Consciência de consumo
A Pesquisa Consumo
Consciente, realizada pela Shopper Experience, em parceria com a Revista
Consumidor Moderno, revela as empresas mais identificadas pelo
consumidor brasileiro com o conceito de consumo consciente.
blog do professor paulo márcio
economia&arte
Quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Coluna EMPRESA-CIDADÃ
Paulo Márcio de Mello*
u As
empresas mais identificadas pelo consumidor brasileiro com o conceito de
consumo consciente são Nestlé (por 26,4% das
indicações dos consumidores), Coca-Cola (por 21,3% das indicações dos
consumidores), Ypê (23,7% das indicações), Natura (60,8%), Electrolux (22,3%),
Samsung (19,4%), Fiat (10,4%), Walmart (15% das indicações de consumidores de
varejo eletro), Hering (29,2%), Pão de Açúcar (29,9%), Walmart (15,6% das
indicações de consumidores de hipermercados), Ultrafarma (15%), McDonald's
(10,7%), Leroy Merlin (27,8%), Mercado Livre (8,9%) e TAM (18,2%).
u Este é um dos
resultados da pesquisa Consumo Consciente, realizada pela Shopper Experience (www.shopperexperience.com.br), em
parceria com a Revista Consumidor Moderno. A pesquisa realizou 1.520
entrevistas, entre homens e mulheres, das classes A, B e C, de 21 a 65 anos,
residentes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba.
u Ela revelou que
63,5% dos consumidores brasileiros acreditam que o consumidor é, ele próprio, o
principal responsável por atitudes responsáveis com relação ao consumo. Em
seguida, consta o governo (57,2% das indicações), seguido por empresas brasileiras
(46%); empresas multinacionais (45,3%); organizações internacionais (36,5%);
ONGs (36,2%); países ricos (32%) e países pobres (28,1%).
u Há alguns anos, o consumo consciente
passou a ser vigorosamente empregado como instrumento de cidadania. Alguns dos
melhores exemplos estão na ação do pioneiro Ralph Nader, advogado
norte-americano que enfrentou grandes corporações na Justiça, com sucesso. As
relações anuais das Dez Piores Empresas, publicadas pelo Multinational Monitor,
passaram a ser esperadas com interesse.
u Importantes movimentos, como o de reação
contra as empresas beneficiadas com a Guerra do Vietnã, ou a luta pelos
direitos civis dos afrodescendentes, ou ainda a mobilização pelos direitos da
mulher, decantaram em práticas vitoriosas de consumo consciente.
u Mais recentemente, foram incluídas entre
as preocupações aspectos como a obsolescência de produtos, os processos de
produção em relação ao uso da água e de energia elétrica, bem como a disposição
final de produto.
u Estas tendências são reiteradas pela
pesquisa que relaciona entre as iniciativas pessoais do cidadão o cuidado contra o desperdício de água (64,1% das
indicações), a reciclagem e separação do lixo (60,8%); a economia de energia
elétrica (59,1%), a aquisição preferencial de mercadorias de empresas
socialmente responsáveis (52,1%), o descarte de alimentos (44,3%), a compra de produtos
orgânicos (42,8%), a utilização do transporte coletivo (41%) e, na hipótese da
utilização de veículo particular, faze-lo solidariamente, compartilhando com caronas
(40,4%), a substituição do veículo particular pela bicicleta (38,8%) e a recusa
a produtos testados em animais (30%).
u Entre outros aspectos percebidos pela pesquisa, estão a recusa de
comprar por impulso (57,6%), seguida pelo uso responsável do crédito (49%), controle
do endividamento (49,3%), utilização responsável do orçamento familiar (48,2%),
poupança de parte dos ganhos (47,9%), solicitação da nota fiscal (37%), declaração das notas fiscais em
sistemas de controle (26,4%), uso de créditos das notas fiscais para redução do
ônus de impostos (28,3%) e capitalizar em fundos de previdência privada (24%).
u Foram
lembradas também o repúdio à compra de mercadorias de empresas envolvidas em
casos de exploração do trabalho infantil e trabalho ou em locais inadequados
(55,3%), a doação de bens não utilizados para instituições de caridade (55%), a
realizar de trabalho voluntário (48,2%), a participação em projetos sociais
(45,8%), a doação de dinheiro para instituições de caridade (18,3%), a participação
em petições e protestos nas redes sociais (18%) e a participação em manifestações
de rua (11,7%).
u Entre
os aspectos ambientais, a pesquisa apurou a preocupação com a utilização de
materiais recicláveis (59,8%), a reciclagem de lixo (59%), a adoção de práticas
de redução de resíduos poluentes (57%), a promoção de iniciativas de redução do
impacto ambiental (54,7%), a utilização de papel reciclado/ecológico (52,3%), o
investimento em inovações baseadas na sustentabilidade (49,9%), o manejo sustentável
de insumos naturais (45%) e o controle do material consumido (42,1%).
u Entre
os aspectos que se destacaram na percepção dos consumidores, sobre as práticas
empresariais de consumo consciente, constam a utilização de materiais
recicláveis, a reciclagem de lixo, a não realização de testes em animais, a realização
de programas de educação financeira voltada ao consumidor e de capacitação socioambiental
para os colaboradores, doações para entidades filantrópicas, patrocínios ou apoio
a projetos e causas sociais, a educação do consumidor para as práticas mais
sustentáveis e evitar qualquer tipo de discriminação.
Paulo Márcio de Mello
Professor da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ)
A coluna
EMPRESA-CIDADÃ é publicada, desde 2001, toda quarta-feira,
no centenário
jornal Monitor Mercantil (www.monitormercantil.com.br).
Através dela,
são apresentados casos
de empreendedores e empresas,
pesquisas, resenhas, editais ou agenda, relativos à responsabilidade social, à
sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.
Professor, um outro professor meu me disse que o grupo de pesquisa sobre sustentabilidade da ESPM analisou diversas empresas que erguem a bandeira "sustentável". Eles constataram que 8 de 10 empresas que erguem essa bandeira, na verdade, não reciclam os materiais, apenas o separam na empresa e depois todos esse lixo acaba sendo misturado quando o caminhão de lixo chega.
ResponderExcluirNessa pesquisa feita pela Shopper Experience eles realmente viram se essas empresas presentes no ranking realemnte reciclam seus materiais.?
Eliadma Parreira- Turma de Economia da Faculdade de COmunicação Social