questões é a que melhor está sendo beneficiada, por mais que estejamos longe do ideal. É importante rever nossa questão de real necessidade e buscarmos meios de desconcentrar a renda,uma vez que é injusto em um mundo avançado existir aqueles que não possuem água para beber e aqueles que têm em excesso e desperdiça.

    Marcelle Roumillac

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  10. Letícia Quaresma Paolino6 de janeiro de 2014 às 15:22

    Com base nos padrões de consumo de hoje em dia, provavelmente em 2050 não haverá energia suficiente para toda a população. O padrão de energia dos países europeus e dos EUA necessita ter uma diminuição de aproximadamente de 25% do que consomem de energia atualmente, pois se não houver tal diminuição quem inicialmente sofrerá as consequencias serão os países subdesenvolvidos. Logo, cabe aos países desenvolvidos modificarem, pois países subdesenvolvidos não possuem condições de tal modificação.

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  11. Nossa mentalidade consumista e irresponsável só nos leva a um caminho sem volta, em que será impossível "consertar" a economia e todas as suas consequências negativas - como e principalmente, no meio ambiente. A ambição do indivíduo e, em grade escala, das grandes corporações e do governo faz com que o presente pareça o único objetivo. Parece clichê, mas é como se, infelizmente, vivêssemos um dia de cada vez, sem se preocupar com o dia de amanhã.

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  12. Com o decorrer da história, ficou claro que a busca a todo custo por novos mercados e novos produtos, ou seja, o desenvolvimento da economia, sem uma grande preocupação com as conseqüências de tais atos, são os responsáveis pela atual situação do cenário mundial.
    Com isso, a desigualdade social, os desequilíbrios ambientais e as diversas crises financeiras tornam claro que a humanidade está passando por um período de transição onde a mudança de mentalidade será a única forma de, talvez, reverter a situação. A humanidade precisa rever suas prioridades, pois já tornou-se evidente que o imediatismo não pode mais comandar a economia mundial. A analogia com o Câncer foi brilhante, afinal, o crescimento desordenado só levará a ruína.

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  13. O sistema capitalista fomentado pela Revolução Industrial originário da Inglaterra, Alemanha e França e posteriormente disseminado em vários países no mundo gerou imensas transformações no que se diz respeito à sociedade e o ambiente em que vivemos. A essência do capitalismo está no lucro, advindo da relação comércio e consumo.
    O capitalismo proporcionou o acúmulo de riquezas e avanços tecnológicos, porém podemos listar grandes aspectos negativos durante o seu desdobramento, além da desigualdade social imersa na divergência entre capital e trabalho, a extinção dos valores humanos e na degradação ambiental.
    A produção em massa, e o consumo exacerbado fez com que o homem utilizasse de forma exponencial os recursos naturais, matérias primas, na produção de produtos. O resultado da exploração foi uma grande devastação e poluição do meio ambiente.
    Hoje, as principais pautas mundiais giram em torno dos reflexos do sistema, como mudanças climáticas, aquecimento global, escassez de água, entre outros. O jornalista e ambientalista Aron Belinky no texto ressalta de forma clara que “Temos de entender que a questão não é ambiental, como alguns acreditam, mas de modelo de desenvolvimento e de governança global”. Fica evidente a importância dos governos em assumir compromissos para que se logre uma melhora na qualidade de vida dos indivíduos e que conjugue com um novo processo de desenvolvimento.

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  14. Por muito tempo tem se pensado que o consumismo é a única forma de gerar riqueza
    para todos. Mas esse consumismo não tem limites e os recursos que se utilizam para
    faze-los, são finitos. A industria tem crescido tanto que gera mais produtos
    e muitas vezes o material não é renovado. Para que seja sustentável se tem
    que fazer pesquisas que ajudem a industria a fazer as coisas com os menores
    recursos e com a menor contaminação, que é dos principais problemas hoje em dia.
    As vezes nós como pessoas não queremos comprar coisas e utilizar o dinheiro para
    outra coisa mais útil. Por exemplo, a industria dos telefones moveis, cada seis meses
    estão fazendo novos modelos, e em um ano que você compro seu celular, você
    já precisa de outro que tenha mais capacidade, tenha mais apps, tenha mais qualidade,
    fazendo a gente renovar o aparelho.
    Uns dos retos principais para o mundo, é melhorar as formas de utilização dos
    recursos que utilizamos, reduzir as emissões de carbono, evitar a contaminação,
    pesquisar novas formas de energia que evitem o dano ao planeta.
    Outra das coisas criticadas pela gente, é a incapacidade do setor trabalhador
    para comprar uma casa ou apartamento com os salários deles. Sendo assim que
    as pessoas mais ricas, aproximadamente 20% são donos de 82% ou mais dos imoveis.
    A questão da energia também é importante, a ONU diz que o consumo de eletricidade
    deveria ser limitado por ate 70 gigajoules, porque enquanto alguns países utilizam
    menos dessa quantidades, os Estados Unidos utilizam o duplo. Mas isso seguira sendo
    assim enquanto eles dominem economicamente aos demais países.

