Pesquisa apresentada em uma edição longínqua do Fórum Econômico Mundial (WEF) mostrava que, para os executivos norte-americanos de grandes corporações,
o risco mais preocupante é o da imagem da corporação. Uma das mais importantes
consultorias empresariais na atualidade, a EisnerAmper, através da pesquisa “Concerns
About Risks Confronting Boards” reiterou o relatório apresentado no WEF.
coluna EMPRESA-CIDADÃ
Quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Paulo Márcio de Mello*
É a poluição que mata?
66% das
preocupações dos entrevistados estão na preservação da imagem, ou reputação,
das empresas, considerado o principal patrimônio intangível. Seguem Regulação e
compliance (59%), Planejamento e sucessão do CEO (53%); Riscos de TI (54%);
Gerenciamento de Crises (47%); Privacidade e segurança de informação (36%); e
Riscos fiscais (9%), entre outros.
Como
hipotéticas causas das preocupações, constam Confiabilidade e Qualidade do
Produto/Satisfação dos Clientes; Fraudes/Problemas Éticos; Percepção do Público;
e Meio Ambiente, entre outros.
Como antídotos
aos fatores de risco, as empresas optam principalmente por soluções domésticas,
como troca de informações entre diretorias e comitês relacionados aos assuntos
mais ameaçadores, ou através do aconselhamento de consultores.
A Organização
Mundial de Saúde (OMS) recém divulgou um relatório referindo-se à baixa
qualidade do ar que a maior parte dos habitantes do planeta respira, chegando a
até 92% da população mundial.
A pesquisa
incluiu 3 mil situações em áreas urbanas e rurais de103 países. Os dados mais
recentes (2012) revelam que 6,5 milhões de pessoas adoeceram e 3 milhões
morreram, em consequência da poluição. Entre as principais fontes de poluição
estão modelos ineficazes de transporte, queima de combustível; queima de
resíduos; centrais elétricas e atividades industriais.
Os principais poluentes são as micropartículas (diâmetro inferior a 2,5
micrometros) de sulfato, nitrato e fuligem.
As regiões
mencionadas como de pior qualidade do ar são o Sudeste da Ásia, o Mediterrâneo
Oriental e o Pacífico Ocidental.
Por outro lado,
a qualidade do ar é adequada para 75% da população dos países com alta renda
das Américas e para 20% da população que vive em nações de rendas média e baixa
da mesma região. Uma situação que também ocorre em menos de 20% dos países
europeus e nos países ricos do Pacífico Ocidental.
Os países com
mais vítimas relacionadas à qualidade do ar são Turquemenistão (com 108 mortes
por 100 mil habitantes); Afeganistão, (81 mortes por 100 mil habitantes); Egito
(77 por 100 mil); China (70 por 100 mil); e Índia com (68 por 100 mil).
Cerca de 94%
das mortes se devem sobretudo a doenças cardiovasculares, acidentes
cerebrovasculares, pneumopatia obstrutiva crônica e câncer de pulmão. A
contaminação do ar também aumenta o risco de infecções respiratórias agudas.
Em 2008, depois
da queda do muro que escondia o bom-mocismo em empresas privadas, desde o caso
do Pinto da Ford Motors; uma urna incendiária, passando pelas fraudes contábeis
da Enron/Andersen; pela “mágica” da redução de emissões da Das auto
(Volksgate); pelos perigos do talquinho cancerígeno da Johnson&Jonhson;
pela destruição empreendida pela Samarco/Vale/BHP; entre muitos outros, as grandes
corporações têm muitas chances de criar a imagem de serial killers.
Como uma boa
imagem vale mais do que mil balanços, a procura por tutela antecipada das
corporações tem no relatório da OMS um indicador de eficientes soluções. É só
adicionar uma gota de criatividade.
Paulo Márcio de Mello*
Professor da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
A coluna EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001,
continuamente, às quartas-feiras, no jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela, são apresentados conceitos relativos
à responsabilidade social, à sustentabilidade, ao desenvolvimento
sustentável e à ética nos negócios, através de casos de empreendedores e
empresas, pesquisas, resenhas, editais ou agenda na temática. A coluna
EMPRESA-CIDADÃ também pode ser lida através do BLOG arteeconomia acessível
pelo endereço http://pauloarteeconomia.blogspot.com
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