segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A economia verde é
 o “novo Consenso de Washington”?
                                                    
 “A economia verde não é uma unanimidade.
As críticas a ela convergem para o entendimento de que este meio não altera o modo de produção hegemônico,
apenas financeiriza-o.
Este artigo, publicado pela Campanha Não à economia verde, no período da Rio+20, resume as críticas.
 
blog do professor paulo márcio
economia&arte
 
10 de abril de 2012
 
I. Economia Verde: A Nova Fase da Expansão Capitalista e de Ajuste Estrutural
 
1. Atualmente enfrentamos grandes riscos – até mesmo uma crise de civilização – que se manifestam em muitas dimensões e que são exacerbados por desigualdades sem precedentes. Sistemas e instituições que sustentam a vida e as sociedades – tal como a produção de energia e alimentos, o clima, a água, a biodiversidade e mesmo as instituições econômicas e democráticas – estão sob ataque ou em colapso.
 
2. Na década de 1980, enfrentando uma crise da lucratividade, o capitalismo lançou uma ofensiva maciça contra trabalhadores e povos, buscando aumentar os lucros através da expansão dos mercados e da redução de custos pela liberalização das finanças e negócios, flexibilização do trabalho e privatização do setor público. Esse ‘ajuste estrutural’ maciço ficou conhecido como Consenso de Washington.
 
3. Hoje, frente a uma crise ainda mais complexa e profunda, o capitalismo está lançando um novo ataque que combina as antigas medidas de austeridade do Consenso de Washington – como estamos presenciando na Europa – com uma ofensiva para criar novas fontes de lucro e crescimento através da agenda da “Economia Verde”. Embora o capitalismo sempre tenha se baseado na exploração do trabalho e da natureza, essa nova fase da expansão do capitalismo busca explorar e lucrar colocando um valor precificado em capacidades essenciais da natureza para gerar vida.
 
4. A Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, em 1992, institucionalizou importantes bases para a cooperação internacional no desenvolvimento sustentável, tal como o princípio de que o poluidor paga, as responsabilidades comuns porém diferenciadas e o princípio da precaução. Mas o Encontro do Rio também institucionalizou o conceito de “desenvolvimento sustentável” baseado no “crescimento” ilimitado. Em 1992, as Convenções do Rio reconheceram pela primeira vez os direitos das comunidades indígenas e suas contribuições centrais para a preservação da biodiversidade. Mas, nos mesmos documentos, os países industrializados e as corporações obtiveram a garantia da propriedade intelectual das sementes e dos recursos genéticos que roubaram através de séculos de dominação colonial.
 
5. Vinte anos depois, em 2012, o saque continua. A agenda da “Economia Verde” é uma tentativa de expandir o alcance do capital financeiro e integrar ao mercado tudo o que resta da natureza. Pretende fazer isso colocando um “valor” monetário ou um “preço” na biomassa, na biodiversidade e nas funções dos ecossistemas – como o armazenamento de carbono, a polinização de plantações ou a filtragem da água – a fim de integrar esses “serviços” como unidades comercializáveis no mercado financeiro.
 
II. O Que e Quem Está Por Trás do Draft Zero (Esboço Zero)
 
6. O resultado do documento “draft zero” para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável da Rio+20 se chama “O Futuro que Queremos”. No coração desse breve texto está a seção “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza”.
 
7. O "draft zero" - como todos os ataques perversos do capitalismo - é cheio de generalidades para esconder as reais intenções. A força ideológica por trás do "draft zero" é o relatório de 2011 do PNUMA Rumo à Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza, que mostra claramente o objetivo final de alcançar o "capitalismo verde".
 
8. Em uma escala global, a “Economia Verde” procura desassociar o crescimento econômico da deterioração do meio ambiente através de um capitalismo tridimensional que inclui capital material, capital humano e capital natural (rios, zonas úmidas, florestas, recifes de corais, diversidade biológica e outros elementos). Para a “Economia Verde”, a crise de alimentos, do clima e da energia compartilham uma característica comum: uma alocação falha de capital. Como resultado, eles tentam tratar a natureza como capital – “capital natural”.
 