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  15. Existem novas formas de se tratar o mercado, com um "capitalismo sustentável", na visão dos criadores. Importamos da Alemanha exemplos como crowdfunding ou o crowdsourcing. O Templo (http://goo.gl/PDCqjU), localizado na cidade do Rio, que busca desenvolver novas ideias através de um custo compartilhado para todas as startups. Seus projetos possuem apoio de empresas como Apple, Google, Twitter, Facebook e várias outras, que também buscam inovação na parte prática. O desenvolvimento sustentável tornou-se bandeira de políticos e organizações para se conquistar simpatia e boa imagem. Porém, os grandes CEOs não mudaram em nada o pensamento industrial dos anos 50. Infelizmente, ainda estamos à procura de um modelo de gestão industrial que alie as verdadeiras necessidades humanas com a proteção para as futuras gerações.

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  16. Vivemos em um sistema econômico excludente, onde as minorias são marginalizadas. Para que o sistema se mantenha é necessário que o meio ambiente seja cada vez mais explorado para a geração de riqueza das grandes empresas e que cada vez mais lixo seja gerado com o consumo desenfreado. Paula Vieira Farias Aluna de Comunicação Social - Relações Públicas UERJ
    Encontros da natureza do Rio+20 são muito importantes para o planejamento de soluções que nos direcione a um modele econômico mais sustentável (ambiental e social). Porém de nada nos adianta se medidas eficazes forem planejadas e não saírem do papel.

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  17. Paloma Escoralique de Souza26 de janeiro de 2014 às 05:48

    Esse texto é interessante para avaliarmos a maneira como consumimos bens atualmente. Desde a revolução industrial a economia mundial vem aumentando sua capacidade de consumo a níveis inimagináveis. Os Estados Unidos foram pioneiros em instigar o consumo na população de uma maneira nunca antes vista. Podemos perceber que quando algum amigo ou conhecido viaja aos Estados Unidos sempre compra muitos produtos porque aqui no Brasil esses produtos são mais caros mas, para mim, também existe o fator do universo consumista do país que te leva a esse consumo exagerado. As coisas se tornam obsoletas muito rápido e esse ciclo parece não ter fim. O mercado nos convence de que aquele celular que temos, mesmo funcionando normalmente, deve ser substituído por outro mais moderno com mais funcionalidades que na maioria das vezes não iremos usufruir de todas elas. Criamos esse modelo econômico devastador e hoje somos reféns dele. O planeta tem recursos finitos e é preciso utilizarmos o desenvolvimento dos conhecimentos e tecnologia a nosso favor para que o planeta não entre em colapso.

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  18. "A economia do fim do mundo". O título do texto é claro e objetivo. Se continuar como está, o modelo econômico de desenvolvimento, baseado no consumo, nos levará a extinção de recursos e, consequentemente, à extinção da raça humana. Um modelo idealizado após um período de caos e de anos de guerra mundial não tem como se manter sustentável. No entanto, o que podemos perceber é que este modelo ainda vigora mesmo após alcançarmos a estabilidade pós-guerra. Um modelo excludente, que privilegia um terço da humanidade, enquanto os demais indivíduos deixam de ter acesso a direitos básicos e universais, como educação, saneamento, habitação.
    Prosseguir com este estilo econômico significa assinarmos o nosso atestado de óbito antecipadamente. E estamos consciente disso. O economista Ladislau Dowbor tem absoluta razão quando afirma que "É preciso planejar que tipo de economia vai desconstruir essa armadilha em que nos metemos”. E precisamos planejar já.

