quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Mais com menos ou ... 
                                                                                                                          
 
Com 9 bilhões de habitantes em 2050,

mudanças climáticas

e profundas desigualdades,

haverá água para todos?

Iniciativas de diferentes qualidades

feitas por empresas significam soluções?

 

blog do professor paulo márcio

 economia&arte
 

Quarta-feira, 4 de setembro de 2013

coluna EMPRESA-CIDADÃ

por Paulo Márcio de Mello*

 

 

        No dia 2 de setembro, foi instalada, em Estocolmo (Suécia), a 23ª Semana Mundial da Água. Desta vez, o foco é a cooperação multilateral para a utilização da água, visando o equilíbrio entre o crescimento das atividades econômicas e da população do planeta e a escassez dos recursos hídricos.
 
        O Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI, na sigla em inglês), criador do fórum anual da Semana Mundial da Água, divulgou nota em que ressalta a previsão de que seremos nove bilhões de habitantes, até 2050, enquanto a disponibilidade de água não aumentará, o que representa um desafio à capacidade de estabelecer parcerias firmes e cooperação imparcial.
 
        Um dos eventos da Semana Mundial da Água será a premiação da empresa Netafim, com o Prêmio da indústria da água de Estocolmo, por realizações na gestão sustentável da água e contribuições para diminuir o problema da fome no planeta. A distinção é concedida pelo SIWI, em parceria com o Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentável e com a Real Academia Sueca de Ciências da Engenharia, reconhecendo iniciativas de aperfeiçoamento de desempenho e inovação de processos que melhorem a situação da água no mundo.
 
        A Netafim, pioneira em tecnologia de irrigação localizada (por gotejamento), foi criada em 1965. Atualmente, opera em 110 países. A tecnologia por ela comercializada foi desenvolvida no deserto de Negev, onde está situado o Kibbutz Hatzerim. Lá, o engenheiro Simcha Blass aperfeiçoou um equipamento fundamental, o tubo gotejador, capaz de levar a água onde as necessidades hídricas das plantas são mais críticas, sem o desperdício comum aos sistemas de aspersão baseados nos fotogênicos pivôs.
 
        Com o tempo, os profissionais da Netafim desenvolveram a tecnologia, com a introdução do gotejador de botão, que utiliza um labirinto em espiral para formar o fluxo laminar de água, depois o labirinto dentado e outros componentes. Em um cenário de pressão sobre o recurso finito da água, a irrigação por gotejamento e microaspersão apresenta-se como a modalidade mais sustentável para a agricultura, que é responsável por quase 70% do uso de água no planeta.
 
        Na página da empresa (www.netafimlegacy.com), Rachel Shaul, diretora de marketing, pergunta com orgulho, quantas empresas podem dizer que seus produtos contribuem para que dezenas de milhões de pessoas tenham a certeza de que terão o bastante para comer todos os dias.
 
        A política de meio ambiente da Metafim está baseada em princípios, como o da escolha de empresas candidatas a investimento baseando-se nas questões de meio ambiente; e comprometimento com a prevenção de danos ao meio ambiente e melhoria contínua nos processos de meio ambiente. O reconhecimento de que os recursos naturais, em especial a água, são bens públicos; o comprometimento com o princípio do desenvolvimento sustentável; e o comprometimento com a proatividade complementam os princípios da política ambiental da Metafim.
 
        Ajudando o mundo a produzir mais com menos é a Visão geral da Metafim.

... mais com mais?
 
Outro evento que marcará a 23ª Semana Mundial da Água será a apresentação do Projeto em prol conservação da Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no estado de São Paulo, em parceria com a The Nature Conservancy (TNC).
 
O conceito do projeto é o de que as áreas naturais prestam muitos serviços à sociedade, com destaque para a ação garantidora da qualidade e da quantidade da água, e de que estes serviços devem ser remunerados, constituindo-se em Pagamento por serviços ambientais. As ações da Ambev tem por princípio o reconhecimento de que a água é a principal matéria prima da empresa, estratégica, portanto, para o seu desenvolvimento.
 
Outro projeto da Ambev é o Banco CYAN, lançado em 2011, que premia a redução do consumo de água. O mecanismo resume-se através de alguns passos, como o de acesso das pessoas à informação sobre a média domiciliar de consumo doméstico de água; pontuação pela redução do consumo doméstico (uma espécie de “antimilhagem”); e utilização dos pontos para o consumo através de alguns dos maiores “sites” de compras existentes. A Ambev informa que a iniciativa Banco CYAN já “proporcionou a economia de mais de 325 milhões de litros de água”.
 
Considerando que o consumo doméstico de água representa não mais do que 2% do total e que a iniciativa, ao fomentar o consumo, aumenta o consumo industrial de água (cerca de 29% do total) e agropecuário (cerca de 69% do total), seria oportuno um “noves fora”, para concluir se a iniciativa reduz mesmo ou estimula o consumo de água.
 