A “Economia Verde” considera essencial colocar um preço no serviço gratuito que plantas, animais e o ecossistema oferecem a humanidade em nome da “conservação” da biodiversidade, purificação da água, polinização das plantas, proteção do recife de corais e regulação do clima.
 
Para a “Economia Verde”, é necessário identificar as funções específicas do ecossistema e da biodiversidade e atribuir a eles um valor monetário, avaliar suas condições atuais, estipular um limite depois do qual eles não irão mais prover serviços e concretizar em termos econômicos o custo de sua conservação a fim de desenvolver um mercado para cada serviço da natureza específico. Para a “Economia Verde” os instrumentos do mercado são poderosas ferramentas para gerir a “invisibilidade econômica da natureza”.
 
9. Os principais alvos da “Economia Verde” são os países em desenvolvimento, onde se encontra a biodiversidade mais rica. O “draft zero” até mesmo reconhece que uma nova rodada de “ajustes estruturais” será necessária: “países em desenvolvimento estão enfrentando grandes desafios para erradicar a pobreza e manter o crescimento, e uma transição para uma economia verde irá requerer ajustes estruturais que podem envolver custos adicionais para suas economias…”.
 
10. Mas a “Economia Verde” não é uma ficção do futuro: ela já está aqui. Como afirma o “draft zero”, “Nós apoiamos estruturas políticas e instrumentos de mercado que efetivamente diminuam, parem e revertam o desmatamento e degradação das florestas”. Esta passagem está se referindo ao REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), uma iniciativa da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que consiste em isolar e medir a capacidade das florestas de capturar e armazenar dióxido de carbono a fim de emitir certificados de redução das emissões de gases de efeito estufa que podem ser comercializados e adquiridos por empresas em países em desenvolvimento que não conseguem cumprir seus compromissos de redução das emissões.
 
Mas nós já vimos que o mercado de créditos de carbono baseado nas florestas irá levar: a) à falta de comprometimento com os acordos de redução efetiva das emissões pelos países desenvolvidos; b) ao aumento da apropriação de recursos por intermediários e entidades financeiras que raramente beneficiam países, populações indígenas e as próprias florestas; c) à geração de bolhas especulativas baseadas na compra e venda dos certificados mencionados, e; d) ao estabelecimento de novos direitos de propriedade sobre a capacidade das florestas de capturar dióxido de carbono, que irá colidir com os direitos soberanos dos Estados e dos povos indígenas que vivem nas florestas.
 
11. Os postulados promovidos sob a designação de “Economia Verde” estão errados. A atual crise ambiental e climática não é simplesmente uma falha de mercado. A solução não é colocar um preço na natureza. A natureza não é uma forma do capital. É errôneo dizer que só valorizamos aquilo que tem preço, um dono e que traz lucros. Os mecanismos de mercado que permitem trocas entre seres humanos e nações se mostraram incapazes de contribuir para uma distribuição equitativa da riqueza. O maior desafio para a erradicação da pobreza não é crescer eternamente, mas alcançar uma distribuição equitativa da riqueza que seja possível dentro dos limites do sistema Terra. Em um mundo no qual 1% da população controla 50% da riqueza do planeta não será possível erradicar a pobreza nem restaurar a harmonia com a natureza.
 
12. A agenda da “Economia Verde” é uma manipulação cínica e oportunista das crises ecológica e social. Ao invés de enfrentar as verdadeiras causas estruturais das desigualdades e injustiças, o capital está usando a linguagem “verde” para lançar uma nova e agressiva rodada de expansão. As corporações e o setor financeiro precisam dos governos para institucionalizar novas regras da “Economia Verde” que os protejam contra riscos e para criar um quadro institucional para a financeirização da natureza. Muitos governos são parceiros ativos nesse projeto por acreditarem que isso irá estimular uma nova fase de crescimento e acumulação.
 
13. De fato, a “Economia Verde” é o novo Consenso de Washington que está para ser lançada na Rio+20 como o próximo estágio do capitalismo para recuperar o crescimento e lucros perdidos. Esse definitivamente não é o futuro que NÓS queremos.
 