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  19. Chamou-me a atenção a frase: "A economia do consumo substituiu a “economia do abastecimento”, em que as pessoas compravam aquilo de que precisavam (...)" Hoje o nível de consumo é muito superior comparado com o de vinte anos atrás. É notável que o tempo de vida de eletrodomésticos é carda vez menor pois, ou eles se tornam obsoletos ou são feitos para durar no máximo 2 anos. E com isso o consumo aumenta exponencialmente. Porém, não há um retorno para a sociedade, apenas uma pequena parcela é beneficiada e a outra grande parte continua à margem do sistema. As soluções para que isso se resolva são claras, mas a desigualdade social é conivente para aqueles que estão no poder e por isso fica mais difícil de mudar o cenário onde vivemos. O Brasil está recebendo grandes investimentos devido aos eventos mundiais que acontecerão no país, porém como diz o texto esses investimentos não estão sendo bem utilizados pelos governantes e empresários. A conclusão que chegamos é que há bastante recursos e possibilidades de melhoras social e econômica, porém estes recursos estão em mãos de pessoas que só visam o próprio bolso e enquanto isto perdurar não será possível que as desigualdades diminuam, pelo contrário, elas tornar-se-ão mais perceptíveis.

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  20. Carlos Humberto Maestre Dutra26 de janeiro de 2014 às 11:27

    Ricardo Young diz que já há mudanças em curso na economia. “Porém, não são uniformes”, alerta. Pessoalmente, não vejo problema na falta de uniformidade, desde que haja comprometimento ético e na visão de algo ideal para todos. O caso do Brasil, citado por ele, é interessante para desmentir o senso comum de atraso em vários aspectos das políticas sociais nacionais. O questionamento que me veio à cabeça é ‘o que impulsionou tais políticas no Brasil’? Seria meramente os anos do governo PT? Ou algo mais próximo com ter atingido, em determinado momento, tamanho desconforto social – entre medo, incompreensão e disparidade entre classes – que aconteceu essa ‘sacada’ de minimizar distâncias e oportunidades para acalmar ânimos e criar-se o ambiente propício para crescimento? (Ainda há muito a ser percorrido).
    Também citado no texto, o estímulo ao consumo desenfreado sem nenhuma contrapartida do governo ou da indústria para coordenar o ritmo de produção com sustentabilidade e sem inflacionar demasiadamente o que consideramos como ‘especulação’, é outro tópico sensível. A sensação do tempo de ‘vacas gordas’ e do ‘Brasil ter passado por uma marolinha’ (alusão à crise que perturbou o mundo, mas pouco teria afetado o país), chega a ser algo que os ingleses chamam de ‘delusional’ (ilusório, delírios) – é como deitar-se nos lauréis, afinal não há motivo para descartar o caos que pode ser o cenário brasileiro pós mega-eventos. Afinal, entre a especulação imobiliária ‘delirante’ (olha aí!) e, apesar da melhora neste aspecto, uma das sociedades mais díspares do mundo, estão bons ingredientes para uma possível instabilidade futura.
    Como comentei no outro texto (com a premissa deste): Em todo caso: salta aos olhos não o nosso ritmo de consumo (pois, como dito, achava que isso já estava extrapolado há algum tempo!), mas desigualdade evidente: com 9 bilhões de habitantes no mundo, um americano deveria consumir 25% do que consome atualmente, um europeu, 50%, os brasileiros, teoricamente, estão na zona de conforto e tantos outras nacionalidade poderiam multiplicar quatro vezes a energia gasta.
    Digo ‘teoricamente’ por que a média é sempre um resultado pasteurizado, que soma o máximo e o mínimo e divide pela quantidade de fatores. Assim, se desconsiderarmos o nivelamento homogeneizado, será que estamos realmente numa zona de conforto para nosso padrão de consumo ou estamos levemente abaixo do padrão europeu (ou quem sabe do americano)?!

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  21. Lendo o texto, lembrei-me de um documentário muito bom que ilustra bem essa questão da obsolescência programada, disponível na íntegra no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=pDPsWANkS-g

    Essa prática, que parece ser de fato o motor da economia moderna, faz com grandes empresas de tecnologia nos forcem a trocarmos nossos aparelhos celulares a cada seis meses, seja para rodar aquele novo aplicativo ou porque nosso já apresenta um design “pré-histórico”.