Paulo Márcio de Mello
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados casos de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.

6 comentários:

  1. A água é essencial para o bem-estar humano, crescimento socioeconômico e para um meio ambiente saudável. No entanto somente cerca de 3% do "planeta água" é de água doce. No mundo de hoje, segundo a ONU, cerca de 783 milhões não têm acesso a fontes seguras de água potável.O principal problema em relação à água é o mau uso que as sociedades fazem dela, gerando o consumo exagerado em uma ponta e a falta na outra. Necessitamos de uma modificação na maneira de utilizarmos tal recurso, no sentido de consumo, e proteção a este recurso natural, além de uma redistribuição igualitária para a humanindade.

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  2. Com este texto, eu pude observar que a 23ª Semana Mundial da Água acertou em cheio ao incentivar com premiações as empresas que se comprometem com o desenvolvimento sustentável.Porque eu acredito que dessa forma, estará servindo de exemplo, para motivar e alertar outras empresas que são desleixadas ao se tratar de sustentabilidade. Sendo assim, achei bem merecido o Prêmio da Indústria da Água para a empresa Netafim, pois ela utiliza uma tecnologia (de gotejamento ) para a agricultura (que é, quem gasta a maior parte da água, cerca de 70%), assim ela contribui para a economia da água e evita seu desperdício .
    Logo, da para perceber que o título do texto, que é “Mais com menos” se refere a isso, que pequenas atitudes, como essa da 23ª Semana Mundial Água, pode está conscientizando as pessoas para que se possa alterar algo bem maior, como por exemplo tentar mudar o futuro, quem sabe...

    Aluna :Priscila Santos da Silva .

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  3. Quando o texto diz que a população em 2050 será de aproximadamente 9 bilhões de pessoas parece surreal continuarmos desperdiçando a água da maneira que acontece hoje em dia. Todas as formas de economia de água são bem-vindas quando se trata do nosso futuro. No texto um dos projetos da Ambev, o banco CYAN, utiliza-se de informações sobre a media de gasto de agua por dia em uma residência, o que já teve um grande resultado, entretanto como também foi dito no texto, o consumo residencial de água é de aproximadamente 2% do total, o ideal é que as grandes empresas aderissem a esses tipos de projetos (já que são os responsáveis pela maior taxa de consumo de água no planeta) para que essa redução seja efetiva, visando o futuro; com 9 bilhões de pessoas...

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  4. Com a nota divulgada pelo Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI), a qual ressalta a provável população de 9 bilhões em 2050, ou seja, em um futuro bem próximo, relata à quem tem acesso a essa informação uma certa apreensão e digamos até um certo medo do que está por vir, pois sempre houve muitos relatos de que um dia (dia em nossa crença bem distante) haveria escassez dos recursos híbridos. Devido a este entre tantos outros fatos que confirmam a necessidade de atenção, mas não apenas isso, e sim de efetivamente ações em prol de uma melhora ou até mesmo de uma busca pelo que possa estar sendo perdido, temos como exemplo, a empresa Netafim, a qual durante mais de quatro décadas tem auxiliado produções melhores utilizando menos recursos, esforçando-se para encontrar soluções que funcionam de acordo com a natureza sem ir contra ela, por isso o premio recebido por esta empresa, no meu ver, foi muito bem escolhido e esta atitude de premiação é essencial para estimular empresas seguirem o exemplo da empresa Netafim, melhorando e contribuindo para a populaçao continuar em crescimento, mas crescendo consciente e comprometido com o desenvolvimento sustentável.

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  5. Muito válida a ação da Netafim, um exemplo a ser seguido por outras empresas. Concordo com o comentário da Aryela e achei muito interessante a comparação do consumo de água residencial, industrial e agropecuário. Até porque, somos bombardeados com "incentivos" para economia de água e nada disso vai adiantar se os "grandes" não fizerem a sua parte.

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  6. É notório ver que o crescimento da população está aumentando de forma exponencial e que os recursos hídricos já não estão conseguindo mais dar conta. Diversos cidades, não só no Brasil, mas no mundo inteiro , estão sofrendo com a falta de agua, comida. E vale lembrar, como o texto ressalta, que esse gasto excessivo de agua não vem do consumo humano e sim das industrias. Com isso, é super interessante ver que esse evento da semana mundial de água faz com que as empresas/industrias pensem em formas inovadoras para tentar diminuir o desperdício de água, além de realizar uma gestão sustentável da mesma. O mais importante é que as empresas tenham a consciência de que esses recursos são as fontes para que seu crescimento/desenvolvimento . Então é preciso que elas cuidem muito bem deles, como também o texto expõe, havendo um pagamento por esses serviços ambientais . Acredito que nada é mais justo, pois assim podemos continuar usufruindo dos recursos mas de uma forma sustentável.
    Ass: Ana de la Cal.

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