     1.     UNEP, 2011, Towards a Green Economy: Pathways to Sustainable Development and Poverty Eradication, www.unep.org/greeneconomy



26 comentários:

  1. Este texto me lembra Johan Locke e o direito natural do homem à propriedade privada(para ele o homem mistura seu suor à natureza e desta forma tem direito à utiliza-la dentro dos limites de sua necessidade e de sua família). No entanto, os argumentos apresentados a favor da “Economia Verde” são absurdos, pois não deveríamos estar pagando por esses “serviços” (“conservação” da biodiversidade, purificação da água, polinização das plantas, proteção do recife de corais e regulação do clima) e sim “contribuindo” (não monetariamente, mas na prática) para que este continue em pleno “funcionamento”. É como se os países em desenvolvimento tivessem de pagar uma taxa para não serem explorados. E com isso, mais uma vez, caímos no contrato social de Locke, o homem (neste caso um país/ nação) estabelece um pacto (um contrato social) com os demais para ter assegurado o seu direito à propriedade (liberdade, propriedade e vida). Porém, este contrato estaria mais para o contrato impositivo pregado por Hobbes, no qual o que rege tal acordo é o medo, em troca da garantia da vida. A questão é que, o que o capital não consegue domar (leia-se tornar um padrão rentável para si próprio), pois vai de encontro aos seus princípios, ele banaliza e transforma em “moda”, e assim tem feito com a proposta “verde”. O capital se camufla de bonzinho nas cores da esperança.

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  2. O artigo reflete a questão da economia verde de forma bastante esclarecedora, uma vez que percebe esse é mais do que um modelo de negócio ou transformação, e sim de dominação. Ao comparar com o Consenso de Washigton, o autor analisa que a expansão dos mercados aliada à redução de custos e movida pela flexibilização do trabalho tem muita relação com a economia verde, pois a segunda precifica os bens naturais (água, ar, minérios) para fundir o mercado com a natureza, valorizando o consumo sustentável e menos agressivo ao meio ambiente. É claro que os sistemas de energia e produção de alimentos estão cada vez mais em risco, já que a demanda de consumo só tende a aumentar, porém, é conclusivo que a erradicação da pobreza não deve virá com o crescimento econômico eterno, e sim com a melhor distribuição da riqueza que há no planeta.

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  3. Se, de fato, as bases da economia verde estão (1) na desassociação do crescimento econômico com relação à deterioração do meio ambiente; e (2) na identificação das funções específicas do ecossistema e da biodiversidade com vistas a atribuir-lhes um valor monetário, partindo da avaliação de suas condições atuais para, em seguida, estipular um limite depois do qual não irão mais prover serviços, e, assim concretizar, em termos econômicos, o custo de sua conservação para desenvolver um mercado relativo a cada serviço da natureza específico, “os objetivos civilizatórios que marcam as forças políticas de esquerda desde meados do século XIX”, como menciona Ricardo Abramovay em entrevista divulgada neste blog, de fato, não serão alcançados. Como bem coloca o artigo da Campanha Não à economia verde, “A solução não é colocar um preço na natureza. [...] mecanismos de mercado [...] se mostraram [até então] incapazes de contribuir para uma distribuição equitativa da riqueza. [E] O maior desafio para a erradicação da pobreza não é crescer eternamente, mas alcançar uma distribuição equitativa da riqueza que seja possível dentro dos limites do sistema Terra.”

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  4. O presente artigo faz uma importante critica a economia verde que é apresentada como solução aos colapsos sociais e ambientais que o próprio sistema capitalista sustenta, ao ser desigual com muitos em prol do crescimento econômico de poucos, mascarado pelo lema que apoia o desenvolvimento sustentável. A maciça exploração capitalista que sempre lucrou com os recursos naturais em seus processos produtivos, continua a mercantilizar a biodiversidade como ativos, mas agora para aparentemente reduzir os impactos ao meio ambiente e a sociedade. Essa visão não torna a proposta “verde” eficiente, pois vislumbrar uma contínua produção, ainda que “ecologicamente correta” continuará trazendo os mesmo efeitos colaterais da desigualdade. A distribuição equitativa da riqueza como mencionada no texto, deveria ser um meio correto para se chegar ao desenvolvimento.