    Além disso tudo, a economia sabe aproveitar bem algo que é fruto do ego humano, a ostentação. “Trabalhamos em empregos que odiamos para comprar porcarias que não precisamos.” (Clube da Luta, 1999).

    Juntar o útil (necessidade do aparelho) ao agradável (design e ostentação), parece uma combinação inofensiva, mas hoje vemos que, como o próprio título sugere, nada mais é do que, de fato, “A economia do fim do mundo.”

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  22. “Não haverá tranquilidade no planeta enquanto a economia for organizada em função de um terço da população mundial" Essa é uma das principais afirmações do texto.Essa economia de consumo não foi feita para ser igualitária , muito menos sustentável , e hoje colhemos os frutos de uma economia que não pensava em futuro; A preocupação com a natureza passa a ser maior hoje porque os grandes produtores estão enfrentado problemas com recursos naturais e enxergam um problema próximo ,e por isso a discussão em volta da sustentabilidade.Se isso nada afetasse aos detentores de capital e de poder ,o assunto ficaria arquivado.
    É preciso que as pessoas consumam para gerar capital , logo é preciso produzir sempre produtos e esse precisam ser produzidos bem mais baratos que o preço final , para gerar mais lucro ...É um ciclo sustentado por um terço da população , formado pelas camadas mais pobres( que produzem a preço de banana) e a classe média , que paga por esses produtos , muitas vezes sem consciência alguma.
    E nada é reinvestido na formação de um mundo mais justo ( que muitos dirão utópico)e com melhor distribuição de capital .
    Uma economia que só visa o lucro e acumulação de riqueza por poucos nunca será sustentável.

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  23. O paralelo que Dowbor traça entra o mercado e o câncer é precisa. Me remete a uma fala do filme Matrix, onde um dos personagens compara o ser humano a um vírus, que migra de uma área para a outra e se multiplica até que esgote os recursos naturais e se mude para outra área. Se formos parar para pensar, é o que a humanidade tem feito ao longo dos anos.

    Hoje vivemos um paradoxo: ao mesmo tempo em que mostramos uma maior preocupação com o meio ambiente, o mercado achou uma maneira de lucrar com o tema da sustentabilidade. O termo perde o significado ao passo que as empresas que os cunham são, muitas das vezes, as que mais desperdiçam recursos naturais e poluem durante suas produções. Quando multadas, os valores das multas são irrisórios e em nada afetam as empresas.

    Cabe ao consumidor final "assumir" sua parcela de culpa - o consumismo desenfreado - e atender aos apelos que o governo faz através da mídia para que utilize os recursos com moderação. A conscientização sobre o tema, infelizmente, é mais lenta do que a degradação do meio ambiente para atender aos nossos desejos materialistas.

    Fabricio Teixeira

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  24. mariana marinho mendes cortes27 de janeiro de 2014 às 08:16