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  5. Erika Cipriano de Sousa23 de janeiro de 2014 às 12:23

    Percebe-se pelo texto que esta agenda da “Economia Verde” se aproveita pelos problemas sociais e ambientais que o país passa, apresentando um falso interesse frente ás questões da sustentabilidade, visando total interesse no crescimento econômico. Aproveitando-se da situação para camuflar as reais intenções, de uma nova fonte de lucro e crescimento, ao alcance do “capitalismo verde”. Como falado no artigo, a solução não é colocar um preço na natureza, esta não é uma forma de capital.

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  6. Este artigo nos leva a refletir sobre a camuflagem de acordos internacionais que favorecem economicamente, de alguma forma, os países desenvolvidos, os quais tentam impor uma política neoliberal juntamente com o fundamentalismo de livre mercado aos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, por exemplo. E diante das crises na “economia marrom” dos países desenvolvidos, a solução oportunista, no momento, é a “economia verde”. A era VERDE é a nova fase de expansão do capitalismo!
    Ao perguntar se “a economia verde é o ‘novo consenso de Washington’”, podemos afirmar que, com o tempo, essa economia sustentável perderá seu planejamento inicial e, assim, os acordos firmados em cooperações internacionais poderão seguir outro rumo e, com isso, aumentar ou estagnar os problemas nos países em desenvolvimento, principalmente quando nos referimos aos impactos socioambientais. E, de fato, os estados com maior poder econômico irão reforçar o modo de produção exploratório já existente. Ou seja, manterão o sistema que visa os privilégios dos países hegemônicos.
    A economia verde trata a natureza como um capital. Segundo o artigo, “procura desassociar o crescimento econômico da deterioração do meio ambiente”. Como se pudéssemos realmente acreditar nisso! E tem mais: ela estipula valores monetários aos meios que a natureza nos oferece gratuitamente, justificando que, com isso, haverá conservação da biodiversidade. Isso é algo inaceitável!
    O pior é saber que as crises ambiental e climática não são “falhas de mercado”. Mas, infelizmente, muitos governos apoiam as ideias financeiras da economia verde no intuito de resolver as desigualdades e injustiças sociais, negando, enfim, os verdadeiros motivos. Realmente, “esse não é o futuro que nós queremos.”

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  7. Mensagem clara: o desenvolvimento sustentável é uma nova bandeira erguida por aqueles que buscam somente crescimento financeiro. A diferença entre o chão da fábrica e o chefe aumentou, as pessoas continuam valorizando o consumo e a educação e a saúde estão piorando, por conta de alimentação regulada pelo tempo e da desorganização dos Governos. Infelizmente, as propostas [utópicas] apresentadas no país líder do capitalismo e que poderiam crescer e se desenvolver ao redor do mundo, são encaras como socialistas e são, simplesmente, descartadas. Em todos os casos, o mercado vê as crises como uma nova oportunidade de crescimento. "O que faremos agora para que eles voltem a gastar?". O próprio Bush, foi usado em sala de aula, como exemplo desse foco principal no consumo, não importando a consequência para as pessoas.

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  8. Paloma Escoralique de Souza25 de janeiro de 2014 às 14:08

    Esse texto só corrobora o que nós já sabemos: que o capitalismo tem sempre capacidade de se renovar e desenvolver novos meios para alcançar o lucro. Não é difícil para as organizações perceberem que essa nova onda “verde” pode ser algo muito lucrativo. Podemos ver que a maioria das empresas adotam hoje discursos em conformidade com os ideais de um desenvolvimento sustentável. As empresas perceberam que, se não adotassem esse discurso, perderiam muito dinheiro e clientes. Portanto, a conhecida frase “o cliente tem sempre a razão” de alguma maneira nos mostra como o mercado percebe as demandas da sociedade, segue essas tendências e identifica novos potenciais de investimentos e lucro em bens antes não pensados, precificando até mesmo a natureza, se necessário.