    Sociedade de consumo, é um termo utilizado para designar o tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e serviços, disponíveis graça a elevada produção dos mesmos.
    O conceito de sociedade de consumo está ligado ao de economia de mercado e, por fim, ao conceito de capitalismo, entendendo economia de mercado aquela que encontra o equilíbrio entre oferta e demanda através da livre circulação de capitais, produtos e pessoas, sem intervenção estatal.
    A expressão Sociedade de Consumo designa uma sociedade característica do mundo desenvolvido em que a oferta excede geralmente a procura, os produtos são normalizados e os padrões de consumo estão massificados.
    As principais características da sociedade de consumo são as seguintes:
    . Para a maioria dos bens, a sua oferta excede a procura, levando a que as empresas recorram a estratégias de marketing agressivas e sedutoras que induzem o consumidor a consumir, permitindo-lhes escoar a produção.
    A maioria dos produtos e serviços estão normalizados, os seus métodos de fabrico baseiam-se na produção em série e recorre-se a estratégias de obsolescência programada que permita o escoamento permanente dos produtos e serviços.
    Os padrões de consumo estão massificados e o consumo assume as características de consumo de massas, em que se consome o que está na moda apenas como forma de integração social. Existe uma tendência para o consumismo (um tipo de consumo impulsivo, descontrolado, irresponsável e muitas vezes irracional).
    Uma das críticas mais comuns sobre a sociedade de consumo é a que afirma se tratar de um tipo de sociedade que se "rendeu" frente as forças do sistema capitalista e que, por tanto, seus critérios e bases culturais estão submetidos as criações postas ao alcance do consumidor. E neste sentido, os consumidores finais perderiam as características de indivíduos para passarem a ser considerados uma massa de consumidores que se pode influir através de técnicas de marketing, inclusive chegando a criação de "falsas necessidades" entre eles. Do ponto de vista ambiental, a sociedade de consumo se vê como insustentável, posto que implica um constante aumento da extração de recursos naturais, e do despejo de resíduos, até o ponto de ameaçar a capacidade de regeneração da natureza desses mesmos recursos imprescindíveis para a sobrevivência humana.
    Em economia internacional, diz-se que o modelo consumista faz com que as economias dos países pobres se dediquem em satisfazer o enorme consumo das sociedades mais desenvolvidas, o que os fazem deixar de satisfazer suas próprias necessidades fundamentais, como por exemplo a alimentação e saúde da população, pois o mercado faz com que a maioria dos recursos sejam destinados a satisfazer a quem pagar mais.
    uma das maiores críticas a sociedade de consumo, vem de quem afirma que esta converte as pessoas a simples consumidores que encontram o prazer no mero consumo por si só, e não pela vontade de possuir o produto.
    um impacto desta sociedade de consumo ao meio ambiente e a sociedade em geral é sem duvida a rápida obsolescência dos equipamentos causando hoje na sociedade o que conhecemos como lixo tecnológico, que também prejudica muito a natureza.
    Para alguns defensores, a sociedade de consumo é consequência do alto desenvolvimento que chegou a determinadas sociedades e se manifesta no incremento da renda nacional. Por sua vez, possibilita que um numero cada vez maior de pessoas adquiram bens cada vez mais diversificados, desta forma, facilitando o acesso a uma maior quantidade e qualidade de produtos por uma parte maior da sociedade, se estaria produzindo uma maior igualdade social.
    Mariana Marinho Medes Cortês.

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  25. Uma passagem me chamou muita atenção “Não haverá tranquilidade no planeta enquanto a economia for organizada em função de um terço da população mundial".
    Enquanto esse 1/3 toma conta de tudo, o resto do mundo agoniza muitas vezes sem coisas básicas como água, educação, saúde etc. Precisamos rever e criar uma papel de conscientização ambiental para todos. E é importante também ressaltar o papel do Brasil nesse aspecto, que por muitas vezes ´é considerado 'atrasado'.

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  26. O aumento da produtividade industrial e o advento dos meios de comunicação de massa vêm, ao longo dos anos, impulsionando o consumo desenfreado nas sociedades capitalistas. A chegada dos meios de produção em massa catapultou a capacidade de geração de produtos das empresas. Henry Ford, em 1913, criou uma forma de racionalização da produção capitalista baseada em inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista, de um lado, a produção em massa e, do outro, o consumo em massa. Ou seja, esse conjunto de mudanças nos processos de trabalho (semi-automatização e linhas de montagem) está intimamente vinculado às novas formas de consumo social.
    A concepção de que os produtos possuem poder de persuasão diante do consumidor é antiga e já foi objeto de estudo de diversos pesquisadores. No entanto, foi Karl Marx, em sua obra “A Mercadoria”, que primeiro comparou o consumo e a religião, afirmando que os produtos adquirem vida própria e relacionam-se entre si e com os homens.
    Este aspecto trabalhado por Marx é claramente perceptível nos dias atuais. É possível observar que, por exemplo, um carro de luxo, deixou de ser um simples meio de transporte para se tornar um objeto de ostentação, admirado por aqueles que o observam e amado por aqueles que o possuem.
    Hoje, temos uma infinidade de ofertas de produtos à venda através de um excesso de canais. Segundo Paco Underhill, as taxas de natalidade estão menos aceleradas que os índices de criação de lojas e fabricação de produtos. Isso significa que em algum tempo haverá mais lojas (físicas ou virtuais) do que pessoas para consumir.
    Esse sistema é perigoso e autodestrutivo. As inciativas de reversão ainda são muito embrionárias. As gerações mais jovens já possuem um pouco mais de consciência, já que vêm sendo alertadas desde seu nascimento sobre poluição, escassez da água, etc. Esses ensinamentos são relativamente recentes nas rotinas escolares. No entanto, poucos são os que realmente mudam suas atividades. É papel da geração atual de jovens se mobilizarem. Os alarmes do planeta já começaram a soar.