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  9. Para que o capitalismo continue no domínio, é necessário que ele se reinvente. A "Economia Verde" é uma forma de mascarar as reais intenções do sistema e mostrar à sociedade que o crescimento financeiro não é mais prioridade. Porém, se prestarmos mais atenção e pesquisarmos mais um pouco mais afundo, perceberemos que alguns produtos considerados sustentáveis são uma farsa. Na matéria "Mentiras contra a energia verde" publicada pela Le Monde Diplomatique Brasil tomamos ciência de que as placas de energia solar fotovoltaicas não reembolsariam a energia necessária para a sua fabricação. Ou seja, a sociedade é iludida por causa de um baixo custo de consumo durante 20 anos (tempo de vida da placa), sendo que essa economia não compensa a energia gasta na fabricação do produto. Precisamos tomar muito cuidado com as "boas intenções" das empresas quando se fala em sustentabilidade pois, o conceito desta é algo belo, porém por trás disso as corporações aproveitam para maquiar sua real intenção: lucrar ao máximo.

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  10. O que acontece nos bastidores da economia verde?. o artigo é bem interessante quando aponta a questão do '' capitalismo verde ''. a questão é saber o que realmente as empresas que se dizem ecológicas estão ganhando com todos os contratos e propagandas. A natureza oferece alimento e paz para as pessoas,não se é justo colocar um preço então na natureza. os acordos firmados na Rio + 20 são contraditórios e complexos. Como as grandes empresas vão continuar com os acordos? elas vão realmente respeitar o que está no papel? não da pra conhecer tudo de perto e nem pra saber quanto vale a natureza pra essas empresas. são respostas que serão respondida só com o tempo e com atitudes do futuro.

    Orlando Carvalho de S.B Filho

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  11. A proposição de uma "taxação" na natureza é repetir a lógica utilizada há séculos atrás.Explorar enquanto se pode pagar.Não é a toa que a própria proposição vem dos países mais ricos , que são os donos da bola , mas não tem o campo para jogar.Uma metáfora que descreve os países mais ricos que possuem o capital , mas não os recursos.Não é uma nova proposta , e sim o mesmo processo com palavras mais bonitas.A economia verde tem que ser boa para todos.Não há como propor uma ação sustentável sem a diminuição da discrepância q na distribuição da riqueza."Em um mundo no qual 1% da população controla 50% da riqueza do planeta não será possível erradicar a pobreza nem restaurar a harmonia com a natureza" Não há como atingir um equilíbrio sem abrir mão , e é isso que os países com grande poderio economico não querem.

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  12. Há uma grande jogada de marketing por trás disso tudo, atualmente existe uma nova classe, é certo status ser "ecologicamente correto", e cada vez mais há
    mais produtos com selos e propagandas de "ecologicamente correto" ou seja além das empresas camuflarem suas reais intenções elas ainda conseguem mais lucros
    do que vendendo um produto "normal"

    Eduardo Sanches Prado

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  13. Eu vejo a economia verde como mais uma camuflagem dos fatos reais, na Eco 92 muitos projetos foram apresentados, mas creio que nem a metade foi cumprido e 20 anos depois do rio +20 a mesma cena se repete.
    O fato é que as indústrias usam desse meio para acabar acobertando o que realmente acontece, e grande parte da população não tem consciência do que realmente acontece, pois o meio que eles usam seguido de suas estratégias acabam fazendo com que qualquer pessoa acredite no que é apresentado, se é que não rola uma máfia por trás disso tudo.
    De acordo com especialistas que atuam nas áreas de Economia e Meio Ambiente, a aplicação da Economia Verde em países desenvolvidos e em desenvolvimento aumentaria a geração de empregos e o progresso econômico. Ao mesmo tempo, combateria as causas do aquecimento global, emissões de CO2, do consumo irracional de água potável e dos fatores que geram a deterioração dos ecossistemas, é uma pena que a metade das coisas que esses especialistas disseram é difícil de acontecer.

    Gisele S. de Souza

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  14. O capitalismo aproveita de todas as formas e meios viáveis e inviáveis a fim de se manter intacto. Embora esse sistema apresente diversas falhas ocasionando crises, para se recuperar utiliza formas sutis de manipulação, como é o caso da “Economia Verde”. O discurso de ambiente sustentável, que realmente é necessário, se faz de mocinho para manter o capitalismo de pé.
    As matérias-primas para conservar o desenvolvimento sustentável são de custo mais elevado e faz com que indivíduos que realmente se preocupam com o meio ambiente não exitam em pagar mais, fazendo com que o o capitalismo lucre mais.
    Tudo isso não passa de um falso discurso que se aproveita das necessidades sociais e ambientais, para que com isso mantenha o crescimento econômico.
    A natureza não é capital. Não se deve estipular um valor monetário para ela.

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  15. Existe o sistemas de PSA - Pagamentos por Serviços Ambientais - que já está sendo feito no Brasil e está ajudando muitas comunidades que com o dinheiro que recebem montam cooperativas ou investem em projetos socioambientais para beneficiar a própria comunidade. Talvez ainda não seja o ideal, mas já é um começo, pois pelo menos esse dinheiro permite uma melhoria da qualidade de vida de comunidades afastadas.

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  16. Este texto serve para abrir os olhos a respeito da realidade da “Economia Verde”, que, em outras palavras, serve para pôr valor em recursos naturais/atribuir valor monetário. Puro capitalismo! Como se o dinheiro pudesse reparar danos causados pela atividade exploradora e comercial. E, como a biodiversidade mais rica está nos países em desenvolvimento, estes seriam os mais impactados com custos adicionais agregados à sua economia. Vejo a “Economia Verde” como mais um recurso de marketing para incentivar o consumo e diferenciar serviços/produtos.

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  17. A economia verde veio para ocultar a verdadeira realidade das empresas. Quem produz algo a favor do ambiente obtêm benefícios, como a com redução de impostos, redução de taxas e tarifas, dentre outras. O dinheiro nunca irá reaver os estragos deixados em florestas para remoção de matérias primas. O capitalismo, juntamente com o consumo estão degradando a natureza. O objetivo principal da população é a preservação, e a sustentabilidade é um novo termo criado para essa nova era.

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  18. O artigo demonstra o quão perigoso é o projeto da chamada “economia verde”, que como deixa bem claro, mantém as mesmas bases e lógicas do sistema capitalista, e se estrutura de modo a trazer nova expansão para o mesmo sistema. Fica evidente que os países e populações exploradas continuarão na mesma posição, e nessa lógica de mercantilização dos recursos naturais pouco se fará de concreto para a resolução do problema, seja ecológico, seja social, uma vez que as suas causas não são atacadas. É mais uma nova “roupagem” ao sistema capitalista e que beneficiará as grandes multinacionais.
    O texto, apesar de cumprir muito bem a função de esclarecer a questão para os leitores, não aponta possíveis caminhos de ação, a serem trilhados ou que já estão sendo desenvolvidos por pessoas e organizações, para parar esse projeto da “economia verde” e propor soluções efetivas para o problema.
    Aluno: Tiago Francisco Monteiro.

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  19. Justamente, Márcio. A capacidade que o capitalismo tem de se renovar e tocar novas formas pelo lucro é intrigante. Faz sentido pro mercado apoiar a "onda verde" que se estende pelos discursos que ouvimos - afinal, se o consumidor se sente atraído pela ideia, como conquistá-los? O capitalismo é inteligente...

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  20. Surpreendente que o capitalismo tenha conseguido se reinventar (outra vez) mesmo com as limitações tão grandes que a natureza está impondo..
    Comercializar os recursos naturais para cortinar o crescimento desenfreado que não respeita nenhuma barreira é, de fato, chocante.
    É preciso parar ! A natureza já deixou de dar sinais e estamos sentindo de todas as maneiras que as consequências da exploração desrespeitosa são sérias. Não dá mais para continuar. Crescimento precisa ser (re)conceituado...