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  27. Ainda vivemos uma economia baseada no consumo e na produção de bens com vida útil limitada, o que gera consumo exacerbado de matérias-prima e produção excessiva de lixo. É uma herança ainda da Revolução Industrial e é o puro capitalismo, que promove o enriquecimento de poucos e a desigualdade social. Ao contrário do que é proposto na Economia Verde, as políticas de consumo ainda vigentes não valorizam a preservação ambiental, tão pouco preocupam-se com a qualidade de vida de toda a população. Ainda temos muito o que caminhar.

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  28. A citação “Essa filosofia de crescer por crescer só tem um paralelo na natureza: o câncer” de Ladislau Dowbor é bem impactante, porém sintetiza perfeitamente a economia em que estamos inseridos. Precisamos encontrar uma cura para essa malignidade para estabelecer uma economia mais saudável para todos. Todo ser humano deve ter seus direitos à educação, saúde, alimentação e, principalmente, dignidade, atendidos.

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  29. Realmente o principal problema não é ambiental, que na verdade é uma consequência. É preciso rever o modelo de desenvolvimento global e governança global. A Rio+20 passou e nada mudou.

    Ainda mantemos o modelo de produção de obsolescência planejada criado no século passado. Um modelo que, de tanto nos ser jogado goela abaixo, já nos acostumamos. Não nos importamos se os produtos que compramos hoje em dia duram 10% do que duravam a 30 anos atrás. Consumimos desenfreadamente, com uma grande parcela de culpa do marketing invasivo na sociedade.

    Tal modelo, que é fator circunstancial para o rápido esgotamento de diversos bens duráveis daqui a alguns anos, precisa ser revisto para ontem.

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  30. “Da mesma forma que se planejou a sociedade de consumo, é preciso planejar que tipo de economia vai desconstruir essa armadilha em que nos metemos” E será que seria possível desconstruir o conceito de consumo ao qual a nossa sociedade vive hoje? As crianças, de pequenas já tem o espírito consumidor incorporado nas veias, assim como já crescem sabendo utilizar novas tecnologias. O descarte é muito grande e a rotatividade financeira é muito rápida.
    Concordo quando o Léo Perico disse que “A produção em massa, e o consumo exacerbado fez com que o homem utilizasse de forma exponencial os recursos naturais, matérias primas, na produção de produtos.” Temos visto isso diariamente e como consequência, temos um planeta mais poluído de lixo digital e pessoas preocupadas em ter um novo dispositivo ao invés de cuidar dele. Isso é bom para o lado financeiro, pois o movimenta, a partir do momento em que o consumo é exacerbado e estimulado pelos programas de televisão e a própria publicidade.

    Andressa Cabral

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  31. Juliana Passos - Obviamente não será tarefa fácil redefinir os rumos da economia mundial a ponto de pelo menos estagnarmos a bolha de problemas geradas por essa noção do consumo incessante. Acho que toda essa questão ultrapassa as barreiras da lógica do mercado capitalista, da sociedade de consumo. Como estudante de comunicação, consigo perceber facilmente a participaçao/responsabilidade dos meios de comunicação nisso tudo. Desde pequenos, por gerações, somos constantemente bombardeados pela publicidade que nos faz acreditar que precisamos de um determinado serviço/produto, mesmo que isso não seja verdade. Somos induzidos a crer que seremos socialmente aceitos ou excluídos se nos enquadrarmos nos padrões propostos no momento. Economia, industria cultural, moda, mídia, tudo contribui para chegar onde estamos hoje, consumistas e cegos às questões sociais e ambientais que nossas atitudes têm gerado.

    No caso especificamente do Brasil, com os grandes eventos, estamos jogando a tal oportunidade de crescimento consciente pela janela. Estamos organizando a Copa do Mundo mais cara da história da competição, efetuando obras superficiasciais, superfaturadas e pontuais, investindo emergencialmente em setores estratégicos - como o turismo - que não serão aproveitados como legado para a população. Mais do que planejamento e estratégia, é preciso comprometimento.

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