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  21. O real sentido de economia verde lembra até uma utopia quando comparado ao que se tem no mercado. Está sendo só mais um pretexto para que se obtenha mais e mais lucro. Nas reuniões feitas para se discutir o desenvolvimento sustentável e solucionar problemas de poluição, aos poucos se tem um avanço para uma economia verde, porém, é quase nenhum, as grandes empresas sempre garantem sua parte, sendo “permitidas” a continuar com seus esquemas para um crescente lucro. Esses rótulos são utilizados para a expansão do capital financeiro das empresas, camuflados pela economia verde, que é proliferado através do marketing de modo positivo.

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  22. A economia verde tem seu lado positivo visto que essa engloba alguns avanços como: a responsabilidade ambiental, onde usar os recursos naturais com maior eficiência é uma das ideias centrais, procurando reduzir a destruição, fazer a transferência de energias fosseis em energia renovável; a ecoeficiência, onde visa o melhoramento ao uso de recursos bióticos nos quais a economia, a oferta de bens e serviços se apoiam, da energia, dos materiais; a luta contra a miséria e a desigualdade social, onde não se resolve apenas elevando o padrão de vida dos que possuem uma situação mais precária sem se preocupar com os de melhores condições.

    obs: tinha publicano no dia 6 mas nao tava dando para visualizar por outros computadores em que nao estivessem pelo meu email

    kicilla zanirati

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  23. A chamada “economia verde” não é a solução para as questões sociais e ambientais que afetam hoje o planeta. É uma perversão total transformar a natureza em mercado. Vejo que a “EV” nada mais é que suprir o capitalismo com mais capitalismo.

    Alice Alves.

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  24. A grande questão é que a economia verde tenta implantar em um grupo de países taxas de pagamento por aquilo que eles e outros países fazem (que é a poluição). Na maior parte, os países desenvolvidos poluem muito mais e isso vem para a conta dos que estão em processo de desenvolvimento. Ou seja, já não basta ter que lutar com problemas como combate a miséria, melhorias no saneamento básico, além de ter de investir em saúde e educação, esses países ainda tem que pagar por conservação da natureza, que é algo que todos os governantes podem fazer na prática, diminuindo a emissão de CO2, por exemplo.
    O grande ponto a se comentar é que o objetivo da criação da “economia verde” passa longe da preservação, mas se trata mais do sistema lucrar de alguma forma sobre os recursos naturais.
    Andressa Cabral

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  25. A necessidade de se repensar a relação do homem com a natureza é urgente. Desde a revolução industrial a capacidade da humanidade em transformar seu meio ambiente cresceu de forma exponencial, e o risco de uma catástrofe de grandes proporções não é desprezível.

    A economia verde é um discurso que ganha força durante o agravamento da Crise do Capital, quando a industrialização intensiva diminui cada vez mais o tempo de trabalho necessário à produção de mercadorias. Além do conteúdo geopolítico, de consolidar a desigualdade entre as nações, esse discurso surge quando o mundo transita para um incerto futuro pós-petróleo e de outros recursos renováveis.

    Apenas a superação do Capitalismo é capaz de fazer com que a relação entre o homem e a natureza seja transformada com a profundidade necessária para a preservação da nossa espécie.

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  26. Juliana Passos - Trabalhando na empresa privada, diretamente com sustentabilidade, o artigo só corrobora com minhas percepções diárias sobre a tentativa da indústria de "vender a sustentabilidade" como forma de melhorar sua imagem diante da opinião pública/consumidores. A Economia Verde, nos moldes em que é conceituada e desenvolvida atualmente, não passa de uma "maquiagem" em cima do real problema - o famoso "tapar o sol com a peneira" - como forma de dar uma resposta a sociedade que, literalmente, sente na pele os efeitos da constante degradação ambiental e escassez dos recursos naturais.

    Encontros, tratados e acordos climáticos são feitos aos montes, com soluções aparentemente milagrosas, cuja real intenção nunca é tão transparente. Transformar a natureza em capital nunca será a solução, mais uma vez estaremos esmagando a natureza para inserí-la na lógica mecânica do mercado, onde tudo deve ser consumido, precificado e não necessariamente disponível a todos, como deveria, pelo contrário.

    Países em desenvolvimento continuarão vivendo à sombra das grandes potências, subjugados, só que de uma forma mais elegante, digamos assim, tudo em nome da "conservação da natureza", "combate a pobreza" e etc.

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